O Benfica bateu este Sábado, o Estoril na Amorira, por 3-2. Os campeões tiveram uma entrada fulgurante mas baixaram muito o ritmo e tiveram que puxar dos galões para bater a equipe de José Couceiro.

Início de jogo à Campeão

O Benfica teve uma entrada no jogo fulgurante, digna de Campeão. Logo as 2 minutos, Talisca arranca no meio campo, em corrida desenfreada e só para para festejar junto dos adeptos Benfiquistas que se encontravam no topo Norte do Estádio. Anderson Talisca ultrapassou 6 adversários (que demonstraram alguma passividade) e perante Kieszek só teve de encostar para fazer o primeiro golo da partida.

Talisca marcou um golo soberbo, logo no segundo minuto do jogo. (Fonte: Lusa)

O Benfica não tirou o pé do acelarador e mostrou querer resolver rapidamente a partida. O Estoril sentia grandes dificuldades em sair do seu meio campo defensivo e aos 9 minutos, Gaitán força o erro de Diogo Amado, recupera a bola no último terço do campo, serve Talisca, que aponta o seu quinto golo esta época, ao empurrar a bola para o fundo das redes Canarinhas.

Talisca é o melhor marcador do Benfica esta temporada. (Fonte: Lusa)

O jogo parecia estar resolvido e o Benfica continuava a tentar dilatar o resultado. A equipa de José Couceiro jogava com as linhas muito recuadas e não conseguia incomodar as redes de Artur. No entanto, com o passar do tempo, a equipa do Benfica foi diminuindo a pressão e dando mais espaço à formação da Linha. Jogadores como Matías, Kuca e Kléber começaram a aparecer mais em jogo e por volta dos 40 minutos, o Estoril chegou ao golo. Muita passividade da equipa da Luz, que viu Diogo Amado introduzir a bola nas redes de Artur, na sequência de um remate ao poste de Kléber.

Diogo Amado fez o 1-2 já perto do intervalo.

Segunda parte de emoções fortes

Na segunda parte, o Benfica entrou com outra atitude, a tentar controlar o jogo. Não obstante, o Estoril entrou aguerrido, acreditando que seria possível chegar ao empate. Numa jogada fantástica de envolvimento entre os três homens mais adiantados do terreno, Kléber repôs a igualdade no marcador. O Estoril voltava a empatar a partida e a praticar um futebol atractivo, à semelhança daquele que foi praticado nos últimos dois anos sob o comando de Marco Silva.

O Benfica estava a pagar a factura de ter descansado demasiado cedo e estava a sentir grandes dificuldades em chegar à área contrária. Jorge Jesus viu que a equipa não estava bem e tentou mexer com o jogo, fazendo entrar Derley. O Brasileiro entrou bem em campo, "abanou" o jogo mas o Benfica pecava no último terço do campo, sem conseguir incomodar o guarda-redes Canarinho. O jogo fazia lembrar o Benfica-Moreirense da semana passada e ficou ainda mais semelhante quando Matías derruba Enzo na linha lateral e vê o segundo cartão amarelo.

A jogar contra 10, Jorge Jesus não hesitou, abdicou de Samaris, puxou Gaitán para o meio e fez entrar Ola John. Com a superioridade numérica, o Benfica conseguiu desfazer o empate. Derley é lançado em profundidade, ganha um ressalto ao guarda redes do Estoril e empurra para a baliza, ainda com Lima a confirmar o golo.

Até ao fim do jogo passaram 20 minutos, mas sem grandes eventos relevantes. O Benfica limitou-se a gerir a posse de bola e a controlar o jogo, à medida que a equipa da Linha acusava muito o desgaste físico de jogar com menos um. Nos últimos 20 minutos, Couceiro até tentou refrescar sectores e dar mais velocidade aos homens do Estoril, a promover as entradas de Balboa e Babanco mas sem efeito. Quanto ao Benfica, apesar do sofrimento desnecessário, conseguiu o principal objectivo e alargou a distância para o FC Porto e Sporting para 4 e 6 pontos respectivamente.

Prestações individuais

Em termos individuais, podem ser tiradas várias ilações deste jogo.

Na equipa do Estoril, convém salientar as exibições de Matías e Kléber. O primeiro mostrou que é um jogador que vem acrescentar muita qualidade à equipa da Linha. Dotado de um bom passe e uma boa técnica, Matías acabou por ser expulso e quase que ditar a derrota da sua equipa por causa da inexperîencia na 1ª Liga. No entanto, estamos convicto que será uma das grandes figuras deste novo Estoril. Já Kléber veio confirmar que pode ser um dos grandes goleadores da Liga. O avançado que teve uma passagem desastrada pelo FC Porto mostrou que tem qualidade e incomodou, e muito, a defensiva Benfiquista. Do lado dos campeões Nacionais, convém mencionar as exibições de Enzo, Talisca, Derley, Samaris e Jardel.

O astro argentino Enzo Pérez voltou a assumir-se como o jogador mais importante deste Benfica. Apesar de ter acabado o jogo com muitas dificuldades, a sua entrega e disponibilidade são inquestionáveis e se o Benfica arrancou o triunfo na Amoreira muito deve à intensidade que o Argentino imprimiu na partida Talisca também merece destaque pois tem-se revelado como o homem golo do Benfica neste mês de Setembro. Depois de algumas jornadas "perdido" em campo, o Brasileiro parece assentar bem na posição de segundo avançado e os seus 5 golos no mês de Setembro são prova disso.

Derley também merece destaque pois pela segunda vez consecutiva, veio abanar o jogo do Benfica e trazer muita energia para o campo. Muito bom tecnicamente, o avançado surpreende pela sua velocidade e excelente jogo no limite do fora de jogo. Aliás, o golo de Lima é construído a 99% pelo seu compatriota ex-Marítimo. Por fim, convém destacar pela negativa Jardel e Samaris.

O central brasileiro esteve muito mal e voltou a cometer erros que não se podem cometer a jogar ao mais alto nível. Jardel parece ter algumas dificuldades a interpretar certos momentos do jogo: quando se pede um jogo simples e eficaz o jogador inventa e quando tem espaço e tempo para sair a jogar com calma o jogador recorre muitas vezes a pontapés para a frente.

No entanto, o central continua a ser merecedor da confiança de Jesus e quase que chegou ao golo, na sequência de um golpe de cabeça. Samaris também merece o destaque negativo. O grego está a demorar a assentar na equipa do Benfica e parece não se sentir confortável na posição 6. A qualidade está lá (o grego trata bem a bola e tem uma boa capacidade de passe) mas falta-lhe a intensidade e a inteligência táctica dos jogadores que têm passado por aquela posição (Fesja, Matic, Javí Garcia) demonstraram ter.