Estamos na rota do clássico Benfica x Porto, partida que, na Sexta-feira, colocará frente-a-frente o novo líder do campeonato e o terceiro classificado. As águias chegam ao duelo de nervos numa fase ascendente da temporada, com 11 vitórias consecutivas e renovada confiança para atacar o objectivo de conquistar a Liga, enquanto o FC Porto, que navega por águas bastante turvas, vive um momento conturbado, dentro do balneário e nas quatro linhas.

Daí que as mexidas forçadas em ambos os onzes sejam encaradas de formas distintas: na Luz, a inclusão do jovem sueco Lindelof (forçada pela lesão de Lisandro) no eixo defensivo surge numa altura plena de tranquilidade desportiva, ao passo que a composição do eixo central recuado do Porto sofrerá mudanças após momentos controversos, vividos durante o Porto x Arouca, que terminou com a surpreendente vitória do conjunto de Lito Vidigal.

Isto porque, após um erro defensivo infantil (que resultou no segundo golo arouquense), o capitão portista Maicon abandonou inusitadamente o relvado, sem obrigar à paragem do jogo. A atitude do central brasileiro caiu como uma bomba no reino do Dragão e, ao que tudo indica, o jogador não se apresentará no clássico da Luz, forçando a entrada do central espanhol Iván Marcano para completar parelha com o holandês Martins Indi.

Assim, o Benfica operará mudanças durante um período de estabilidade desportiva, ao passo que o FC Porto as implementará vivendo momentos de incerteza técnico-táctica (na adaptação à ideologia do novo treinador) e de fragilidade mediática (caso Maicon e aparente mau-estar entre alguns jogadores, como Yacine Brahimi, revoltado pela substituição operada por José Peseiro perante o Arouca). Poderão estas factualidades influenciar a performance das equipas? 

É certo que o eixo defensivo de uma equipa é parte fulcral da organização e pulsação da equipa, mas, sendo isso verdade, não poderá o Benfica estar em aparente desvantagem técnica? Isto porque o jovem Lindelof, apesar das boas indicações dadas frente ao Belenenses, está longe de estar habituado a exigentes clássicos desta envergadura. O mesmo não se poderá dizer de Marcano, potencial substituto de Maicon. Quem errará menos?