Não foi com surpresa que o mundo benfiquista viu o jovem médio da «cantera» do Seixal pisar o relvado do reduto do Astana na condição de titular, em estreia absoluta no onze inicial das Águias. Rui Vitória ofereceu a Renato Sanches a responsabilidade de envergar a camisola do Benfica enquanto titular numa partida da Liga dos Campeões - um peso nos ombros que o centrocampista rapidamente sacudiu, mostrando, ao invés de nervosismo, irreverência e uma simultânea maturidade já assinalável.

No 4-2-3-1 de Rui Vitória (segundo jogo seguido do técnico neste esquema táctico), Renato Sanches, de apenas 18 anos, foi incumbido da responsabilidade de fazer parelha com o grego Samaris para formar o tampão do meio-campo, e, ao mesmo tempo, auxiliar na construção de jogo da equipa encarnada. Solto e sem medo de progredir com a bola no pé, o centrocampista não brilhou mas deixou anotamentos que deixam prever altos voos. Com um óptimo domínio de bola, técnica apurada e garra - quer na progressão no terreno quer no duelo defensivo - Renato Sanches mostrou serviço a Vitória.

Com a condição física de Fejsa a ser um problema crónico, a falta de efectividade de Pizzi no miolo (começa agora a ser puxado para a direita no actual esquema), a descrença do staff técnico em Bryan Cristante, a relegação de André Almeida para o estatuto de suplente e a flutuação de forma de Talisca, Renato Sanches poderá ser, a curto/médio prazo, uma solução regular para Rui Vitória. Se o técnico mantiver o 4-2-3-1 contra o SC Braga, e tal é de facto expectável, o médio de 18 anos deverá mesmo efectuar a sua estreia a titular na Liga portuguesa.