Marco Silva e o Sporting estiveram perto de um resultado histórico na Alemanha. Depois de uma sucessão de autênticos murros no estômago que começou com a lesão de Slimani, passando pelo duplo Amarelo a Maurício, seguido de golo caricato do Schalke (o terreno empapado levou Patrício a deixar entrar uma bola aparentemente fácil), golo em posição irregular de Huntelaar a abrir o segundo tempo e posterior 3-1 por intermédio de Howedes, os verde e brancos mostraram grande poder de encaixe e garra conseguindo transformar um jogo aparentemente decidido num 3-3 arrancado a ferros. 

A entrada de sonho

Depois de uma boa entrada na partida, a pressionar alto, condicionando a primeira fase de contrução do Schalke e criando perigo no ataque o Sporting chegou ao golo na cobrança de um canto. Num lance de laboratório os jogadores mais fortes no jogo aéreo atraíram a marcação dos defensores Alemãs e Nani apareceu vindo de trás, solto de marcação, no coração da área para finalizar com sucesso o canto rasteiro cobrado por João Mário. A meio da primeira parte o Argelino Slimani saiu devido a lesão, dando lugar a Montero, que voltou recentemente aos golos em Penafiel.

Com o jogo aparentemente controlado e procurando explorar as transições rápidas para fazer o 2-0 o Sporting viu-se reduzido a 10, por expulsão de Maurício, num lance com algum excesso de zelo do árbitro Russo. Na cobrança da falta cometida pelo central Brasileiro o Schalke empatou a partida, com Obasi (ele que nem é particularmente forte na bola parada ofensiva) a cabecear para o 1-1. Sem Slimani, a jogar com 10 e já sem estar a ganhar o Sporting viu-se obrigado a recuar as linhas e a reconstruir a defesa, abdicando de João Mário para a entrada de Naby Sarr.

Sem João Mário, o Sporting teve menos pressão, perdeu clarividência no passe e teve de apostar mais em futebol exterior e na velocidade de Nani e Carrillo para tentar resolver o jogo. Os leões chegaram ao intervalo empatados e a sonhar com um resultado positivo na Alemanha.

Foi por muito pouco 

No reatamento da partida nova decisão polémica e novo golo do Schalke, Huntelaar em posição irregular faz o 2-1 e estava feita a cambalhota no marcador aos 50 minutos. 10 minutos depois erro da defensiva do Sporting e 3-1 do Schalke, novamente na cobrança de uma bola parada.

Ayhan cobra um livre lateral e Howedes, sem oposição, faz golo num excelente cabeceamento á boca da baliza. Nota para o comportamento defensivo de Naby Sarr, ele que hoje até entrou relativamente bem na partida e esteve forte nos duelos e no jogo de cabeça, que deitou tudo a perder. Numa defesa a uma bola parada à zona é impensável não se atacar a bola, porque se não há cobertura ao homem e quem está a marcar a zona não ataca a bola, o adversário está a vontade para cabecear e até pode perguntar o guarda-redes para que lado quer o cabeceamento. Sarr, no alto do seu 1.96m, tem de ser mais agressivo e concentrado em momentos como este. 

Com o Schalke a vencer 3-1 em casa e a jogar com mais 1 o jogo parecia estar praticamente resolvido mas o Leão não baixou os braços e voltou a rugir mais alto. Aos 64 mintuos, num lance inventado por Carrillo, Howedes cometeu falta dentro da grande área e Adrien Silva não perdoou, estava feito o 3-2 e o Sporting voltava a acreditar. Aos 78 minutos lance épico em Gelsenkirchen, no seguimento de um remate de Montero interceptado, a bola sobra para Cédric que, em balão, colocou a bola na cabeça de Adrien Silva ao segundo poste. Cara a cara com Fährmann o médio Português voltou a não perdoar e o impensável estava feito, 3-3 e os leões pareciam ter conquistado um ponto precioso no caminho rumo aos oitavos de final.

A desilusão

Já nos descontos, o árbitro Russo cometeu o maior erro de toda a partida. Num lance em que Jonathan Silva cabeceou a bola, o juiz atribuiu o castigo máximo, por considerar que o defesa do Sporting tocou a bola com a mão.  O árbitro de baliza confirmou a decisão e na cobrança do penalti, Choupo-Moting fez o 4-3, resultado demasiado injusto para um Sporting que se agigantou e bateu o pé ao Schalke em sua casa.

Nota para Paulo Oliveira pela excelente exibição que rubricou. Depois de um começo tímido na capital, o central está a confirmar as credenciais que demonstrou em Guimarães e é o patrão da defesa verde e branca.