Quatro avisos nas quatro primeiras deslocações da segunda volta, e, à quinta viagem, os encarnados finalmente tombaram fora de casa, algo que, tendo em conta o recente historial do Benfica, nem sequer é surpreendente. Nas quatro primeiras deslocações, a águia voou sempre baixinho e nunca enganou o observador mais atento: Paços de Ferreira, Alvalade, Moreira de Cónegos e Arouca, todos eles jogos em que o Benfica chegou a tremer.

Prática desmente Jesus e saídas custam 8 pontos

É verdade que Jorge Jesus, puxando do seu oráculo, augurou uma segunda volta ainda mais forte que a primeira, mas, a prática, qual desmancha-prazeres, foi célere a desmentir o treinador do Benfica. A águia já perdeu oito pontos na segunda ronda do campeonato, quando, na primeira volta, apenas tinha perdido 5 pontos. A série de alertas vermelhos começou logo com a deslocação à Mata Real - derrota por 1-0 após golo tardio de Sérgio Oliveira, Eliseu esteve na origem do castigo fatídico.

Na seguinte deslocação, o Benfica visitou a formação rival do Sporting, e, com uma estratégica amedrontada e calculista, mal se abeirou da área leonina durante 94 minutos, até ao golo miraculoso do salvador Jardel, que anulou a vantagem leonina encetada por Jefferson, aos 87 minutos. Fingindo um pragmatismo que esteve para ser rotulado de total insuficiência exibicional, o Benfica, pouco confiante nas suas qualidades, foi defender-se a Alvalade.

O Moreirense foi o anfitrião seguinte: em Moreira de Cónegos, o Benfica voltou a estar a perder, por intermédio de João Pedro, que marcou antes do intervalo. O Benfica, amorfo e engasgado, tardou em acordar do marasmo e foi mesmo preciso resolver acordar à cabeçada - Luisão subiu à área da casa e, nas alturas, empatou a partida. Depois, em superioridade numérica, os encarnados conseguiram, finalmente, dominar o oponente, acabando por vencer por 1-3.

Num Municipal de Arouca cheio de benfiquistas fervorosos, o Benfica voltou a entrar a perder: Iuri Medeiros colocou o Arouca a vencer logo aos 7 minutos e os encarnados, apesar de fustigarem Goicoechea, ficarem em branco nos primeiros 45 minutos. Sob pressão, o líder da Liga NOS apenas foi capaz de chegar ao empate através de um tremendo e clamoroso erro do «keeper» uruguaio, que chutou a bola contra Lima e a deixou, redonda, nos pés de Jonas. O Benfica acabaria por mascarar suas dificuldades e vencer por 1-3.

Benfica meteu a quinta e...partiu o motor em Vila do Conde

À quinta saída foi de vez: o Benfica até entrou a ganhar (Salvio marcou aos 5 minutos) mas o sono dominou o campeão e o matreiro Rio Ave aproveitou para esboroar a débil estrutura táctica do Benfica, potenciada pela expulsão de Luisão e pela inteligência do técnico Pedro Martins (soltou Diego Lopes e este fez maravilhas no ataque vilacondense). O Benfica voltou a não demonstrar solidez global nas deslocações, deixando, novamente, que o ritmo de pijama dominasse o seu apagado ímpeto competitivo.