Depois de um período em que a revolução conhecida no plantel do FC Porto começava a ser colocada em causa, eis que a equipa começa a ser assunto pela positiva face à recuperação que apresenta em sectores como a defesa e o meio-campo após terem de alguma forma ‘tremido’ na fase inicial.

São várias as promessas existentes no plantel dos dragões, duas delas vistas como duas das maiores esperanças da América Latina, e enquanto se constata que o mexicano Diego Reyes encontra cada vez menor espaço de manobra para ser utilizado, na zona intermediária é bastante palpável o papel mais intenso e importante por parte de Juan Fernando Quintero.

Com Quintero no meio-campo, o FC Porto ganha em magia e imprevisibilidade, perdendo um elemento de contenção que deve complementar-se em jogadores como Casemiro, jogador em crescendo de forma que, diz-se em Espanha, poderá vir a ser recuperado pelo Real Madrid, clube que no início da época o cedeu aos dragões.

Para ter Quintero de forma regular, o FC Porto tem de resguardar-se defensivamente

Ou seja, ao contrário do que sucede com Reyes, que terá de adaptar as suas características ao estilo de jogo da equipa, parece ser a equipa a começar a adaptar-se ao perfume do jogo do colombiano. Mais do que nunca, com ’Fer’ Quintero o centro do terreno dos dragões perde qualquer aproximação a um esquema terminantemente defensivo mas curiosamente numa visão diametralmente oposta aumenta a quantidade de variantes tácticas.

Com efeito, podendo actuar como ’10’ à frente de um duplo pivot ou até tornar o habitual trio central tacticamente mais próximo de um perfeito triângulo que no entanto necessita de um elemento posicional como nas últimas épocas o era Fernando, Quintero melhora a equipa em todos os aspectos, inclusivamente no aspecto táctico.

Terá mesmo sido por preocupação defensiva que por várias ocasiões inicialmente o colombiano começou por entrar na equipa adaptado ao papel de extremo, até porque possui apontamentos técnicos que o tornam mais do que capaz de desempenhar o lugar com toda a eficácia - de qualquer forma, o centro do terreno e a posição 10 são claramente o habitat natural desta jovem estrela do futuro que já começa a render bastante no presente.

Maior consistência em alguns encontros farão com que o colombiano seja resguardado

Pode prever-se que muito por ’culpa’ de jogadores com o encanto ofensivo de Quintero se tenha visto tanta insistência de Julen Lopetegui em conseguir mais um médio defensivo, tendo procurado Asier Illarramendi e no final de contas recebido José Campaña, que ainda procura adaptar-se às ideias de jogo da equipa.

Não deve causar espanto que em alguns encontros de maior equilíbrio físico o criativo seja mesmo resguardado e por isso não surja na equipa titular; tal já sucedeu em várias ocasiões nas quais o meio-campo dos dragões privilegiou a firmeza e por isso era composto por unidades de maior trabalho como Casemiro, Rúben Neves e Ander Herrera em simultâneo, e Quintero poderá mesmo aproveitar-se disso para ‘agitar’ os encontros quando lançado a partir do banco de suplentes.

No entanto, bastará atentar a pormenores de excelência como o passe que isolou o compatriota Jackson Martinez no golo apontado ao Sporting ou o golo que apontou este fim-de-semana ao Arouca para se compreender que a gestão física que se apresentou ao jovem após a sua participação no Mundial 2014 foi na verdade a melhor. Que se cuidem os adversários, o mágico sul-americano está em crescendo…