Pela primeira vez na história do futebol português, o Arouca venceu o Porto em jogos oficiais. Os forasteiros apresentaram-se sem medo no estádio do Dragão e deslumbraram com um golo de Walter logo aos 13 segundos ficando o registo para o tiro certeiro mais rápido na presente edição da Liga NOS. Pouco depois, Aboubakar empatou mas o mesmo Walter González voltou a colocar o Arouca na frente do marcador no decorrer da 2ª parte. Com esta derrota, o Porto fica mais longe do 1º lugar, uma vez que tanto Benfica como Sporting não parecem estar dispostos a facilitar no topo da classificação.

Primeira-Parte: início de jogo diabólico no Dragão

No belíssimo Estádio do Dragão, Porto e Arouca entraram em campo para disputar os 3 pontos numa partida a contar para a jornada 21 da Liga NOS. Tal como a VAVEL Portugal avançou, José Peseiro optou no 11 inicial por Angel na lateral para render Maxi Pereira e ainda Maicon no lugar de Marcano.

Com o esférico no pé, o Arouca precisou apenas de 13 segundos para bater Casillas. No primeiro lance do duelo, Walter González aproveitou uma bola bombeada para a grande área e assim ficou o registo para o tento mais rápido da actual edição da Liga NOS. Depois deste início louco de jogo, o Porto subiu rapidamente no terreno em busca do empate. No entanto, foram os forasteiros a pôr à prova o guardião azul e branco por intermédio de Artur que rematou para defesa de Casillas. Na resposta, Danilo Pereira surgiu oportunamente na frente e com um tiro potente levou o esférico a passar perto do poste. Neste começo de jogo frenético, relevo para o tiro certeiro de Aboubakar depois de mais uma assistência do mexicano Layún, ao minuto 14. O avançado portista fez o gosto ao pé pela décima vez no campeonato desta feita com um cabeceamento como mandam as leis. A reacção dos dragões ao golo sofrido foi notável com Danilo Pereira e Brahimi a serem os rostos da ambição azul e branca. O Arouca não se deixou intimidar e ficou o registo para um grande remate de Nuno Coelho, que obrigou Casillas a uma parada fenomenal. O ritmo de jogo foi incrivelmente acelerado com um Arouca a apresentar-se confiante e com uma táctica audaz. O Porto por sua vez demonstrou espírito de sacrifício e praticou nos primeiros 20 minuto um futebol vistoso. A meio da primeira parte, o mexicano Corona fugiu à defesa arouquense e rematou forte levando Bracalli a aplicar-se com uma defesa fantástica. Depois da meia hora, o duelo baixou a intensidade dos minutos iniciais com o Porto a acalmar o jogo com posse de bola mas sem grande progressão na frente de ataque. O Arouca construiu uma barreira defensiva sólida e com o cronómetro a passar cabia ao Porto assumir as rédeas do jogo. Já perto do intervalo, Mateus isolado em frente a Casillas permitiu ao guardião defender de forma soberba. O Porto adormeceu depois do minuto 30 e o Arouca por sua vez apresentava-se com um miolo consistente que abafou o dinâmico meio-campo de Herrera, Danilo e André André.

Ao intervalo o empate aceita-se perfeitamente com Porto e Arouca a repartirem as oportunidades de golo. Os guarda-redes estiveram em foco e fica a nota para uma partida equilibrada no primeiro tempo que desiludiu as bancadas do Dragão. Os azuis e brancos fizeram uma boa meia hora mas perderam a chama com o passar do tempo. Defensivamente os portistas estiveram intermitentes e foi graças a Casillas que não viram o esférico entrar novamente na sua baliza. Os destaques vão para Danilo Pereira para o Porto e Nuno Coelho no Arouca. Para a história da primeira parte ficam os tentos de Walter González aos 13 segundos e o de Aboubakar ao minuto 14.

Segunda-Parte: Walter González gelou o Dragão

A abrir a segunda-parte, Aboubakar falhou de forma inacreditável desperdiçando um golo cantado. Os azuis e brancos entraram dinâmicos e o Arouca baixou estrategicamente as linhas para tentar segurar o empate. Nos primeiros minutos assistiu-se a um Porto com vontade e posse de bola, mas o nervosismo da equipa de Peseiro foi constante. O Arouca fechou bem os espaços mas a responsabilidade em não criar perigo foi do Porto. No primeiro quarto de hora erro grosseiro da equipa de arbitragem com os dragões a introduzirem a bola na baliza de forma legal. O juiz da partida assinalou fora de jogo a Brahimi e a polémica instalou-se. Pouco depois o Arouca subiu pelo terreno como uma flecha e o mesmo Walter González furou a rede de Casillas. O jovem arouquense correu, correu e aproveitou um disparate de Maicon para fazer o segundo golo no Dragão. Nas bancadas, os assobios tomaram conta do ambiente e o Porto não mostrou uma reacção muito assertiva ao golo sofrido. O recém-entrado Marega lutou contra a monotonia e num tiro fantástico viu Bracalli negar-lhe o festejo. Os dragões atacaram muito, correram muito mas faltaram os passes de ruptura que permitissem oportunidades de golo. O treinador José Peseiro a precisar de vencer retirou André André e Brahimi e inexplicavelmente deixou Suk no banco.

A 6 minutos do fim, Marega e Aboubakar ficaram perto da emenda mas à boca da baliza não tiveram arte nem engenho para chegarem à igualdade. Em cima do minuto 90, o Porto desperdiçou lances de bola parada e não se compreende como é que os invictos não colocavam várias unidades na área. As substituições falharam por completo uma vez que nem Varela nem Marega conseguiram desequilibrar para chegar ao empate. Os dragões não criaram grandes oportunidades na segunda-parte e o Arouca acaba por vencer justamente deixando as bancadas azuis e brancas completamente geladas. No último suspiro do encontro foi o Arouca a sair para o contra-ataque com Zequinha a controlar a bola bem longe da sua área.

Se na 1ª parte, o Porto apresentou qualidade e, em algumas fases um futebol bem praticado, a verdade é que na 2ª parte se apresentou nas 4 linhas extremamente nervoso e com os sectores desorganizados. A circulação de bola baixou drasticamente em termos estéticos com os dragões a demonstrarem pouco entrosamento entre os homens da frente. Nos segundos 45 minutos, as oportunidades de golo foram escassas, com Lito Vidigal a vencer o duelo táctico a José Peseiro. Os forasteiros ganharam a luta a meio-campo e impediram o favorito FC Porto de criar jogadas de ataque que lhe permitisse chegar à vantagem. O jovem avançado de 20 anos, Walter González leva já 3 golos no Campeonato e foi sem dúvida o melhor jogador em campo, sendo o rosto que espelhou a ambição incrível que a sua equipa evidenciou dentro das quatro linhas. O golo de Aboubakar foi insuficiente e fica ainda a nota de destaque para um exibição desastrosa de Maicon que esteve mal nas abordagens aos lances que deram origem aos tiros certeiros do Arouca. Por fim, é importante realçar que o Porto tem queixas fundamentadas da arbitragem uma vez que Brahimi inseriu o esférico na baliza contrária sem que tivesse existido qualquer posição irregular.

Os dragões mantêm a 2ª posição da Liga NOS com 46 pontos e encontram-se agora a 6 do Benfica, podendo ainda ficar a 8 do Sporting caso os de Alvalade triunfem frente ao Rio Ave, na próxima Segunda-Feira. O incrível Arouca sobe consideravelmente na tabela classificativa somando agora 28 pontos na 7ª posição. De realçar ainda que depois de 6 partidas frente aos dragões, o Arouca venceu pela 1ª vez na sua história o emblema portista. Para José Peseiro esta é a primeira derrota no Campeonato desde que assumiu o comando técnico dos dragões e para o Porto este é já o 3º desaire na Liga NOS.

VAVEL Logo
Sobre o autor