Com mais de 26 000 adeptos nas bancadas do Estádio Cidade de Coimbra, o Benfica recheou o recinto de vermelho e venceu a Académica por 1-2, em duelo a contar para a jornada 29 da Liga NOS. Os estudantes inauguraram o marcador na 1ª parte, mas Mitroglou e Jiménez passaram no exame final, mostrando a alma encarnada depois de uma exibição instável da turma da Luz. A vitória levou ao rubro todo o estádio e a liderança isolada mantem-se vermelha, com o Sporting a 2 pontos das águias.

Primeira parte: despertador encarnado não tocou antes do minuto 30

O Estádio Cidade de Coimbra mais parecia um mini Estádio da Luz, com uma moldura humana repleta de vermelho e branco. O fim de tarde brindou os jogadores de Académica e Benfica  com um ambiente extraordinário para a prática de futebol, e em causa estava a luta pelo título e a necessidade alarmante de tentar permanecer na Liga NOS. No Benfica, Samaris foi a única novidade no 11 de Rui Vitória no lugar do sérvio Fejsa.

Com o esférico a rolar, Rabiola tentou acelarar no início, mas as águias acertaram taticamente o jogo desde cedo. Nos instantes iniciais os estudantes apresentaram uma muralha defensiva que impediu as águias de criar perigo nesta fase. No miolo, Samaris e Renato deram impulso à troca de bola encarnada, mas faltaram penetrações nos últimos 30 metros. Em 10 minutos não se registou qualquer remate, mas as águias dominaram territorialmente o duelo. A postura da Académica foi demasiado cautelosa, mas Marinho e Rabiola estiveram perto de criar perigo no contra ataque; ao Benfica faltava maior dinâmica nas alas.

A Académica abriu o marcador // Foto: Facebook da Académica
A Académica abriu o marcador // Foto: Facebook da Académica

O canarinho Jonas descaiu na lateral, olhou para a área e encontrou Mitrglou, que rematou para fora, mas fica o registo para o primeiro tiro aos 15 minutos. Na resposta, a Académica não tremeu diante Ederson e, num contra golpe fulminante, Pedro Nuno furou a rede com classe, depois de um grande  cruzamento de Rafa Soares. As águias reagiram, mas num passe de Pizzi o grego Mitroglou foi apanhado em fora de jogo na hora de marcar. Em cima da meia hora, foco para um jogo aborrecido, que se resume a um Benfica dominador na posse de bola, mas sem criar perigo, enquanto a Académica se limitou a defender com a felicidade de ter conseguido marcar num lance de contra ataque.

Os criativos Gaitán e Pizzi decidiram aparecer na recta final da primeira parte e o Benfica conseguiu subir a intensidade do seu jogo, com destaque para um lance bem desenhado pelo ataque, com Jonas a ficar perto de se antecipar ao guardião Pedro Trigueira. Na marcação de um canto, Mitroglou falhou a melhor ocasião de golo do duelo, com um cabeceamento perigoso que passou ligeiramente ao lado. Pouco depois o grego não vacilou, furando a rede dos estudantes para o empate. O mortífero ponta de lança surgiu solto na área e, de cabeça, fez um tento de belo efeito, depois de um cruzamento soberbo de Pizzi. Logo a seguir, o mesmo Pizzi surgiu na cara do golo, mas falhou escandalosamente a reviravolta na partida, depois de um passe incrível de Samaris.

O Benfica empatou antes do descanso // Foto: Facebook do SL Benfica
O Benfica empatou antes do descanso // Foto: Facebook do SL Benfica

Antes do apito para o descanso, Jardel rematou ao lado, e logo a seguir Capela mandou toda a gente para o balneário. A primeira meia hora foi apática do Benfica e a Académica aproveitou para marcar. A partir daí as águias acordaram e aumentaram o pressing, chegando ao 1-1 antes do intetvalo.

Segunda parte: surpresa mexicana para o final

Para o segundo tempo os técnicos não aleraram nada, e foi o Benfica a começar a todo o gás com um livre perigoso de Gaitán. O argentino obrigou Trigueira a uma defesa de alto nível. Neste início de segunda parte as águias voaram com maior intensidade até ao ataque, e muito se deve à subida de rendimento de Renato Sanches, que passou a assumir a partida para a frente com maior pressing do que apresentou na primeira parte. Já a Académica manteve o seu xadrez de jogo cauteloso, sem arriscar muito. A exepção foi o veterano Marinho que, sempre que podia, criava dificuldades a Eliseu.

A Académica entrou mais apática no 2º tempo // Foto: Facebook da Académica
A Académica entrou mais apática no 2º tempo // Foto: Facebook da Académica

Com o passar dos minutos os nervos nos encarnados foram aumentando, o que levou Rui Vitória a retirar Pizzi por Carcela para tentar explodir com o resultado. A Académica continuou fiel aos seus princípios de apresentar um bloco baixo, e o espaço para as águias atacarem era cada vez mais escasso. Apesar do início fernético dos homens da Luz, a verdade é que a bola não chegava a Jonas nem Mitroglou, mas tem de se ter em conta que os estudantes conseguiram baixar a intensidade de jogo de forma estratégica. A pouco mais de 20 minutos do final da partida o Benfica ficou muito perto de fazer o gosto ao pé, mas valeu Trigueira a desviar com uma belíssima defesa depois de um cabeceamento de Jonas. Pouco depois Jardel subiu mais alto que os adversários e, de cabeça, permitiu defesa segura de Trigueira.

Com Talisca no lugar de Samaris o técnico da Luz apostou tudo no ataque, e foi o brasileiro a testar uma vez mais os reflexos do incrível guardião dos estudantes, com um remate à figura. Pouco depois, Gaitán não teve a tranquildade suficiente para bater as redes da Académica. Para os 10 minutos finais Eliseu deu lugar a Jiménez, e foi o desespero total em busca do golo. A Académica desceu ainda mais as linhas e abdicou completamente de atacar. A 5 minutos dos 90, o mexicano Jiménez aproveitou um grande passe de André Almeida e, com um tiro potente, bateu Trigueira pela segunda vez. O Benfica deu mesmo a volta ao marcador e resultou em cheio a aposta de Rui Vitória, e com apenas 2 minutos em campo o avançado não deu qualquer chance de defesa. 

Jiménez fechou o marcador e deu a vitória às águias // Foto: Facebook do SL Benfica
Jiménez fechou o marcador e deu a vitória às águias // Foto: Facebook do SL Benfica

Depois do golo a Académica subiu no terreno, marcou um livre, mas Ederson segurou sem problemas. Em tempo de compensação Rafa Soares atirou de fora da área, mas a bola passou ao lado dos postes das águias. Os 6 minutos dados por Capela não tardariam a passar e a história do jogo estava mesmo desenhada: o Benfica somou mais 3 preciosos pontos na luta pelo título e, volvida que está mais uma jornada da Liga NOS, eis que águias e leões permanecem separados por 2 míseros pontos.

Os encarnados sofreram, mas a onda mexicana de Jiménez mantém os encarnados no primeiro lugar com 73 pontos, mais 2 que o Sporting, que ocupa a 2ª posição com 71, depois de ter vencido o Marítimo em Alvalade. A Académica esteve muito perto de conquistar pontos ao líder, mas com esta derrota complica e muito a sua vida na feroz luta pela permanência na Primeira Liga (17º lugar, com 23 pontos).

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