CRÍTICA: The Fate of the Furious
(foto:divulgação)

Durante a divulgação do filme xXx: Reativado, Vin Diesel disse: “Eu precisava me divertir. Foi por isso que eu fiz esse filme. Eu precisava fazer, especialmente, antes de voltar pro Dom Toretto”.

Ao assistir Velozes e Furiosos 7 é possível compreender inteiramente o que ele havia dito. Ainda que vejamos os exageros habituais da série nas telonas, como automóveis pulando de paraquedas ou The Rock com membros quebrados dando um fim próprio a sua internação num hospital como se nada houvesse ocorrido, a atmosfera era outra. Era como se o longa em si, o sétimo de uma série que descobriu-se ao deixar a seriedade de lado e se transformou em uma das mais prósperas da área das telonas, tivesse sido feito somente por necessidade por conta de contrato, nada mais.

Velozes e Furiosos 8, contudo, é precisamente o que espera-se, atualmente, de um longa dessa série, algo muito mais grandioso do que os empecilhos pessoais dos atores, e houveram vários, e que ainda conseguiu me entreter com o que assisti, o que, devo admitir, andava cada vez mais difícil ultimamente.

O oitavo filme continua seguindo a fórmula clássica das tramas dos outros longas, iniciando-se em Cuba, em uma das corridas mais empolgantes de toda a franquia, havendo um veículo pegando fogo que não apenas ultrapassa a linha de chegada de marcha à ré ficando em primeiro como é pilotado por Dominic Toretto, obviamente.

Não leva muito mais que 30 segundos para que haja uma infinita festa de diálogos feitos e das atuações mais canastronas possíveis, andando pela introdução da antagonista, na qual Charlize Theron interpreta, pela reunião da denominada Fast Family, e, evidentemente, por todo o esclarecimento e divergência que faz Toretto enfrentar a sua família. Tudo justamente da forma como gostamos.

Roman (Tyrese Gibson) permanece medroso sendo o responsável pelos momentos descontraídos de todos os conflitos, Tej (Ludacris) fica inventando traquitanas o tempo inteiro objetivando principalmente zoar Roman; Ramsey (Nathalie Emmanuel) continuou como a mesma moça que somente sabe usar o computador e necessita de pessoas para protege-la ao mesmo tempo em que é cantada por Tej e Roman; Mr. Nobody (Kurt Russell) permaneceu se entretendo com o fim do mundo, nesse caso também às custas do Little Nobody (Scott Eastwood), o personagem que surgiu para ocupar a cota “loiro de olhos azuis cuja função é trabalhar para o governo norte-americano” entre aquele pessoal.

Ou seja, fica sobrando para Letty (Michelle Rodriguez) manter todo o peso dramático do longa, paralelamente com Toretto seguindo as ordens de Cipher (Charlize Theron) por um motivo até que honrado, porém que por pouquíssimo não parece absurdo. Tal motivo, inclusive, é o causador de uma das cenas mais empolgantes do longa, focada em Deckard (Jason Statham), que, assim como todo vilão nessa série, eventualmente muda de time.

Ele e Hobbs (The Rock) são os que se destacam ao protagonizarem as melhores frases e sequências “familiares” do longa, com o último, como vocês já assistiram no trailer, ainda possuindo o macete de desviar um torpedo disparado por um submarino com o punho. Lógica pra que, não é mesmo?

Possivelmente, inclusive, todos os maiores exageros desse longa já foram mostrados nos trailers e clipes, entretanto Velozes e Furiosos atingiu um nível em que a surpresa é irrelevante; Spoilers ou são inexistentes ou são definitivamente sem importância. Quem vê, quem curte, quer mais é assistir aquilo tudo numa grande tela, com a qualidade de som melhor possível, e o pagamento indiscutivelmente é recompensador.

A “corrida” no gelo, a wrecking ball, os veículos despencando. Nós sabemos que aquilo acontecerá em alguma ocasião, entretanto assim mesmo nos empolgamos como crianças assistindo a mesma animação pela milésima vez.

Luke Hobbs, aliás, é o mais perto que possuímos nesse período de presenciar The Rock de maneira super heroica, e, confesso, posso afirmar que o resultado é comicamente satisfatório. Inclusive, pode-se até falar que esta é mais uma série de super-heróis, ou, ao menos, uma saga que se transformou de heróis conforme foi seguindo.

Tudo o que os protagonistas utilizam, incluindo os automóveis, são equivalentes as suas habilidades especiais, ou trajes, ou qualquer utensílio do gênero. Eles executam o que quiserem com aqueles veículos, ignorando não só a lógica como a física em si. Da mesma forma que os heróis.

Quem sabe, inclusive, seja o caso de começarmos a encarar essa saga como algo mais nessa proposta do que focarmos em “veja o que estão executando com os automóveis”. É desse jeito que fazemos com os heróis, correto? Dessa forma...

E esses longas ainda possuem a oportunidade de contarem com diretores capacitados de executar cinema verdadeiramente, assim como foi com Justin Lin, James Wan e assim está sendo atualmente com F. Gary Gray. É de fato prazeroso podemos ver um longa tendo conhecimento de que não apenas nós gostaremos, mas ele também passará longe de não ser bom.

Velozes e Furiosos 8 é idêntico aos longas mais recentes dessa série. Para determinada parcela, isso pode ser algo extremamente exaustivo. Para outra, na qual me incluo, expressa que é incrível. E, para mim, tudo certo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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