Contrariamente ao que uma facção dos adeptos do Sporting e da gestão de Bruno de Carvalho possam pensar, a recente entrevista que concedeu ao jornal ‘Record’ como marco dos dois anos que já celebra enquanto presidente dos leões pouco ou nada trouxe de positivo ao clube. Pelo contrário, mostrou que no geral o histórico clube lisboeta serve de ‘feira de vaidades’ e promoção pessoal e em suma que existe gente realmente sem noção.

Um caso disso mesmo pode encontrar-se num dirigente que dá pelo nome de Bruno de Carvalho em várias das suas afirmações na acima referida entrevista. Sem noção proferir uma frase como “nem consigo avaliar que não se consiga esse objectivo”, referindo-se às hipóteses de o Sporting vencer a Taça de Portugal.

Pior do que isso, ao afirmar que «não faz sentido o Sporting não se qualificar para a fase de grupos da Liga dos Campeões», o líder leonino revela ignorância pois no primeiro caso ainda falta ultrapassar Nacional e Rio Ave/Braga e existe sempre a possibilidade de haver uma Académica a frustrar tudo como sucedeu num passado ainda bem recente.

Quem compara o futebol português a ‘trampa’ não é cuidadoso nas suas intervenções - facto

Quanto ao segundo, dar como garantida a presença na fase de grupos da Champions é não ter em atenção as várias grandes equipas que poderão colocar-se no caminho do Sporting. São várias as possibilidades para os verde-e-brancos terem pela frente adversários de orçamentos, expectativas e capacidade bem superiores, pelo que a palavra de ordem deve mesmo ser de respeito e não ‘peito feito’.

Costuma dizer-se que pela boca morre o peixe, e esse ditado parece absolutamente válido quando nos deparamos com mais uma declaração de BdC que vale a pena seguir com atenção, dizendo o dirigente que «não tenho dúvida de que independentemente de não ser politicamente correcto tenho tido algum cuidado nas minhas intervenções.» Por favor, importa-se de repetir? Não foi esta a mesma personalidade que comparou o futebol português a «nádegas», «ânus» e «trampa»?

Neste momento, o mérito indiscutível que é encontrado na liderança de Bruno de Carvalho é a recuperação financeira do clube. De resto, e como o próprio procura sublinhar, desportivamente a gestão da SAD que lidera continua a deixar muito a desejar e isso volta a ser facilmente identificável pela forma sobranceira com que encara a renovação de um activo importante que redobrará a sua importância com a anunciada saída de Nani como o será André Carrillo.

Ao invés de considerar a renovação de La Culebra uma prioridade, o presidente do Sporting considera que «parece pouco tempo mas ainda é muito, até lá ainda haverá muito para fazer,» colocando-se ’a jeito’ para de uma assentada os verde-e-brancos perderem os seus dois extremos titulares no final desta época em virtude de terem perdido toda e qualquer margem negocial para manter Carrillo nas suas fileiras.

Sporting não foi afastado do título por qualquer aliança, mas sim por culpa própria

Opinar que a Liga de Clubes «um dia há-de a ser» já começa a roçar a hipocrisia tendo em conta a postura demonstrada pelo próprio Bruno de Carvalho relativamente a este ’dossier’, não se fazendo representar em reuniões e assembleias e ao criticar abertamente a forma como a Liga de Clubes está a ser gerida sem sequer se encontrar a par do que nesse órgão se discute. Como alteramos uma realidade que desconhecemos?

Por fim, concluir que «toda a gente viu» que existiu e continuará a existir uma aliança entre Benfica e FC Porto para desconcertar o Sporting e retirá-lo da equação que inclui águias e dragões na luta pelo título acaba por não ser menos do que um tiro no próprio pé que acaba por ser disparado pelos resultados do próprio Sporting.

Basta recordar que ainda não há muito tempo o clube de Alvalade teve a oportunidade de se aproximar dos seus adversários por altura da sua visita ao Dragão e no fim realizou uma exibição pobre e vista como insatisfatória pelos seus próprios adeptos, sendo que os verdadeiros sportinguistas não pensam em individualidades nem tão-pouco pensam pequeno. Já os outros…