Depois da derrota na semana passada, diante do FC Porto, o Benfica regressou às vitórias na Liga, ao voltar a vencer em casa por 3-0 o Paços de Ferreira no Estádio da Luz, no encontro da sexta jornada da Primeira Liga. Jonas (39' e 74') e Gonçalo Guedes (67') marcaram os golos que garantiram o triunfo caseiro do clube encarnado, que assim recuperou dois pontos ao rival nortenho uma semana depois do desaire no Dragão.

Para as águias, tratou-se de um vitória importante, já que depois da derrota no Estádio do Dragão e antes da díficil visita ao Atlético de Madrid, o Benfica precisava de recuperar a confiança que podia ter perdido, definitivamente, na Invicta. O treinador Rui Vitória quis dar um sinal de confiança aos jogadores e repetiu o onze inicial da última jornada. André Almeida mantinha-se assim no meio-campo, ainda que o sérvio Fejsa tenha recuperado a tempo e estivesse apto a jogar.

O primeiro tempo surgiu com a equipa encarnada a tentar desde cedo tomar o controlo de jogo com posse de bola e tranquilidade. Já no outro lado, o Paços de Ferreira apresentava-se com linhas altas, sem mostrar qualquer receio do favoritismo das águias, já que os pacenses chegavam à Luz com apenas uma derrota em cinco jogos nesta edição da Liga NOS.

A primeira oportunidade de perigo no jogo pertenceu ao Benfica, logo aos 15 minutos. Gaitán (o cérebro da equipa) combinou com Jonas, recebeu mais à frente e, perante a saída de Marafona, atirou ligeiramente por cima. Contudo, nada disso incomodou os castores, que, após um mau passe de Jardel, responderam às águias e remataram ao lado da baliza de Júlio César por intermédio de Roniel. Após o aviso dos pacenses, viu-se um jogo algo aborrecido com alguma falta de garra e concentração por parte do Benfica, que falhou muitos passes. Foi então que, no meio do mometâneo marasmo, aconteceu magia.

Quem tem um jogador com o elevado calibre de Jonas sabe que tudo pode mudar de um momento para o outro - e, de facto, foi isso que aconteceu. O avançado brasileiro, aos 39 minutos, mediu a distância até à baliza e, fora da área, executou um excelente remate, daqueles que levava «selo de golo» incorruptível. Marafona, surpreendido, viu a bola sobrevoar a sua sombra e beijar, deliciosamente, as redes dos castores.

Mais uma vez, o Paços de Ferreira não se mostrou afectado e, no minuto seguinte, Diogo Jota, como uma flecha, correu até à baliza de Júlio César e por pouco não marcou, num contra-ataque que a defensiva do Benfica não teve pernas para suster - a bola passou ao lado. Chegávamos assim ao intervalo.

Ainda faltavam 45 minutos para acabar o jogo mas os encarnados pareciam que já tinham ganho, tal a postura morosa com que entraram na segunda parte. Os pupilos de Rui Vitória voltaram a baixar o ritmo de jogo e pareciam já estar satisfeitos com a vantagem de um golo, resultado sempre perigoso. Mas mais uma vez as individualidades foram cruciais e fizeram com que o colectivo superasse este momento de menor fulgor. Gaitán, aos 67 minutos, recebeu a bola na linha, simula e baila perante o seu marcador directo, levanta os olhos depois para assistir Gonçalo Guedes. Este, qual ponta-de-lança, rematou para o 2-0. O jovem português marcou o seu primeiro golo com a camisola principal do Benfica.

O jovem formado no Benfica fez uma assistência e um golo (Foto: Mário Cruz/Lusa)

A partir daí só deu Benfica e, após ameaçar várias vezes, a águia viria a ampliar a vantagem aos 74 minutos, novamente por intermédio de Jonas (7 golos em seis jogos) graças a um passe de morte de Gonçalo Guedes. A partida ficava assim sentenciada e o Paços de Ferreira, já sem nada a fazer, baixava os braços. Até ao final, Luisão ainda cabeceou ao poste. Com este triunfo, a equipa de Rui Vitória passa a somar 12 pontos ficando, à condição, a um ponto dos leões, e a dois do FC Porto, que ontem empatou em Moreira de Cónegos. O Paços de Ferreira mantém os oito pontos e, por agora, o oitavo lugar.

Paços de Ferreira: um adversário de louvar

O resultado pode ser folgado mas é algo enganador. O Paços de Ferreira, pelo jogo que fez, não merecia perder por tantos. É de louvar a equipa treinador por Jorge Simão. Ao contrário do que seria de esperar, o Paços de Ferreira não se apresentou em «modo autocarro» e deu uma excelente imagem e exemplo. A equipa da Mata Real criou vários lances de desequilíbrio e defensivamente apresentou uma organização que contrariou os anfitriões. Ficou ainda por marcar um grande penalidade a seu favor por causa de um desvio com a mão de Mitroglou, após livre de Christian (19m). Um toque subtil, dificíl de analisar mas que existiu mesmo.