CRÍTICA: The Flash 04x15 - Enter Flashtime
(foto:divulgação)

Para um fã de seriados, acredito que não exista sentimento mais gratificante do que ver um capítulo sem esperar muito dele e ser extraordinariamente pego de surpresa. Foi o que ocorreu com esse capítulo de The Flash. Com tanta antecipação (relativamente negativa) gerada pelos fãs para o próximo capítulo que será centrado em Íris, não falava-se muito a respeito do episódio 15. “Enter Flashtime” pode ser definido como um daqueles raríssimos “casos da semana” que são tão incríveis que consequentemente superam determinados capítulos principais da season.

A história do capítulo foi à altura das tramas do velocista escarlate nas HQ’s. Contamos com o Flash precisando evitar que uma bomba nuclear explodisse em Central City na velocidade da luz. Para que isso fosse possível, ele precisou do auxílio e das habilidades de seus companheiros meta-humanos. Foi instigante como todos os personagens foram utilizados na proposta da história. Um após o outro, tiveram uma chance de tentarem de alguma maneira auxiliar Barry enquanto atingiam a velocidade da luz.

Um dos fatores surpreendentes do capítulo foi como a utilização de três velocistas num mesmo episódio foi incrivelmente executada. Diferentemente de quando contávamos com o mesmo número no elenco regular e, como consequência, sobravam na história. Acredito que essa, quem sabe, seja a resposta mais apropriada achada pelo roteiro. Cada um tendo que lidar com a sua cidade ou Terra, porém juntando-se quando a ameaça ou catástrofe requerer a junção de suas habilidades.

As aparições de John Wesley Shipp no seriado são constantemente instigantes já que possui a função de ser um professor com experiência para Barry. Mais ainda neste quando juntam suas habilidades e inteligência para conseguirem solucionar o problema.  Como imaginávamos que ocorreria eventualmente, Jay Garrick faz o anuncio de que planeja aposentar-se o quanto antes. Foi ainda mais surpreendente a informação de que ele preparará um velocista para ficar em seu lugar. O capítulo deu um indício de quem pode se tratar por meio de uma referência. A fórmula mostrada no quadro no começo do capítulo foi a mesma utilizada por Johnny Quick nas HQ’s para obter suas habilidades de velocista. Já fico aguardando ansiosamente seu surgimento no seriado.

Jesse Quick possuiu sua aparição mais positiva no seriado até o momento. Quem sabe por não encontrar-se mais relacionada à Wally e estar com seu foco em recuperar o disfuncional relacionamento com o seu pai. Ela demonstrou-se mais concentrada, com uma maturidade maior e uma excelente parceira de Barry em sua tentativa de achar uma maneira de conter a explosão. Provando como o roteiro atendeu o seu público e tem entregado uma excelente produção nessa temporada. Se for para termos situações e sequências mais instigantes e emocionantes como a deste capítulo, fico na torcida para que ela permaneça aparecendo com mais frequência.

Eu acabei sentindo a ausência do Kid Flash nesse capítulo. Afinal de contas, o auxílio de mais um velocista teria sido muito útil. Levando-se em consideração que se fazia necessário as habilidades de três deles e Jay já não encontrava-se qualificado pra isso, podiam ter contado com Wally. Temos conhecimento de que ele está em viagens temporais com as Lendas na Waverider, contudo pelo menos uma menção teria bastado. Já não é apenas agora que os produtores de The Flash aparentam estarem demonstrando um certo desleixo com o personagem.

Killer Frost, ainda que não tenha tido uma grande participação, nos entregou uma faceta dramática para a personagem no seriado mostrando sua preocupação com seu outro lado, Caitlin. Ainda mais instigante é ela lembrar-se de tudo o que a outra falou. Harry Wells também encontrou-se excelente acompanhado de Jesse. Foi um grande acerto o roteiro ter concedido um aprofundamento maior ao personagem que lentamente estava ficando subtilizado no programa. Acredito que será interessante caso futuramente eles acabem mostrando pelo menos uma parte dos anos anteriores de ambos os personagens.

Ainda que os efeitos visuais não tenham ficado em sua melhor forma nesse capítulo, foi empolgante presenciarmos Barry correr contra o tempo com o apoio da Força de Aceleração. Pessoalmente, eu tenho uma preferência muito maior pelos capítulos em que Barry enfrenta situações grandiosas, bizarras e até mesmo as que batem de frente com o lado científico como esse do que os conflitos diários de um super-herói. Pois, acima de tudo, esse é um fator que diferencia o Flash dos outros super-heróis da sua editora, DC Comics. Esse definitivamente encontra-se entre os meus prediletos da season até o momento.

A expectativa agora é direcionada para o passo seguinte do time para encontrar DeVoe. Também para ser finalmente revelado quem é a mulher enigmática que anda tendo aparições no quarto ano. Certamente novas hipóteses aparecem e permanece mesmo o questionamento se ela se trata ou não da filha de Barry e Íris.  Depois desse capítulo, não teria tanta certeza disso. Fiquem à vontade para especularem nos comentários.

Curiosidades:

- A concepção de “Flashtime” foi criada para o seriado televisivo.

- Barry chamou Íris de seu “para-raio”. Referenciando o conceito apresentado nas HQ’s na série “The Flash: Rebirth”. O “para-raio” de um velocista trata-se do/a seu/sua amado/a que pode auxiliá-los a fugir da Força de Aceleração e voltar a determinado local temporal.

- Nas HQ’s, Veronica Dale se trata de uma eco-terrorista conhecida como Hyrax e antagonista do Green Arrow. Ela possui a liderança da Eden Corps, uma organização focada no ativismo dos direitos dos animais. Em sua rápida participação, num arco de 1995, uma bomba que ela explode assassina Oliver Queen.

- A fórmula que apareceu contida no quadro no começo do capítulo “3x2(9yz)4a” foi a fórmula utilizada nas HQ’s para proporcionar as habilidades de velocista a Johnny Quick.

Referências nerds:

1. Cisco chamou Barry de Miyagi, o mestre de “Karate Kid – A Hora da Verdade” (1984).
2. Cisco chamou a bomba nuclear de Arca da Aliança e disse que ela derreterá a face do Barry. Referenciando o longa “Indiana Jones – Os caçadores da Arca Perdida” (1981).

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