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Contas centrais na defesa dos três grandes

Com oito jornadas decorridas no campeonato nacional vamos analisar a perfomance defensiva dos três grandes, dando maior destaque aos centrais de cada um deles. Até ao momento o Porto com apenas três golos sofridos é a defesa menos batida da prova, enquanto os rivais Benfica e Sporting já viram por seis ocasiões a bola entrar nas suas balizas.

Contas centrais na defesa dos três grandes
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Por Rodolfo Reis

Começando pelo Porto é fácil constatar que o maior poderio financeiro permitiu a Julen Lopetegui ter jogadores de melhor renome e qualidade. Bruno Martins Indi e Maicon foram até agora a dupla mais actualizada pelo técnico espanhol, em cinco jornadas, com o internacional holandês a fazer parelha com Marcano em dois encontros e só por uma ocasião Maicon e Marcano, na recepção dos dragões ao Boavista na quinta jornada que terminou num empate a zero. De resto só o Sporting Braga foi capaz de marcar no Dragão até ao momento por intermédio de Zé Luís, que não impediu a derrota por 2-1.

Os outros dois golos surgiram em duas igualdades forasteiras e em terrenos complicados. O primeiro tento sofrido foi na quarta jornada diante do Vitória Guimarães e outro no empate em Alvalade na sexta ronda. Um factor comum aos três grandes nacionais une-se na preponderância ofensiva que envolve os jogos onde estão envolvidos, e que incide desde logo nas subidas dos laterais que quando não bem colmatadas dão origem a problemas no centro da defesa. No Porto, Danilo e Alex Sandro ou também José Angel passam grande parte do tempo no meio-campo adversário e com extremos como Óliver, Quaresma ou Brahimi que ajudam pouco a defender, deixam o trinco Casemiro com a função de ajudar nas dobras dos laterais.

Por outro lado é essa capacidade ofensiva que faz com que os adversários cheguem poucas vezes à baliza de Fabiano, não sendo por acaso que apenas as três equipas acima referidas, tenham sido as ùnicas a marcar golos aos dragões até esta altura, já que dispõe de outro tipo de argumentos capazes de criar dificuldades para a defensiva portista, que comete erros como qualquer outra equipa como de resto ficou bem evidenciado no encontro da Taça de Portugal frente ao Sporting.

Passando agora ao campeão nacional Benfica, tem em Luisão o patrão da defesa há mais de uma década. Este ano o central brasileiro ficou privado do seu parceiro Garay e tem tido em Jardel o companheiro mais assíduo, tendo falhado apenas as duas últimas jornadas devido a lesão, sendo substiuído pelo argentino Lisandro López. Até ao momento a equipa de Jorge Jesus sofreu dois golos na Luz de Sporting e Moreirense e os outros quatro de Estoril e Sporting Braga, ambos com dois remates certeiros nas redes encarnadas.

Os leões foram mesmo os primeiros a marcar ao Benfica aquando do derby na terceira jornada, num tremendo erro de Artur a que Slimani se limitou a encostar de cabeça. Já a formação de Moreira de Cónegos esteve mesmo a vencer na visita à capital, acabando derrotada por 3-1. Com Eliseu a ser a cara nova na defesa benfiquista, tem sido precisamente pelos laterais que os adversários têm explorado os seus ataques, já que o internacional português e Maxi Pereira se mostram bastante ofensivos, pois quando lidam com bolas colocadas nas suas costas, (principalmente Eliseu) sentem grandes dificuldades em fechar o espaço devido ao seu balanceamento atacante.

Exemplo disso o primeiro golo sofrido nesta última ronda frente aos bracarenses, onde Eliseu foi batido ficando apenas os centrais para cobrir Pardo e Éderzito. Outro problema prende-se com a indefinição do trinco, pois Samaris ainda está muito «verde» e Enzo Perez sozinho não chega para todas as encomendas, se aliarmos a isto o facto de Gaitán e Sálvio serem dois elementos que pouco ajudam a defender encontramos mais problemas para a defensiva encarnada.

Luisão é capitão e patrão da defesa encarnada (Foto: sambafoot.com)

Finalmente o Sporting que tal como o seu rival da segunda circular soma seis golos sofridos. Em oito jornadas os leões só não foram buscar a bola ao fundo da baliza em três, frente a Arouca, Gil Vicente e Penafiel. Ao contrário dos seus adversários mais directos a equipa verde e branca é mais premeável em Alvalade onde já averbou quatro golos, e só Académica e Benfica foram capazes de marcar enquanto de visitados pela formação orientada por Marco Silva.

E o grande problema está mesmo no centro da defesa, Marcos Rojo e Eric Dier saíram para Inglaterra deixando Maurício com a responsabilidade de se assumir como o patrão ao cabo da segunda época com a camisola leonina ao peito. Só que o brasileiro tem sido o maior alvo das críticas não são dos adeptos do Sporting como da crítica em geral, dada a sua impetuosidade nas disputas de bola bem como as dificuldades em sair a jogar com a mesma. Naby Sarr jovem internacional pelos sub-20 da França ainda precisa de crescer, mas tal como o seu parceiro mostra carências técnicas quando o esférico não lhe vai para o pé esquerdo e também a nível da marcação pois deixa muito espaço nas suas costas.

A juntar a isto temos o lateral esquerdo Jonathan Silva que apesar da raça argentina que emprega ao seu estilo de jogo e de até já ter marcado ao Porto, se adianta demasiado no terreno deixando depois muito espaço nas suas costas. E tem sido por aí que os adversários têm atacado mais os leões, tenha-se como exemplo o segundo golo do Marítimo neste domingo, bem como o tento que permitiu o empate frente ao Porto, para além de vários lances onde o argentino se deixou bater em velocidade, facto que na partida com os madeirenses levou mesmo Marco Silva a retirá-lo do campo colocando Miguel Lopes no seu lugar.

A boa notícia surgiu no entanto com a entrada de Paulo Oliveira, o internacional sub-21 português tem-se mostrado certeiro não complicando e sabendo atacar bem os tempos de corte e marcação ao adversário, tendo apontado já um golo na partida com o Marítimo. Não deixa no entanto de ser curioso, que tendo a defesa com os problemas mais evidentes o Sporting seja até ao momento a nível das competiçoes, internas o único dos três grandes que ainda não sofreu qualquer derrota.