Faltando ainda disputar-se oito jornadas até ao final da Liga NOS nenhuma das disputas se encontra resolvida, muito menos no que diz respeito às contas da manutenção que no entanto exibem dois conjuntos que neste momento se encontram em muito má situação - Gil Vicente e Penafiel, com maior incidência neste último que apesar de ter demonstrado alguma reacção com a chegada de Carlos Brito ao comando técnico ainda ocupa a última posição.

Deve ressalvar-se as melhorias variadas do Penafiel, que se mantém em último

Antes da chegada do novo treinador, os durienses deixavam sinais muito preocupantes, a começar pela forma como não aproveitaram a ‘benesse’ que havia sido dada pelo Sporting que se apresentou com uma exibição bem distante do seu melhor. Agora, mesmo com o promissor empate em casa do Estoril, certo é que a estatística prova que terá de iniciar-se uma recuperação extraordinária a todos os títulos para que seja possível ao Penafiel deixar a zona de despromoção.

Para se ter uma ideia, até ao momento a equipa sediada numa simpática localidade nos arredores do Porto sofreu 52 golos, uma contagem demasiado elevada e imprópria para um conjunto com pergaminhos de divisão principal. No entanto, não deixa de ser evidente e meritória a disponibilidade apresentada por esta equipa a cada jogo, o que tem sido insuficiente, é certo, mas faz com que a esperança ainda persista.

No caso do Penafiel tem sido facilmente visível que como a dada altura dizia o anterior treinador, Rui Quinta, “aprendemos o potencial dos jogadores com o passar dos jogos” e realmente os seus atletas têm-se desenvolvido com o decurso da prova, melhorando tanto individual como colectivamente ainda que sem largar a ‘lanterna vermelha’. Resta saber se o conseguirão a tempo.

Gil Vicente já demonstrou ter capacidade para se bater com a concorrência - mas nem sempre o faz

Já o Gil Vicente parece deter possibilidades ligeiramente maiores, mas ainda assim improváveis de abandonar a preocupante situação em que se encontra, podendo recordar-se a interessante exibição realizada há algumas semanas no Estádio da Luz, grandioso palco no qual apenas averbou uma derrota graças a um golo irregular, difícil de descortinar face ao posicionamento do árbitro assistente mas ainda assim em prejuízo da equipa minhota, apontado por Maxi Pereira, como um exemplo.

A agradável prestação no terreno do campeão em título que esteve muito próxima de garantir um ponto - será mesmo de toda a justiça recordar que esse seria até o resultado mais justo tendo em conta a produção de ambas as equipas nesse encontro - prova que o conjunto de Barcelos é capaz de se bater de igual forma com a concorrência presente na competição.

No caso do Gil o problema não será tanto de valia de plantel e estrutura, mas sim de concentração, o que já valeu a perda de importantes pontos em diferentes partidas sem qualquer necessidade. Numa analogia ao ténis, este galo acumula demasiados ‘erros não forçados’ e com isso prejudica a sua própria carreira na Liga que oscila entre resultados negativos e virtudes elogiadas por adversários de superior dimensão.

O mais marcante elogio desta época até à data ao clube de Barcelos terá partido do treinador do FC Porto, Julen Lopetegui, que classificou o Gil como “um adversário que cria muitas dificuldade e tem feito golos”. Confirma-se a avaliação do técnico espanhol, pelo que se questiona, porque não o faz este emblema minhoto mais vezes?

Mais do que a posição e a consistência ou falta dela nas exibições, o que realmente preocupará Gil e Penafiel será mesmo o fosso que já se verifica para o lugar imediatamente colocado acima da linha de água que para os galos, antepenúltimos, se encontra a quatro pontos, ao passo que para os penafidelenses, últimos, se encontra a distantes seis. Tendo em conta que se aproximam várias difíceis batalhas, parece difícil recuperar tanto terreno.

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