A tarefa já se adivinhava hercúlea mas a entrada possante do Bayern acentuou ainda mais esse medo - o FC Porto sentiu, logo nos segundos iniciais, a avassaladora entrada bávara no jogo, e, imediatamente, a reacção instintiva do Dragão foi encolher-se. Minuto a minuto, a insegurança colectiva do Porto subia, à medida que a confiança germânica ascendia. O golo, antes do quarto de hora, foi, ainda que na madrugada do embate, o canto do cisne para o Dragão.

Thiago Alcântara cabeceou (sem marcação efectiva) para as redes de Fabiano e todas as interpretações apontavam para a dominação total do Bayern. Sem dúvidas. A equipa de Pep Guardiola continuou a imprimir um ritmo acelerado, subindo constantemente as linhas e cortando as pernas às tentativas de saída de bola do FC Porto, que se limitava a aliviar a pressão bávara com pontapés desconexos. Sem ar para golfar nem espaço para sequer se contorcer, o Dragão definhava na Allianz Arena.

Os golos alemães apenas deram sequência lógica ao domínio indubitável - Boateng marcou de cabeça (voltando o Porto a falhar nos duelos aéreos) e Lewandoswski fez o mesmo, finalizando uma bela jogada de ataque com um golpe de cabeça certeiro. Aos 36 minutos o Porto encaixava quatro golos, com Thomas Muller a disparar de longe e a beneficiar de um infeliz ressalto nas pernas de Martins Indi. Aos 40, o avançado polaco marcava o 5-0.

Em 45 minutos, o Porto fora reduzido a cinzas pelo punho destrutivo do Bayern, renascido também ele das cinzas às quais fora reduzido em pleno Dragão, na primeira mão da eliminatória. Cinco golos chacinaram o Porto, tolhendo toda a confiança e estabilidade emocional (perdida, logo cedo, por Quaresma). Na segunda parte, o Bayern abrandou o ritmo e permitiu ao Porto minutos com bola no pé - Jackson Martínez, guerreiro esforçado, marcou a passe de Herrera e minimizou os estragos da eliminatória.

Mas, aos 88 minutos, por Alonso, o Bayern colocou mais uma vez a bola nas redes de Fabiano, fixando o resultado final em 6-1, 7-4 no agregado da eliminatória. O apito final terminou com a agonia portista, antes esperança, agora desilusão. Se o 3-1 do Dragão colocou o Porto mais perto de uma realidade gloriosa, o 6-1 de Munique chacinou uma esperança que se vinha a engrandecer. Tão perto e ainda assim tão longe - assim podemos, simplificadamente, narrar a passagem do FC Porto pelos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

 

 

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