Existe no nosso País uma região no qual o seu derby atinge uma rivalidade ao nível dos Clássicos que incluem Benfica, FC Porto ou Sporting, e no qual a intensidade dentro e fora do campo quase nunca alcança limites - o belo e imponente Minho que voltava a receber um confronto entre Vitória de Guimarães e Sporting de Braga com o lugar que ambos os conjuntos têm por hábito disputar em vista, passando pelo quarto lugar imediatamente abaixo dos ‘três tubarões’.

Esta partida tinha uma importância acrescida para o Sp. Braga pois ainda possuía uma réstia de esperança em chegar ao terceiro posto, dificultada não apenas pela distância pontual como também pelo grande golo de Junya Tanaka na Pedreira que faz com que o confronto directo com o Sporting represente também uma desvantagem.

Por outro lado, o V. Guimarães esperava apelar precisamente ao jogo realizado ante os leões na primeira volta, que levou mesmo a um polémico comunicado de Bruno de Carvalho no Facebook após uma copiosa derrota por 3-0 para realizar uma exibição idêntica e assim levar de vencida o seu rival regional. Ao esperar-se tamanho equilíbrio de forças, a primeira parte não desiludiu nesse aspecto ainda que os lances de real destaque para o encontro apenas se tenham desenrolado na segunda.

Vitória levou a melhor graças a uma associação entre a boa exibição de Bernard e a elevação de Valente

Ainda na primeira metade os visitantes perdiam um dos jogadores em melhor forma até esse momento, Rúben Micael, rendido pelo experiente Alan, mas o lance decisivo estaria marcado para o minuto 66, altura em que o V. Guimarães já se havia mostrado Valente e a justificar um golo que haveria de surgir na cobrança de um pontapé de canto apontado por Bernard, precisamente a prestação mais consistente e conseguida em campo.

O centro do criativo ganês chegaria até uma superior elevação do atacante Ricardo Valente que assim fazia jus ao próprio nome e com valentia se revelava determinante para uma equipa de volta ao seu melhor e meritoriamente um dos bons conjuntos desta Liga.

Apesar da não muito elevada estatura, o avançado que chegou ao Minho com a missão de render Hernâni teve uma impulsão impossível de contrariar pela marcação adversária e atirou em direcção ao segundo poste e para um golo decisivo, e tal como na anteriormente referida vitória sobre o Sporting na primeira volta, na qual aproveitou dois erros adversários para atirar a marcar, os vimaranenses voltaram a ser absolutamente eficazes no seu reduto.

Até final, o Sp. Braga procurou pressionar mas o Vitória fechou-se a preceito

Após o golo foi sem surpresa que o Sp. Braga assumiu as despesas de um jogo que felizmente não contou com casos de arbitragem como em outras ocasiões lamentadas pelo seu técnico Sérgio Conceição ou o seu presidente António Salvador, mas nunca sem colocar em real perigo as redes defendidas por Douglas, bem coadjuvado pela sua defensiva reforçada nos minutos finais pelo médio defensivo Bouba Saré, lançado para segurar ímpetos ao adversário.

Até final o Vitória foi-se defendendo a preceito num encontro no qual há a registar o facto de não ter tido qualquer expulsão, o que é sempre de saudar numa partida desta intensidade que costuma oferecer incidências, conflitos e casos de arbitragem. Neste caso particular, o Vitória sobrepôs-se ao Braga, tangencialmente sim, mas com justiça.