Findos os festejos da consagração nacional, o Benfica tinha pela frente um derradeiro desafio antes das férias: contra o Marítimo, os encarnados pretendiam fechar com chave de ouro a temporada 2015/2016, somando, ao triunfo na Liga, a vitória numa taça que parece ser da Águia por inerência ontológica. Perante um Marítimo aberto, ofensivo mas perdulário, o Benfica somou o septuagésimo terceiro título da sua história futebolística, com uma goleada de 6-2 que contou com as despedidas de Renato SanchesNico Gaitán, este último rumo ao Atlético Madrid.

Marítimo perdulário, Benfica nem por isso...

A partida, disputada no Estádio Cidade de Coimbra, arrancou com o ímpeto atacante do Marítimo, que, por duas vezes, esteve prestes a abrir a contagem. Valeu Ederson, que, com luvas de aço, negou o golo a Edgar Costa (após tiro de primeira, aos dois minutos) e a Fransérgio (após passe quase fatal de Patrick, aos três minutos). Falhou o Marítimo, marcou o Benfica, com eficácia máxima: Jonas encostou para as redes vazias, após jogada construída por Grimaldo e Gaitán, pela esquerda, que contou ainda com acção de Mitroglou. Aos 11 minutos, o Benfica festejava o tento inicial

Perante uma defesa encarnada vacilante nas marcações (Luisão, que voltou à titularidade, mostrou-se abaixo de forma), o Marítimo explorava os espaços livres, com a velocidade de Edgar Costa e João Diogo e o faro ofensivo de Dyego Sousa. Mas voltou a ser o Benfica a celebrar, aos 18 minutos, após passe «in extremis» de Pizzi, que, sem deixar a bola sair das quatro linhas, assistiu Mitroglou. Sem se fazer rogado, o grego empurrou para a baliza do iraniano Haghighi. Com dois golos sofridos e a contrariedade da lesão de Edgar Costa (substituído por Djoussé), o Marítimo via-se mais longe do sucesso.

Mas, ainda assim, os homens orientados por Nelo Vingada não baixaram os braços e voltaram a cheirar o golo, mas, novamente, Ederson negou o tento insular, após passe perigoso de Dyego Sousa que visava oferecer o golo ao lateral Patrick. Respondeu o Benfica por Gaitán, 9 minutos depois (aos 34), com uma jogada de Renato que culminou num potente remate do argentino, sacudido com efectividade por Haghighi. Cinco minutos depois, já com o Benfica a dominar o fluxo ofensivo, Mitroglou bisou, após jogada desenvolvida pelo lado esquerdo, com Grimaldo em evidência e Gaitán na assistência.

Gaitán voltaria a estar perto do golo, aos 44 minutos - túnel sobre Dirceu seguido de um tiro que foi defendido pelo guarda-redes maritimista. O intervalo chegaria depois do tento do Marítimo: após saída precipitada de Ederson (no melhor pano pode sempre cair a nódoa...), Fransérgio picou a bola e João Diogo, com calma, tocou de cabeça para as indefesas redes encarnadas. Sem alterações ao intervalo, foi o Marítimo o primeiro a agitar a partida na segunda parte, com um remate em jeito de Djoussé bloqueado por Ederson. Aos 68, Briguel deu lugar a Alex Soares, enquanto as águias lançaram Talisca para o lugar de Mitroglou.

Insulares nunca baixaram os braços, mas a noite era dos campeões

Com necessidade de correr atrás do prejuízo, Nelo Vingada reforçou ainda mais o ataque, lançando o médio ofensivo Ghazaryan e retirando o central Dirceu. Mas a toada do jogo continuaria a ser pautada pela veia goleadora do Benfica, com Gaitán a reforçar a liderança e a marcar o 4-1 aos 77 minutos. Talisca lançou a corrida de Jonas, e este, altruísta, isolou Gaitán, que empurrou para a baliza com um toque de classe. O extremo argentino deixou o campo um minuto depois, sendo substituído por Gonçalo Guedes. Aplaudindo o público e apontado para o símbolo do clube, Gaitán sentar-se-ia no banco, emocionado com a despedida.

O Marítimo viria a reduzir a desvantagem, através de uma grande penalidade convertida por Fransérgio (penalizando falta de Samaris sobre Alex Soares), mas, 8 minutos depois, aos 90+1, os encarnados voltaria a aumentar a vantagem, mediante cabeceamento certeiro de Jardel na sequência de um cruzamento largo de Pizzi. Haveria tempo ainda para o oportunista Raúl Jiménez (que saltara do banco aos 86 minutos) fazer o gosto ao pé, através da marcação de um castigo máximo, aos 90+3 minutos, punindo falta de Haghighi sobre o mexicano. Festa encarnada em Coimbra, sétima Taça da Liga conquistada (em 9 edições).

Na despedida de Renato, Gaitán desvendou que também se irá transferir

Último jogo da temporada para as águias, com a já sabida despedida do jovem Renato Sanches, que está a caminho do Bayern. Mas, se poderiamos adivinhar uma potencial saída de Gaitán, dada a coreografia de um adeus anunciado aquando da sua substituição, todas as dúvidas ficariam dissipadas durante a entrevista do argentino à TVI, na qual o extremo revelou que está a um passo de abandonar a Luz - o Atlético de Madrid será, sabe-se agora, o destino. O passe custará aos «colchoneros» cerca de 25 milhões de euros. 

Luisão ergueu a sétima Taça da Liga na estreia de Rui Vitória

O Benfica fez do triunfo crónico na Taça da Liga um hábito complementar à conquista do campeonato, durante o reinado de Jorge Jesus, e Rui Vitória, no seu ano inicial, parece querer dar seguimento à recente tradição; aliás, o técnico igualou o registo de troféus de Jorge Jesus em ano de estreia, juntando a Liga à Taça da Liga.Já o experiente central Luisão acabou a temporada erguendo a sua sétima Taça da Liga da carreira (conquistou a primeira com Quique Flores ao leme da equipa, triunfou em 5 edições com Jorge Jesus aos comandos da equipa e foi titular nesta sétima vitória).

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