Crítica 2: Mulher Maravilha
(Foto: Divulgação/ Warner Bros. Pictures)

Se você é fã da DC, seja no cinema ou de longa data nos quadrinhos, você ficará satisfeito. Se é um dos que está receoso, pensando se o filme levanta bandeira sobre algo, fique sossegado. O foco está devidamente na mulher, mas não no "empoderamento", pois elas já tem todo o poder que precisam. E caso seja um mais ferino com o cinema de herói extra Marvel Studios, infelizmente você não terá como dizer que Mulher Maravilha não é um bom filme. Porque de fato, é um ótimo filme. 

Embora muitos digam que este é o maior acerto da editora na telona, vale lembrar que o longa segue a fórmula mais pitoresca de origem de personagem heróico. Seja nos seus motivos, seja na forma cronológica de como é contada. O origem e poderes misteriosos, a mitologia revelada através de quem treina a heroína e o início da jornada heróica após ruptura de laços e descoberta de alguns "poréns". O diferencial é que essa fórmula comum foi feita com esmero e Diana (Gadot) está personificada em perfeição no longa. Está aí uma Mulher Maravilha que se torna ícone de uma geração, que marca o gênero com filme solo da mulher super-herói. Sendo feminista no sentido coeso da causa, sua luta igualitária lado a lado do homem, indo onde por vezes ele não tem sensibilidade ou razão para ir.

Axilas bem depiladas e incríveis cenas de acrobacias a parte (o que desagradou alguns, por mais insólito que pareça) o enredo, cenário e utopia das Amazonas estão muito bem retratados e reinventados. Guerreiras vorazes, mães e irmãs apaixonadas. Um longa que foca na mulher, como já dito, mas que não diferencia gênero na hora da pancadaria, violência, sacrifícios e voz do bom senso, como o carismático e bem interpretado espião Steve Trevor (Pine).  Interessante e necessário os momentos de choque de realidade e cultura vividos pela Princesa Amazona quando em Londres, seja para lidar com a socidade, seja para ver a real perspectiva cruel de uma guerra. 

O filme "peca" por não se arriscar, sendo previsível às vezes. Como em dar finais a certos personagens, sejam do núcleo de protagonistas ou não.  Algo que, "graças a Zeus", não acontece quando Ares se revela na trama. Falando no antagônico deus grego da guerra, faltou maior cuidado para ambientá-lo, fosse na sua necessidade de disfarce e na queda deste após revelado. Quanto na breve parte em que ele é retratado após sua queda do Olimpo. Não deu pra engolir que um deus teria aquela mesma aparência lá nos primórdios da Terra, encaixando convenientemente com a atualidade nos anos 10 na Europa.  

Deslizes que não tiram a majestade de nossa Princesa Diana "Prince". E que por sinal, impulsiona com o seu sucesso não só a DC, mas o gênero de heróis, principalmente o de heroínas para a telona. Competente, seguro, um bom começo. Mas ainda não como "O Melhor da DC", fica a dica. 

NOTA: 0 à 5: 3,5 

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