Luz esperando nova vitória na Liga, tentando passar uma borracha pela má memória europeia - o arranque da partida mostrou um Moreirense compacto, preocupado em pressionar a primeira saída de bola encarnada na tentativa de atrapalhar a mais madrugadora fase de construção de jogo da formação do Benfica. Avisado pela competência da equipa orientada por Miguel Leal, o Benfica tentou marcar cedo mas Marafona negou o golo a Lima. Quem não marca sofre...

João Pedro semeou o pânico na Luz 

Volvido os primeiros 15 minutos do jogo, o Moreirense adiantou-se no marcador através de uma cabeçada de João Pedro que, sozinho no coração da área, fuzilou o estreante Júlio César, que até então nem sequer entrara em acção na partida. O passe, diagonal, de Arsénio, sobrevoou a defensiva encarnada e descobriu a desmarcação de João Pedro, liberado pela falta de atenção de Eliseu - golo madrugador do Moreirense, balde de água fria na Luz.

Jesus actuou preventivamente e lançou Derley

Por esta altura, os visitantes pareciam estar a implementar na íntegra o plano original de Miguel Leal, assente numa estratégica de bloco baixo, marcações atentas, jogadores próximos uns dos outros e uma inteligente pressão, quanto baste, nas zonas recuadas do Benfica. O tempo passava a e resposta vermelha tardava. Jorge Jesus cedo se apercebeu da apatia da sua equipa e resolveu, atempadamente, alterar o guião: lançou Derley e retirou Samaris, aos 35 minutos, acentuando a dinâmica ofensiva e adicionando ao ataque um jogador móvel e combativo com capacidade de finalização.

Três minutos depois, o Benfica dispôs da melhor chance de golo da primeira parte: Gaitán cobrou o livre e Jardel, nas alturas, direccionou a bola para as redes de Marafona, mas, no caminho desta estava André Marques, que, fatidicamente, adiou o golo vermelho.

Ponto de não-retorno: expulsão de Marcelo Oliveira

O Moreirense levava a água ao seu moinho mas a expulsão do central brasileiro Marcelo Oliveira, aos 57 minutos, significou uma alteração drástica no rumo dos acontecimentos. O Benfica, que até então não mostrava competência colectiva para marcar, acabou naturalmente por assumir com facilidade as rédeas do jogo e operar a reviravolta que se adivinha na Luz.

A falta de Marcelo Oliveira sobre Talisca, mudou o destino da partida e não terá sido por acaso que o Benfica apenas conseguiu marcar golos depois de se encontrar em superioridade numérica. Jogando meia hora com mais um elemento, a formação da casa, empurrada pelo seu público, marcou 3 golos e descansou os adeptos, que desesperavam por um maior acerto na finalização - Lima desgastava a paciência dos adeptos e foi Eliseu a empurrar o Benfica de volta ao jogo.

Eliseu deu o mote - um estoiro para mais tarde recordar

Com dificuldades para ludibriar a competente defesa orquestrada por Danielson, o Benfica resolveu ao estoiro aquilo que não tinha sido capaz de resolver através de jogadas que tão bem sabe compôr. Eliseu deu o mote mediante um potente golo, à passagem do minuto 69, disparando um míssil a 30 metros da baliza de Marafona: bola na rede, prenúncio de morte para o Moreirense...

Maxi resolveu e Lima acalmou a malapata

Se foi o lateral esquerdo a marcar o primeiro golo, foi o lateral direito a originar o segundo tento, acabando assim o Benfica por consumar a cambalhota no marcador - alívio na Luz. Ola John, que entrara dez minutos antes (67 minutos), colocou a bola ao dispôr de Gaitán que, lançado, cruzou a bola para a pequena área. Marafona desviou para a terra de ninguém...logo preenchida pelo oportuno Maxi, que na ressaca fuzilou as redes dos forasteiros: 2-1 aos 77 minutos.

O golo da confirmação surgiu aos 83 minutos, na sequência de uma grande penalidade cometida pelo central experiente Anilton Júnior sobre Lima. O avançado não tremeu e bateu Marafona, colocando um fim ao jejum de golos, que já durava desde o primeiro encontro com a Juventus, para a Liga Europa, na temporada passada - 13 jogos de fome, uma fome 'enganada' por uma grande penalidade oportuna que vem motivar Lima novamente.

Júlio César estreou-se sem trabalho

O internacional brasileiro estreou-se na guarda das redes encarnadas e sofreu um golo mesmo antes de esboçar qualquer tipo de defesa digna desse registo. Numa noite sem trabalho, o antigo jogador do Inter Milão pouco pôde demonstrar, já que o Moreirense, apesar de afoito e tacticamente acutilante, alvejou pouquíssimas vezes a sua baliza.

Com esta sofrida vitória, impulsionada pela expulsão do central Marcelo Oliveira, o Benfica soma mais três pontos e encontra-se neste momento isolado no comando da tabela classificativa, devido aos empates de Vitória de Guimarães e FC Porto. Nova noite em grande para os laterais encarnados: Eliseu e Maxi voltaram a decidir com golos. Ambos contam dois golos na temporada e a sua importância no capítulo ofensivo tem sido inquestionável.