Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2 segue fórmula do primeiro e não decepciona os fãs da Marvel
Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Foto: Divulgação)

Uma viagem psicodélica regada a muita comédia e lágrimas. Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma ode aos anos 80, com uma chuva de referências sobre a década que marcou a juventude de muitas pessoas. Novamente com James Gunn na direção, o filme diverte do início ao fim, e aprofunda muito mais alguns personagens que ficaram um pouco de lado no primeiro longa, ao mesmo tempo que abre espaço para novas caras.

Mesmo com muito humor, a sequência consegue emocionar o público da mesma maneira que o original. O filme se passa seis meses após os acontecimentos do primeiro longa e mostra um grupo de heróis mais íntimo, mas ainda longe de um entrosamento perfeito. Tudo muda quando Quill, Gamora, Drax, Rocket e baby Groot encontram Ego, o pai biológico de Peter Quill, que diz querer recuperar o tempo perdido e ser o pai que seu filho nunca teve.

Tão bom quanto o primeiro filme, é difícil dizer que a sequência superou seu antecessor, já que Guardiões da Galáxia foi uma enorme e grata surpresa para todos os fãs e mais ainda para crítica, que não imaginava que um filme com um guaxinim e uma árvore falante fosse fazer tanto sucesso e dar tão certo como deu. Mas afinal, o que, especificamente, deu certo e o que deu errado no filme de James Gunn?

O primeiro destaque, e um dos mais importantes do filme, é o trabalho impecável da direção de arte. Se em Doutor Estranho a Marvel já mostrou que sabe trabalhar com efeitos visuais, em Guardiões Vol. 2 o estúdio atingiu seu ápice. Todas as cores, os planetas e as batalhas espaciais tornam o longa um grande show, um verdadeiro espetáculo visual. Dado o ponto, tal qual Doutor Estranho, o filme vale muito a pena ser visto em 3D.

O humor, característica marcante no primeiro filme, se faz presente nessa sequência, como não poderia ser diferente. Drax, interpretado pelo ator Dave Bautista, e o baby Groot, dublado por Vin Diesel, roubam a cena quando o assunto é comédia. Guardiões Vol. 2, bem como o original, não se leva a sério e brinca com tudo e todos ao seu redor. Um prato cheio para quem gosta de dar boas risadas.

Drax (Dave Bautista) é o personagem que mais provoca risadas no longa
Drax (Dave Bautista) é o personagem que mais provoca risadas no longa

Mas nem só de comédia vive o filme. A sequência de Guardiões da Galáxia traz uma trama muito mais dramática que a primeira e reforça os laços não só entre os heróis, mas entre eles e personagens secundários como Nebula, irmã de Gamora e Yondu, ‘’pai adotivo’’ de Peter Quill. Não seria exagero dizer que o longa trata o assunto família como seu elemento mais importante e explora o relacionamento entre irmãos e entre pai e filho.

Yondu (Michael Rooker) em cena marcante do filme
Yondu (Michael Rooker) em cena marcante do filme

Em matéria de atuação, Kurt Russell, como Ego, o planeta vivo, e Michael Rooker, como Yondu, fizeram um trabalho magnífico e destroem em seus respectivos papéis. Mantis, a alienígena interpretada pela atriz Pom Klementieff, se encaixa bem na história proposta e é um destaque inesperado e uma adição valiosa a trama. No entanto, o grande ‘’ladrão’’ do filme é o pequeno e adorável baby Groot, que tem como pureza e inocência suas características mais marcantes em uma explosão de fofura difícil de não se encantar.

Baby Groot rouba a cena em Guardiões da Galáxia Vol. 2
Baby Groot rouba a cena em Guardiões da Galáxia Vol. 2

Poucas coisas são realmente passíveis a críticas em Guardiões da Galáxia Vol. 2. Embora o longa tenha agradado praticamente todo o público e a crítica especializada, alguns pontos poderiam ter sido melhor aproveitados. O primeiro deles é a trilha sonora, característica marcante do primeiro filme. A ‘’Awesome Mix Tape Vol. 2’’ de Peter Quill é boa, mas não é tão memorável quanto a primeira. Ao contrário do original, as músicas parecem não encaixar tão bem em determinadas cenas, com algumas exceções.

O que para muitos é um ponto positivo, também pode ser encarado como um ponto negativo se visto por uma diferente perspectiva. A maioria das piadas do filme funcionam e divertem, mas algumas parecem forçadas e desnecessárias, o que levam algumas cenas a parecerem até certo ponto sem graça e facilmente desprezíveis para o filme aos olhos do espectador.

Apesar disso, James Gunn fez mais um excelente trabalho com Guardiões Vol. 2 e mostrou de uma vez por todas que tem o grupo na mão e sabe exatamente o que fazer com seus personagens, como poucos diretores conseguem. Já confirmado no 3º filme do grupo, que ainda não tem data definida para ser lançado, Gunn retornará para, infelizmente, dar fim aos Guardiões da Galáxia como conhecemos, abrindo espaço para novos personagens. Até lá, ainda poderemos saborear seu trabalho uma última vez.

NOTA: 9,0

VAVEL Logo