Vieira e Jesus: Nascidos para trinfuar

A dupla formada pelo Presidente Luís Filipe Vieira e o treinador Jorge Jesus é a mais vitoriosa das águias das últimas décadas. O nome desta dupla ficará gravado na história do Campeão Nacional, rivalizando com parcerias que triunfaram na Luz, tais como Fernando Martins e Sven-Goran Eriksson, Duarte Borges Coutinho e Jimmy Hagan ou Vieira de Brito e Bela Gutman. Com esta dupla ao leme do futebol do Benfica, as Águias conquistaram tudo o que havia para conquistar em Portugal e encantaram meio mundo com o seu futebol ofensivo.

Na época de 2009/2010, quando JJ chegou ao Benfica, afirmou que com ele, os jogadores jogariam "o dobro". E tal veio a confirmar-se. Jesus deslumbrou com o "rolo compressor" e trucidou todos os advsersários que se atravessaram no seu caminho, sagrando-se campeão da Liga. A juntar ao título, que fugia desde 2004/2005, o Benfica conquistou também a Taça da Liga, ao bater o FC Porto por 3-0 na final. Eram os primeiros dois títulos de uma dupla que viria a ficar na história.

Jesus e Vieira mostram grande entendimento na Luz. (Fonte: Lusa)

Na época de 2010/2011, o Benfica partia com altas expectativas, sobretudo para revalidar o título de campeão nacional, algo que não acontecia desde a altura em que Jimmy Hagan ainda era treiandor na Luz. No entanto, foi uma época completamente para esquecer, em que o Benfica cedo se viu afastado do título da Liga e da Taça de Portugal. No entanto, voltou a conquistar um título, a Taça da Liga, e conseguiu voltar a pôr o nome do Benfica no epicentro do futebol europeu, ao chegar à meia-final da Liga Europa, onde foi obtido pelo Braga de Domingos Paciência.

Depois de uma época para esquercer, em 2011/2012, o Benfica investiu forte de maneira a reconquistar o título perdido no ano anteiror. O campeonato até parecia correr de feição aos encarnados, que na segunda volta iam com 5 pontos de vantagem para o FC Porto. No entanto, os Encarnados não conseguiram aguentar a vantagem e acabaram o Campeonato em segundo lugar, tendo sido eliminados da Taça de Portugal precocemente. Ficou o "habitual" título da Taça da Liga e a melhor campanha até à data de Viera e Jesus na Liga dos Campeões, com a eliminação diante dos Chelsea nos quartos-de-final, que depois se viria a sagrar campeão Europeu.

Numa altura em que a contestação em redor de Jorge Jesus começava cada vez a crescer mais, Luís Filipe Vieira não cedeu a pressões e manteve o técnico Amadorense à frente da equipa. A época de 2012/2013 foi provavelmente a época mais marcante para o Benfica de Jesus e Vieira. Apesar de apresentar um futebol deslumbrante e de ter estado em todas as decisões, o Benfica despediu-se sem nenhum título desta época.

O fantasma do minuto 92, que fez o Benfica perder o campeonato e a Liga Europa no último minuto, assim como uma série de erros individuais do treinador e jogadores fizeram com que uma época de sonho, marcada pelo regresso a finais Europeias acabasse em desgraça. O ambiente no balneário era tenso (havia jogadores como Cardozo que culpavam Jesus pelo descalabro - empurrão do Paraguiaio no final do jogo da Taça), os adeptos não perdoavam o falhanço e a comunicação social arrasava JJ. No entanto, este terá sido o ponto de viragem para a sorte do Benfica e uma forte demonstração de confiança no treinador do Benfica. Luís Filipe Vieira logo anunciou a manuenteção de Jesus no comando do Benfica, tendo-lhe sido renovado o contrato até ao fim da presente época. Vieira reconheceu o bom trabalho de Jesus à frente do Benfica, que em 4 épocas conquistou um campeonato, 3 taças da Liga e trouxe de volta o Benfica à ribalta Europeia e esta confiança foi inteiramente retribuída pelo técnico.

