O sonho foi bom, mas a dez minutos dos 90 tudo acabou. Depois de uma segunda parte controlada por parte da equipa encarnada, a verdade é que as substituições de Jorge Jesus acabaram por «tramar» as contas encarnadas.

Noite fria em São Petersburgo que gelou o coração dos adeptos encarnados. O Adeus à «Champions» é certo, a chegada à Europa depende agora do Mónaco.

45 minutos a ver passar amarelos

Para o Benfica, era o tudo o ou nada; para o Zenit... tanto fazia. Jorge Jesus sabia que o jogo era decisivo e por isso mesmo entregou o ataque a Lima, tendo o apoio de Salvio e Gaitan, nas alas. Atrás, o mesmo de sempre: Júlio César à baliza, na defesa Maxi Pereira, Luisão, Jardel e André Almeida, a meio-campo: Talisca, Enzo e Samaris. Um Benfica seguro e convicto de si e que mostrava que estava pronto para lidar com os russos e com o frio de São Petersburgo.

Villas-Boas, não podendo contar com o lesionado Kerzhakov, optou por um onze bem conhecido por parte de todos os adeptos da luz: Lodigyin na baliza, Anyukov, Garay, Lombaerts e Criscito ocuparam o quarteto defensivo, Ryazantsev, Javi Garcia e Witsel a meio-campo e no ataque Hulk, Rondon e Danny.

A verdade é que, face às estrelas presentes em campo, era esperado bem mais. Os primeiros 45 minutos foram passando e Nicola Rizzoli limitou-se a puxar a cartolina amarela do bolso todas as vezes que foram necessárias.

O Zenit controlava, o Benfica reagia e, ao minuto 10, um erro de Jardel ia dando o golo a Hulk... não fosse o brasileiro ter falhado o pontapé. A equipa de André Villas-Boas ia controlando o meio-campo e os lances nas alas; Jesus estava descontente com a equipa e muitas foram as vezes em que chamou a atenção ao meio-campo encarnado.

Para se voltar a ver movimento em campo, os adeptos presentes nas bancadas tiveram de esperar pelo minuto 23. Lombaerts lesionou-se e acabou por obrigar Villas-Boas a fazer entrar Neto.

O tempo ia passando e só na chegada à meia hora de jogo é que o Benfica começou a aparecer. Os encarnados tiveram várias oportunidades de golo, mas a verdade é que faltava sempre a finalização. Finalização essa que Salvio viu, recebeu e falhou... Depois de uma jogada brilhante de Talisca, Gaitan fez o cruzamento perfeito, mas o argentino demorou muito tempo e acabou por perder a oportunidade de marcar. Agarrou Lodigyin.

Chegava o tempo de descanso e com ele a necessidade de ambos os treinadores prepararem as equipas para os momentos decisivos, e verdade seja dita, Jesus fê-lo melhor do que Villas-Boas.

Saiu Talisca, entrou o golo

Depois de 45 minutos com um remate para cada lado, o segundo tempo começou com um controlo melhor por parte da equipa lisboeta e aos 49 minutos Luisão e Jardel não marcaram porque não quiseram. Estava tudo bem feito. Faltou apenas o acertar da pontaria.

E à medida que o Benfica ia crescendo, as dores de cabeça de Villas-Boas iam aumentando. Aos 53', Javi Garcia lesinou-se. Uma lesão muscular imediatamente percebida por todos, e que, mais uma vez, obrigou a outra subtituição forçada...Fayzulin entrou para o lugar do ex-Benfica.

(Foto: AFP)

Um Benfica que jogava «à Benfica» neste segundo tempo. Mantendo-se no controlo da partida e no controlo dos lances de ataque. Gaitan foi o homem que fez tudo sozinho: à passagem dos 60 chegou, passou e ainda fugiu à defesa russa... a verdade é que não estava lá ninguém para receber a bola.

Pouco depois, foi a vez de Enzo pregrar um susto à equipa técnica encarnada. Num lance de contra-ataque, o jogador do Benfica ficou queixoso, mas a verdade é que ainda conseguiu recuperar e não exigiu a substituição.

E enquanto o Benfica ia crescendo, o Zenit ia assustando... Num lance de contra-ataque em que a equipa portuguesa foi apanhada de surpresa, Hulk e Danny pregaram um grande susto à defesa encarnada. Valeu o «salva-vidas» André Almeida a evitar que o internacional português chegasse à bola.

Villas-Boas esgotou as substituições, mas Jorge Jesus ainda tinha 3 trunfos na mão. Derley estava em dúvida, mas ainda viajou com a equipa e aos 70 minutos acabou por entrar para o lugar do apagado Talisca.

Talisca esse que acabou por fazer falta em campo. O Benfica ficou desfalcado a meio-campo e Lima foi obrigado a recuar no terreno para prestar o apoio aos colegas de equipa.

Dez minutos depois, o golo do Zenit. Tanta falta que fez Talisca para fechar o meio-campo. Depois de uma jogada nascida a meio campo e de grande cruzamento de Hulk, Danny,de pé direito, não perdoou e entre Samaris e Luisão atirou forte para o fundo da baliza.

(Foto: Reuters/ Maxim Zmeyev)

Jesus, ao ver a equipa perder a dez minutos do fim, ainda fez sair Samaris para a entrada de Ola John, mas de nada valeu... O resultado estava feito. Já em tempo de descontos, Luisão foi expulso. O Capitão encarnado fez uma falta feia e viu o segundo amarelo, que o deixa de fora do próximo jogo com o Bayer Leverkusen. O Benfica é eliminado da Liga dos Campeões e depende agora do Mónaco para a passagem à próxima fase.

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Sobre o autor
Mariana Cordeiro Ferreira
Transpiro futebol por todos os poros