Adrien Silva, William Carvalho e João Mário, três médios formados em Alcochete e que depois de fazerem e atingirem o seu percurso de maturidade, encontraram-se agora como titulares da equipa principal do Sporting. São peças fundamentais na manobra defensiva e ofensiva, em toda a dinâmica dos leões, sob as ordens de Jorge Jesus. Com cada um de caracteristicas diferentes, mas que acabam por se complementar, pelos seus pés irá passar muito daquilo que vai acontecer no próximo sábado no clássico, frente ao FC Porto.

Jorge Jesus consegue ter em simultâneo no terreno de jogo um 4-4-2 e um falso 4-3-3, quando João Mário descai para uma das alas. O pressing que o meio-campo leonino coloca sobre o adversário, logo à saída da sua área leva muitas vezes a rápidas recuperações da bola e consequentemente a criação de oportunidades para marcar.

Quando um deles não está em campo a sua falta, faz-se de imediato sentir. Foi possível verificar isso ainda recentemente, quando Adrien Silva não defrontou o Marítimo e no seu lugar surgiu Aquilani. O italiano apesar da boa qualidade com a bola nos pés, não tem nem de perto, nem de longe o ritmo e a intensidade, que o capitão leonino consegue colocar no terreno. E isso obrigou William Carvalho a um trabalho mais defensivo, sabendo que não tinha Adrien para fazer a cobertura, nem para dar maior profundidade ao ataque.

Além disso o camisola 23 tem na meia distância outra das suas «armas», e mostrou-o com um golo na goleada por 2-5 ao Belenenses. João Mário é o «camaleão» deste meio-campo, ora no meio, ora na ala e até mesmo em zonas de finalização, como o golo apontado no passado sábado frente ao União. Tudo o que faz, é quase sempre bem feito, mesmo que o faça sem grande velocidade. Com um de controlo da bola e qualidade de passe de eleição, sabe ler o jogo quando não tem o esférico na sua posse.

Jesus tem tido em João Mário um autêntico «abre-latas», capaz de pautar o jogo e saber jogar em equipa. E a dinâmica que coloca em conjunto com Adrien Silva, tem permitido a William Carvalho subir mais no terreno, com a bola nos pés, não limitando o médio defensivo a passes curtos, ou desmarcações em profundidade. Ao contrário do camisola 14, Adrien Silva é quem faz o trabalho «sujo», de recorrer à falta para travar os ataques do adversário. Isso deve-se ao enorme «pulmão» capaz de fazer verdadeiras «piscinas», deixando William com a tarefa de distribuir jogo e marcação ao rival.

São três jogadores nos quais Jorge Jesus deposita toda a confiança, pois sabe que é no meio-campo que os encontros muitas vezes se decidem. E todos eles têm sido decisivos na luta pelo título, na qual o Sporting se encontra.