Não há margem para erros: o Benfica desloca-se hoje ao Stade Louis com o único objectivo de resgatar 3 pontos e manter acesa a luz que ilumina a esperança no apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Depois de duas derrotas na competição, os encarnados precisam de pontos como de pão para a boca, esfomeada: em caso de derrota diante do Mónaco, o Benfica fica praticamente afastado da prova dos milhões...e até a Liga Europa ficará em perigo...

Um Benfica fraco com os fortes...até prova em contrário

Apesar de liderar o campeonato nacional, o Benfica tem passado extremas dificuldades sempre que enfrenta adversários de maior calibre - principalmente no cômputo internacional. Contra Zenit e Bayer Leverkusen, as «águias» apresentaram debilidades várias e não estiveram à altura do rigor táctico e técnico exigido na Liga dos Campeões: o saldo fixa-se actualmente em cinco golos concedidos e apenas um marcado.

Depois de enfrentar os adversários teoricamente mais fortes, o Benfica ainda não logrou comprovar em campo as suas capacidades de formação dominadora: empate caseiro contra o rival Sporting (1-1), derrota caseira frente ao Zenit (0-2) e nova derrota europeia contra o Bayer, em solo germânico (1-3). A equipa de Jorge Jesus tem-se dado mal com oponentes que imponham uma pressão alta e intensa e que apresentem um meio-campo combativo e povoado.

«Champions»: Sobrevalorizar o que já foi subvalorizado

O Benfica já disputou e perdeu duas partidas na Liga dos Campeões, com Jorge Jesus a acentuar um tom discursivo baseado na primazia da liga nacional em detrimento do sucesso europeu na prova - em Leverkusen os encarnados chegaram mesmo a poupar algumas peças titulares de modo a preparar com afinco a jornada doméstica. O resultado? Um Benfica desligado entre sectores e desorientado pela pressão alemã.

Agora, com o credo na boca, o Benfica não tem outra opção se não sobrevalorizar um jogo que é decisivo para o destino das «águias» no contexto internacional: com zero pontos e uma difícil deslocação ao Mónaco, o campeão português está totalmente proibido de perder e mesmo o empate não passará de um mal menor que a pouco saberá - a vitória, agora urgente, é indispensável para salvar a possibilidade da Liga Europa e lançar alguma esperança sobre a hipotética continuidade na «Champions».

Mónaco português...do treinador aos líderes no campo

O Benfica terá pela frente um Mónaco cujo esqueleto tem como pilares principais agentes portugueses, começando pelo treinador até aos executantes no relvado. Leonardo Jardim, conhecedor dos segredos tácticos do Benfica, terá em campo um onze titular com dois portugueses: Ricardo Carvalho e João Moutinho. O central de 36 anos lidera o sector defensivo enquanto o médio de 28 anos orquestra as operações no meio-campo.

Bernardo Silva poderá aumentar o contigente de portugueses neste duelo caso entre em campo, e, atendendo às preferências estratégicas de Leonardo Jardim, será bastante previsível que a sua participação se concretize. O jovem médio ofensivo, formado no Benfica, está emprestado pelas «águias» ao clube do principado e tem apresentado credenciais dignas de registo, mesmo em jogos da Liga dos Campeões (prova na qual se estreou, frente ao Bayer).

O clube monegasco atravessou um período conturbado no arranque da temporada, tendo conseguido equilibrar-se no ténue fio das expectativas dos adeptos e da direcção, apesar das exibições razoáveis e dos vários percalços encontrados pelo caminho (saída de jogadores essenciais, como Falcão ou James). A equipa está na décima posição na Ligue 1 francesa e tarda em elevar o nível exibicional apresentado. Ainda assim, o Mónaco tem mostrado estofo europeu: leva 4 pontos no grupo C e uma vitória hoje deixará em estado de graça o clube orientado por Jardim.

Gonçalo Guedes integra convocatória

A grande novidade na configuração do lote de convocados é a integração do jovem de 17 anos Gonçalo Guedes, que se estreou com a camisola do Benfica contra o Sp. Covilhã. Jardel, Ola John e Júlio César serão baixas, de força das opções de Jesus, todos eles lesionados.

Onzes prováveis