CRÍTICA: The Flash 03x17 - Duet
(foto:divulgação)

“Tudo fica melhor com música.”

O polêmico crossover musical entre The Flash e Supergirl tem deixado opiniões divididas, porém antes de iniciar a review devo esclarecer algo: Episódios como estes são produzidos como homenagem a algum gênero ou trama, proporcionar alguma coisa que alguns fãs desejam assistir – o aguardado fan service - , para ser descontraído e divertido, ou seja, como oportunidade para criarem algo bastante diferente do que ocorre na trama fixa do seriado. Assim sendo, temos que assisti-lo com a cabeça aberta, distanciando-se de preconceitos, abraçando a proposta. Musicais são irreais, extravagantes, inocentes e engraçados, e era essa a premissa do capítulo, por mais infantil que possa parecer. Portanto, desejo que tenham achado divertido vê-lo tanto quanto eu achei. Caso esse não seja um estilo que de fato você aprecie, o jeito é aguardar. No próximo episódio a história já voltará aos “eixos”.

Os produtores aproveitaram a história e as habilidades do antagonista Mestre da Música e entregaram Duet, um capítulo que faz uma homenagem a musicais icônicos e ainda junta personagens de todos os quatro seriados da DC da CW, além de promover a reunião de três ex membros da série Glee, resultando em um excelente episódio, repleto de referências, homenagens, sequências nostálgicas e, ainda melhor, imensamente cômico.

Grant Gustin e Melissa Benoist roubaram a cena. Óbvio, afinal foi focado na dupla, contudo aqui deram um passo à frente do que havia sido visto habitualmente no seriado. Esse terceiro ano de The Flash tem sido trabalhado com um peso dramático bastante denso e foi muito divertido poder presenciar esses personagens em cenas cômicas e despreocupadas.  Um considerável alivio e refresco que essa season andava necessitando. As expressões de Barry e Kara arrancaram boas risadas. Até voltei alguns momentos para assistir novamente e apreciar cada breve enquadramento que no conjunto de vez em quando podem passar imperceptíveis. Ambos possuem uma forte química em cena, é incrível. Desde o primeiro encontro entre eles na seasson anterior tenho torcido para que isso ocorra mais frequentemente.

Também foi curioso assistir novos lados e dons dos atores que estamos habituados a acompanhar nos seriados. Com destaque para Jeremy Jordan (Winn), Carlos Valdes (Cisco) e John Barrowan (Malcon Merlyn) que demonstraram-se ótimos cantores. Foi impressionante. Devo destacar também Mon-El que permanece hilário como de costume em Supergirl, e o professor Stein e Joe que foram um casal na alucinação, em um momento divertidíssimo.

O principal convidado do capítulo foi o que auxiliou a aumentar a qualidade. Darren Criss interpretou um bom antagonista que, mesmo dentro da proposta da trama, também mostrou determinada atmosfera ameaçadora. O personagem demonstrou-se muito forte e soube trazer um equilíbrio ao tom do episódio, proporcionando alguns momentos de ação. Determinados elementos permaneceram vagos, como a fonte de seus conhecimentos para os eventos mais recentes e também a sua história e de qual Terra (ou realidade) ele é.

Falando em ação, a melhor sequência do episódio trata-se de Cisco, Kid Flash e o Caçador de Marte unidos para combater o Mestre da Música que possuía temporariamente as habilidades do Flash e da Supergirl juntas. A computação gráfica ficou impecável na cena em que o perseguiram.

A última sequência finalizou o crossover de maneira emocionante ao presenciarmos Barry cantar para Iris ao tê-la pedido em casamento (dessa vez pra valer). A letra e a música tratam-se de um enorme presente da imensa criatividade dos compositores de La La Land para o seriado para o público, que, imagino, deve ter emocionado parte dele. Se vocês, da mesma forma que eu, forem bastante fãs da combinação The Flash, Supergirl e musicais (ou Glee especificamente), conseguiram desfrutar e se deliciarem-se com cada instante deste grande “it has a double meaning” – capítulo. Como Kara falaria: Thank Rao por este capítulo.

Easter Eggs:

- Ainda que tenha sido um crossover entre os seriados The Flash e Supergirl, o capítulo também contou com personagens de Arrow e Legends of Tomorrow, tendo Malcolm Merlyn (John Barrowman) e professor Stein (Victor Garber).

- A música “Runnin’ Home to You” foi criada por Benj Pasek e Justin Paul, dupla compositora da trilha de La La Land: Cantando Estações (2016).

- A música “Superfriends” foi gerada por Rachel Bloom, atriz e co-criadora do seriado Crazy Ex-Girlfriend.

- O episódio referenciou e citou fortemente cinco grandiosos musicais icônicos: Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952), O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939), Cinderela em Paris (Funny Face, 1957), Amor, Sublime Amor (West Side Story, 1961) e The Fantasticks (1964).

- O Mestre da Música é um personagem que não foi gerado nas HQ’s. Sua primeira participação foi no seriado animado Batman: The Brave and the Bold, em 2009, onde ele utilizou seus poderes para controlar outros para cantar, com o objetivo de manipular Batman, Aquaman e outros heróis e antagonistas.

- Ao ter descrevido o que estava ocorrendo na alucinação, Barry fala “curiouser and ciriouser”, uma frase do livro Alice no País das Maravilhas (1865), de Lewis Caroll.

- Grant Gustin, Melissa Benoist e Darren Criss já foram parte do elenco do seriado Glee. Darren participou do elenco fixo do segundo até o sexto e último ano, Melissa do quarto e quinto, e Grant somente fez aparições pequenas entre o terceiro e quinto ano.

- Darren Criss e Carlos Valdes foram colegas na University of Michigan.

- Na alucinação, Mon-El chama-se Tommy Moran, referenciando o Tommy Merlyn, o real filho de Malcolm Merlyn em Arrow.

Informações do futuro realizadas:

(x) Saqueador preso;

(x) Morte no restaurante Luigi’s;

(x) Gorila Grodd invade Central City;

(x) Mestre da Música foge;

( ) Prefeitura homenageia Joe West;

( ) Fechamento do museu de S.T.A.R. Labs;

( ) Killer Frost fugitiva. 

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