Tacticamente, o Benfica foi irrepreensivel. A maneira como abordou o jogo e secou as principais peças do FC Porto determinou o resultado final. Brahimi sem produtividade, muitas vezes a derivar para o meio para tentar ganhar espaço, coisa que não tinha com a marcação de Maxi Pereira. Também Jackson Martinez foi bem marcado pela dupla Luisão e Jardel e quando estes não o conseguiram anular, Júlio César e a trave estavam lá.

Nos primeiros 15 a 20 minutos o Porto conseguiu iludir a equipa benfiquista com as penetrações dos médios, neste caso Herrera e Óliver. Jorge Jesus leu bem o jogo e Samaris e Enzo Pérez anularam bem essas investidas. Tello também entrou bem no jogo e conseguiu, nos primeiros minutos, um cartão amarelo para o seu marcador directo, no entanto com o passar do tempo André Almeida conseguiu anular o jogador espanhol.

No onze, o Benfica jogou em 4-1-3-1-1 com Maxi em marcação directa a Brahimi, os centrais a marcarem Jackson conforme ele fosse para a direita ou esquerda. André Almeida a marcar quem estivesse no seu flanco, que neste caso seria Tello, que nos minutos iniciais deu muito trabalho mas o jovem portugues consegui anulá-lo. Apenas com a entrada de Quaresma é que André Almeida sentiu algumas dificuldades.

No meio campo Samaris marcava Herrera e a verdade é que o mexicano pouco se viu na partida depois dos 20 minutos. Óliver nos primeiros minutos teve muito espaço mas a verdade é que a certa altura do primeiro tempo a sua influência no jogo desapareceu, muito por causa da acção defensiva de Enzo Pérez.

O Porto jogou em 4-1-2-3 com os laterais, Danilo e Alex Sandro atentos às movimentações de Gaitán e Salvio e os centrais Martins Indi e Iván Marcano com principal atenção a Lima. Não só por Lima ter marcado dois golos mas os centrais dos Azuis nunca se encontraram e deram sempre muito espaço. Principalmente Marcano, central que parece que não está na sua melhor forma. Casemiro procurava secar Talisca e conseguiu, pois o brasileiro pouco se viu, embora no segundo golo tenha sido ele a rematar para a defesa incompleta de Fabiano e a subsequente recarga de Lima. Apenas com a entrada de Quaresma é que o FC Porto realmente criou perigo mas os avançados e em particular Jackson foram muito perdulários.

João Alves, antigo jogador do Benfica, afirma que «os encarnados jogaram o que tinham de jogar, tacticamente estiveram muito bem. Jorge Jesus é um treinador com calo, com muitos anos de futebol, enquanto o FC Porto tem um jovem treinador que está a dar os primeiros passos. Por isso, senti o Benfica muito mais matreiro, muito mais à vontade, a jogar com o tempo, sem ansiedade». António Oliveira, ex-treinador do Porto, seleccionador luso e agora comentador no programa Trio D'Ataque, referiu: «se o Porto fosse treinado por Jorge Jesus, neste momento estava em primeiro com sete ou oito pontos de diferença», deixando críticas directas a Julen Lopetegui.