CRÍTICA - Aliados
(Foto: Divulgação/ Paramount Pictures)

Em 1942 um agente de espionagem da Força Aérea britânica (Pitt) divide uma missão para assassinar um senador nazista. Tal divisão se dá por uma competente agente francesa (Cotillard) com antecedentes de campo junto da divisão britânica. A missão tem êxito e ambos acabam seguindo suas vidas não mais apenas de forma paralela como também se tornando um só. Mudam-se para a Inglaterra, onde a ocupação é burocrática em meio a 2° Guerra Mundial, lá têm uma filha e vivem um sonho belo e apaixonado em meio ao holocausto que assola o mundo. Quem dera fosse "só" isso. A inteligência militar decodifica mensagens para os inimigos, mensagens que partiram de uma mulher na localidade a qual o ex-agente e sua família vivem. Pressionado, ele deve seguir ordens e descobrir se sua esposa é uma espiã alemã todo esse tempo, se tudo que viveu e amou é real, ou apenas protocolar. Devendo se encarrear de matá-la caso seja provado o crime de traição por parte dela.

Sem dúvida a premissa tem um chamativo e promissor tema. Incógnita, traição, temor, medo, tristeza, lealdade e amor. O que fica e persiste quando tudo se torna turvo, propositalmente obscuro? O filme segue um bom ritmo e até sermos deixados de cara com a situação problemática, nos envolvemos com os personagens, suas vidas e sacrificios para tal utopia. Quando tudo isso desmorona a tensão instiga, prende o olhar. A guerra devasta o mundo, mas os problemas do casal de protagonistas parecem muito maiores e a luta de um homem só, pela verdade remonta os sacrifícios que estamos dispostos a fazer por quem amamos, mesmo que estes colidam com juramentos, ordens, lei e obrigações. 

Fotografia bela, mas que não censura o conflito bélico. Trama que surpreende ao final, embora esse venha sem delongas após eclodir com a decisiva verdade sobre a espionagem. Um filme que conta o amor através de quem decidiu vivê-lo desesperadamente, através de tudo e todos, transpondo até mesmo o direito inato da verdade. Definições de "real" são difusas. Real é aquilo que se cumpre com a verdade e consentimento mútuo, ou real é aquilo que se vive de coração, mesmo que nas sombras, para zelar por quem se ama? Eis uma das questões interessantes que o filme levanta. O amor é maior que o dever? Quem são inimigos e quem são Aliados

NOTA 0 à 5: 3,5

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