Jesus no fim do jogo frente ao Chelsea, numa época que terminou em pesadelo. (Fonte: Record)

Na época 2013/2014, Vieira deu todos os elementos a Jesus para montar um plantel de luxo mas no início os tempos foram conturbados e até se falou do despedimento do treinador. Não obstante a pressão, Vieira deu tempo a Jesus, que montou uma máquina de futebol muito bem oleada. o Benfica acabou a época com o triplete interno, vencendo Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga e apenas não voltou às conquistas europeias pois foi travado nos penáltis por Beto e companhia, na final da Liga Europa frente ao Sevilha. Era a cereja no topo do bolo mas tal não veio a acontecer. Ainda assim, foi uma época marcante para os Benfiquistas, reachada de títulos, como não se via na Luz já há uns anos.

À partida para a nova época, Vieira sabia que não era possível ter um Benfica tão forte como nos últimos anos, devido ao forte investimento feito no passado e que era portanto preciso curtar custos e realizar entradas em caixa. Muitos jogadores que triunfaram em 2013/2014 abandonaram o clube (Oblak, Garay, Siqueira, André Gomes, Markovic, Rodrigo, Enzo a meio da época) e a pré época não foi animadora para os adeptos Benfiquistas. No entanto, Vieira reconheceu a necessidade de ir buscar mais-valias imediatas para o plantel, que pudessem figurar no onze sem precisarem de tempo de adaptação e promoveu a entrada a custo-zero de dois elementos fundamentais na caminhada para o Bi-Campeoanto, Jonas e Júlio César. Apesar do claro falhanço Europeu (o Benfica ficou em quarto lugar no grupo da Champions), o Benfica voltou a dominar a nível interno, tendo conseguido o seu primeiro Bi-Campeonato em 31 anos e chegando uma vez mais à final da Taça da Liga.

Jorge Jesus é o único Português a conseguir o Bi no Benfica. (Fonte: AFP)

Em termos de títulos, Jesus já é o mais consagrado da história do Benfica: 3 Ligas, 4 Taças da Liga (5 se ganhar esta Sexta), 1 Taça de Portugal e 1 Supertaça. No entanto, a parceria vencedora também tem grande mão de Vieira, que soube aguentar o treinador em momentos chave, quando a solução mais fácil era deixá-lo sair, e sempre deu ao ex-treinador do Braga todas as ferramentas para conseguir triunfar. Para além do excelente desempenho desportivo interno, Jesus conseguiu trazer o Benfica de volta à ribalta do futebol Europeu, com duas finais europeias consecutivas. Ainda para mais, o seu legado é também visto do ponto de vista financeiro.

As finanças do clube também agradecem

Se é verdade que Jorge Jesus esteve sempre à frente de planteis com grandes nomes e muito talento, não é menos verdade que Jesus soube potenciar estes elementos e trazer um grande retorno financeiro para o clube. As grandes temporadas a nível interno e sobretudo as caminhadas europeias fizeram os grandes tubarões estarem atentos ao Benfica como clube formador de grandes talentos. Vieira abriu muitas vezes os cordões à bolsa para trazer para a Luz jogadores a quem se perspectivava grande futuro e Jesus tratou de lapidar esses diamantes.

Nomes como Di María, David Luiz, Fábio Coentrão, Enzo Pérez, Ramires, Garay, Matic, Witsel, Javí Garcia, Markovic, Rodrigo ou André Gomes tem todos em comum o facto de terem trazido um grande retorno desportivo para o clube, mas também financeiro. Algo que só foi possível devido ao grande investimento em infraestruturas de treino de topo por Vieira mas também pelo grande aproveitamente que Jesus tem dos jogadores e em saber extrair deles o melhor possível.

Di Maria foi uma das maiores estrelas que Jesus potenciou. (Fonte: Lusa)

Jesus e Vieira têm vindo a formar desde 2009 uma dupla victoriosa, que certamente todos os Benfiquistas quererão continuar a ver em 2015/2016. No entanto, antes do tema da renovação, o Benfica tem ainda um título por disputar, quando defrontar esta Sexta Feira o Marítimo em Coimbra, em jogo a contar para a Final da Taça da Liga.