#OscarVAVEL 2018: Recordar é viver: o Brasil no Oscar
Crédito: Divulgação/Oscar

No próximo domingo (4) será realizada a cerimônia do Oscar 2018, na qual a Academia premiará pela 90ª vez os melhores filmes do ano passado (ou pelo menos o que eles assim consideram). Apesar de o Brasil não possuir o seu nome representado oficialmente, dois brasileiros estão na disputa: Carlos Saldanha (na categoria Melhor Animação com “O Touro Ferdinando”) e Rodrigo Teixeira (produtor de “Me Chame Pelo Seu Nome”, que concorre a Melhor Filme).  

Mesmo com essas indicações, a história se repete: mais uma edição se aproxima e mais um ano em que o país não terá a chance de trazer a estatueta para casa oficialmente. Mas, ao contrário do que muitos pensam, a trajetória brasileira no Oscar é bem antiga e, com mais de 100 anos de cinema nacional, já podemos dizer que possuímos bastante história em uma das maiores premiações do cinema mundial.

Um caminho repleto de parcerias   

O filme “Orfeu do Carnaval” (na época lançada como “Orfeu Negro”) é uma produção baseada na peça “Orfeu da Conceição”, do ilustre poeta Vinícius de Moraes. Filmado no Rio de Janeiro e todo falado em português, ele foi lançado no ano de 1959 e levou a Palma de Ouro, em Cannes, e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Apesar disso, tratava-se de uma co-produção entre França, Itália e Brasil e adivinhe: o prêmio não foi creditado aos brasileiros envolvidos.

Esse padrão se repete em algumas outras produções que já venceram o Oscar: em 1986, “O Beijo da Mulher-Aranha”, parceria entre Brasil e Estados Unidos concorreu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, e levou pra casa o prêmio de Melhor Ator, com William Hurt. Já em 2005, “Diários de Motocicleta” (produzido por Brasil, Argentina, Chile, Peru, Reino Unido, Alemanha, França e Estados Unidos) foi indicado para Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Canção Original (Al otro lado del río), vencendo somente nessa última categoria.

Mais recentemente, a mesma coisa também aconteceu duas vezes: os filmes “Lixo Extraordinário”, em 2011 e “O Sal da Terra”, em 2015 foram indicados na categoria Melhor Documentário, mas acabaram não ganhando.

Até o filme “Central do Brasil”, que concorreu na edição de 1999 e para muitos era a chance de ganharmos a premiação, foi coproduzido pela França. Mas, mesmo não ganhando, ele foi o responsável por consagrar Fernanda Montenegro como a única brasileira a concorrer como Melhor Atriz.

Pérolas inteiramente da terra

Mesmo com todas essas parcerias com outros países, o Brasil possui também bons filmes inteiramente nacionais que já disputaram o Oscar. Quem não se lembra de “O Menino e o Mundo”, que em 2016 foi indicado como Melhor Animação? Ou então “Cidade de Deus”, que marcou história concorrendo em quatro categorias (e nenhuma delas foi Melhor Filme Estrangeiro, como geralmente acontece)?

O total de produções totalmente brasileiras que já foram indicadas ainda é baixo (apenas seis), apesar disso, podemos ver que o Brasil já marcou história na premiação e que ainda existe esperança para que ele traga para cá o primeiro Oscar inteiramente (e merecidamente) brasileiro. 

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