Ricardo Costa voa e conquista primeira medalha de ouro do Brasil na Paralimpíada

O Brasil já começou a dar demonstrações da potência paralímpica que é já no primeiro dia de competições da Rio 2016. No Engenhão, o atletismo premiou dois brasileiros com duas medalhas. Primeira medalha veio com Odair Santos, que chegou em segundo na prova dos 5.000m T11, para deficientes visuais. Mas o brilho dourado no peito apareceu pela primeira vez com Ricardo Costa de Olivera

Deficiente visual por conta da Doença de Stargardt, o irmão da também campeã nos saltos, Silvânia Costa, venceu na raça e na vontade. Favorito para a conquista, se viu líder até a penúltima corrida, quando Lex Gillete, dos EUA, assumiu a ponta, mas apenas para dar mais emoção pra quem estava acompanhando a disputa.

No salto derradeiro, na corrida final, Ricardo voou. A falta de visão se transformou em brilho dourado. As dificuldades da vida se transformaram em vibração, festa, glória alcançada. Ricardo foi gigante ao saltar 6.52m, passar o americano e explodir o Engenhão em festa. Ouro no salto em distância T11. O primeiro do Brasil nessa edição.

A festa foi enorme. A empolgação foi tanta que o medalhista dourado agora quer a irmã, que competirá também nessa edição, conquiste sua medalha. Além dos dois, há mais um irmão cego e Ricardo revelou que seu incentivo é Silvânia.

" Lá em casa, sou eu e duas mulheres, mas sempre quis ter um irmão. A Silvânia, por ser a caçula, preencheu esse espaço. Somos muito unidos mesmo. Eu comecei primeiro no esporte, a convidei, e sempre nos ajudamos, nos incentivamos."

O pódio ficou com Ricardo Costa, com o ouro, Lex Gillete (EUA) com a prata e Ruslan Katyshev (Ucrânia) ficou com o bronze.

A prata que pode virar ouro

Mais cedo, Odair Santos chegou em segundo na prova dos 5.000m T11, para deficientes visuais, sendo o primeiro medalhista brasileiro na edição 2016 dos Jogos Paralímpicos. No entando, o Comitê Brasileiro entrará com recurso para rever o ouro do queniano Samuel Kimani. A alegação principal é quanto à venda utilizada pelo atleta. Há indícios de que ela não estava encaixada de modo correto, facilitando a corrida do vencedor da prova.

Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, deu entrevista ao canal Sportv comentando o caso. Segundo ele, outros países entraram com pedido e ainda pode ir até última instância, caso seja negado.

"Depois da prova dos 5.000m T11, alguns países, entre eles o Brasil, entraram com alguns protestos contra o resultado do atleta queniano que chegou em primeiro lugar. Ele teria infringido algumas normas, notadamente o uso da venda, porque nāo estaria colocada em frente aos olhos dele, estaria levantada, o que vai contra as regras porque ele pode ter alguma percepção de vulto e se beneficiar dessa situação. É nisso que o Brasil entrou com protesto e outros países entraram com protesto também. Agora, a gente tem que aguardar o resultado do protesto na arbitragem e, posteriormente, se o protesto for negado, ainda há a possibilidade de ir para o júri de apelação, que é a instância final."

Todo o pódio agora é um ponto de interrogação. Samuel Kimani foi o vencedor, com Odair em segundo e o também queniano Wilson Bill levando o bronze. Caso o recurso seja aceito, Odair será ouro, com prata a Wilson Bill e o bronze ficará com o turco Hasan Huseyin Kacar. 

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