O técnico Rogério Micale foi vaiado e ouviu a torcida atleticana o chamar de "burro" pela primeira vez desde que assumiu o Atlético-MG. O time alvinegro empatou neste sábado (9) com Palmeiras, em 1 a 1, e segue tendo aproveitamento de menos de 35% em partidas dentro de casa. Para deixar o torcedor ainda mais insatisfeito, os mineiros não conseguiram a vitória mesmo jogando com um jogador a mais durante todo o segundo tempo, e com dois a mais nos 15 minutos finais, já que os palmeirenses Luan e Willian foram expulsos.

As vaias para Micale aconteceram após a segunda alteração promovida pelo treinador. Em uma primeira troca, aos 13 minutos do segundo tempo, o técnico atleticano sacou o volante Adílson para a entrada do atacante Robinho, deixando o time mais ofensivo. Porém, nove minutos mais tarde, Micale enviou o volante Yago a campo no lugar do meia Cazares, retornando à formação com dois volantes, o que provocou a ira dos atleticanos presentes na Arena Independência. O técnico falou sobre a situação em entrevista coletiva após o jogo.

A torcida tem todo o direito de vaiar. Ela tem no Cazares um jogador que pode gerar o desequilíbrio. Gosto muito do Cazares, mas quero uma participação durante os 90 minutos. Queria dar um fôlego novo na equipe. Existia uma marcação individual nele. Pedi para ele sair para as laterais para abrir o miolo, para a entrada do Robinho. Foi opção técnica. Tem dia que a gente faz substituições e dá certo, outros nem tanto”, declarou.

Rogério Micale não fugiu da culpa pelo resultado negativo, mas não atribuiu fatores táticos às suas análises. Para o treinador, as mudanças que fez na equipe foram equivocadas porque o time não conseguiu marcar gols após suas alterações.

“Eu assumo a responsabilidade. Quando digo que fui infeliz é porque não ganhamos o jogo. Se uma bola entra, seriam boas as substituições. Quando não funciona, não está bom. Estamos ali para tomar decisões. Infelizmente não conseguimos a vitória. É ter tranquilidade nesse momento. Toda a situação nos levou a crer na vitória, era possível, mas jogamos contra uma grande equipe”, analisou.

Nos minutos finais da partida, com dois jogadores a mais em campo, o Galo pressionou o Palmeiras em busca do gol da vitória, mas a posse de bola ofensiva foi ineficiente, oferecendo poucos riscos a meta do goleiro Fernando Prass. O treinador atleticano falou sobre a atuação ofensiva do time nos lances derradeiros da partida.

“Pedi para o time dar amplitude com os dois laterais na linha de fundo, mas não para cruzar, apenas para esticar as linhas do Palmeiras. Tivemos dificuldades e começamos a cruzar muito. O Palmeiras tinha duas linhas próximas, congestionou a área. Coloquei o Robinho para flutuar entre as linhas, girar, tentar a infiltração e bater para o gol. Focamos muito pelas laterais do campo. Quando o Palmeiras ainda estava com nove, conseguiu escapadas perigosas. Deixei o Elias como primeiro volante, ele saiu um pouco e desprotegemos o contra-ataque”, avaliou.

Com o empate, o Atlético foi a 30 pontos na tabela e segue fora do G-6. A próxima partida do time alvinegro será no domingo (17), às 11h, contra o Avaí, na Ressacada, em Florianópolis, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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Sobre o autor
Bernardo Estillac
Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais