Depois de ter sido desvendado o nome consensual para liderar a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o Sporting reagiu de pronto, mostrando a sua desaprovação e criticando fortemente a escolha de Luis Duque, antigo dirigente leonino, para a presidência do órgão. 

O Sporting ataca a decisão conjunta de Benfica e FC Porto, caracterizando o futebol português como um «jogo opaco» com o qual «não se identifica», justificando assim o facto de não ter sido parte activa na escolha do novo (e único) candidato à presidência da LPFP. 

Recorde-se que a odisseia eleitoral da Liga tem-se arrastado desde o Verão: o primeiro acto eleitoral foi impugnado (Mário Figueiredo ganhara por concorrer sozinho) e a decisão sobre novas eleições arrastou-se indefinidamente, até ao presente mês, altura em que Conselho de Justiça da FPF ordenou a realização de novo procedimento eleitoral.

Comunicado do Sporting na íntegra:

«A Sporting SAD tem, repetidamente, tornado público que está activamente interessada na regeneração do futebol Português, tendo em devido tempo apresentado, e a quem de direito, um conjunto de propostas que, de forma transversal, se implementadas, permitiriam a melhoria do futebol nacional.

Pese as propostas apresentadas serem susceptíveis de serem discutidas e melhoradas, verifica-se que alguns clubes continuam preocupados apenas com jogos de influência, em colocar as suas peças no tabuleiro de um jogo opaco, com o qual o Sporting não se identifica, e onde não participa.

Ao contrário do que quiseram fazer crer, o Sporting não se fez representar na reunião de hoje da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) nem justificou a sua ausência à semelhança de outros clubes.

Os nomes vindos a publico nas últimas semanas, afectos ao universo 'leonino', como possibilidades para presidirem à LPFP, e o nome que se veio a confirmar hoje, demonstram bem o estado do futebol Português e o desnorte de alguns dos seus intervenientes.

Uma candidatura nunca poderia ser consensual, sendo personificada por alguém que é alvo de três acções de responsabilidade civil por actos de gestão danosa de um Clube associado da Liga e que conta, ainda, no seu historial, com outros processos.

Este é mais um triste episódio do estado a que chegou o futebol Português, pelo que o anunciado hoje em nada nos surpreende – é apenas a continuação da política do vale tudo que alguns persistem em seguir e manter, impedindo a urgente e necessária regeneração do futebol nacional.

E que não reste qualquer dúvida: no futuro, se a alteração estatutária for a que nos foi já apresentada, e que previa a nossa inclusão automática no órgão de Direcção da Liga, em cujo modelo de Governance não nos revíamos ao ponto de termos apresentado uma proposta alternativa, reiteramos com toda a clareza a nossa indisponibilidade para participar no órgão de Direcção da Liga enquanto a verdadeira mudança estruturante que ambicionamos para o futebol Português não se iniciar