CRÍTICA: The Flash 04x07 - Therefore I Am
(foto:divulgação)

“Estarei pensando em você.”

Desde quando foi divulgado que nesse quarto ano não contaríamos com um antagonista velocista, os fãs encontravam-se curiosos para descobrir qual dos maiores inimigos da imensa galeria de personagens nas HQ’s do Flash seria o selecionado para essa que estava prometendo ser uma season diferente das anteriores. Acabaram escolhendo o Pensador, vilão que nas HQ’s deu bastante dor de cabeça para a Liga da Justiça. Ainda que não seja tão conhecido pela maior parte do público, o que foi entregue até aqui foi instigante. Contudo, certamente depois desse capítulo, pode-se afirmar que o casal DeVoe aparenta ser um enorme acerto para essa temporada do seriado.

Esse excelente capítulo ousou deixar para escanteio aquele estilo diferente que havia nos sido introduzido, mais focado na pegada humorística e aventureira dos personagens, entregando uma narrativa com mais profundidade ao mostrar a trama do casal DeVoe quatro anos atrás e no tempo atual. O que me surpreendeu foi que a auxiliar do principal antagonista, sua companheira Marlize, também denominada como Mecânica nas HQ’s, foi repentinamente tão boa quanto Clifford DeVoe. Ambos constituem um casal de antagonistas que o seriado tanto estava precisando: motivações realistas, plano executado satisfatoriamente, além do grande nível de perigo. Isso pois ainda não foi demonstrado o real potencial de suas habilidades. Neil Sandilands já havia me conquistado desde o começo do episódio. Porém, foi na seqüência em que encontrou-se frente a frente transparecendo a verdade inteira para Barry que o ator mostrou o poder da sua performance. Tanto ele como Kim Engelbrecht foram capazes de entregar, na medida certa, ótimas atuações combinadas com um roteiro incrível definido por diálogos impecáveis. O momento que mencionei foi tão imersivo que me deixou altamente animado para o que os personagens ainda podem entregar nessa season. E é nesse ponto que esse ano também se distingue dos passados. Não nos encontramos nem no capítulo final anterior ao hiato de inverno ainda e já contamos com a descoberta da identidade do antagonista não apenas para nós fãs como também para os personagens do seriado, além de seu passado já ter sido apresentado. Assim sendo, bastante ainda pode ser feito e trabalhado durante essa season para deixá-la tão especial.

Outro aspecto que afirma o alto nível do capítulo é o fato de não ter sido necessário demonstrar um confronto entre o Flash e o Pensador. A tensão foi trabalhada de forma extraordinária, culminando em uma batalha psicológica entre herói e antagonista, na qual Clifford mostrou para Barry seu eu verdadeiro da maneira mais humanizada e direta possível, finalizando na seqüência onde assistimos o homem transformando-se em máquina, Clifford tornando-se o Pensador, ou naquilo que será o principal horror do time Flash nessa temporada. 

Barry também tem demonstrado ainda que está mudado após seu período confinado na Força de Aceleração.  Não é mais aquele Barry frágil ou machucado internamente, e batalhou até o final para provar para todos que encontrava-se correto desde o inicio, ainda que tenha tido que lidar com a persistência de sua noiva Íris em temas irrelevantes e seu sofrido discurso de “serem o Flash”. Por favor, roteiro, para de continuar a fazendo utilizar essa justificativa. Barry possui um time que o ajuda e opera ao seu lado diariamente. Entretanto, no fim ele é o herói, ele é o Flash, que está diante da batalha na frente das ameaças que rodeiam a cidade constantemente.

Contamos ainda no final com a volta, indefinida, de Wally West, justificada aqui pelo casamento de Barry e Iris estar chegando. Desejo que achem uma solução para o manterem fixo no seriado pelo resto da season e que o façam da maneira que o personagem é merecedor, porque não é fácil aceitar que ele seja substituído por Ralph Dibny. Falando nisso, foi positivo que ele não apareceu nesse capítulo já que o desenvolvimento do personagem encontra-se fortemente ligado ao estilo descontraído desse quarto ano, mas que não foi a prioridade nele.

 “Therefore I Am” é um capítulo que é digno de reconhecimento por pavimentar uma excelente estrada para essa season e que tem o direito de ser continuado até sua finalização. Além do espetacular exemplo de ter sido incrivelmente bem escrito pelos roteiristas e por contas com performances e uma direção bem realizadas. Na próxima semana iremos ter um intervalo na história para o grandioso crossover da season do universo televisivo da DC, que, ao que tudo indica, terá seu começo na história de The Flash com o casório de Barry e Íris.

Curiosidades:

- O nome do capítulo está referenciando a fala clássica do filósofo René Descartes “Penso, logo existo”. “I think, thefore I am” no inglês.

- Todos os eventos exibidos no capítulo ligados à DeVoe e a obtenção de suas habilidades são parecidas aos das HQ’s, incluindo o “Chapéu Pensador”.

- No flashback na coletiva com o Dr Wells, ou melhor dizendo, Eobard Thawne, ele fala “boa sorte” para DeVoe que encontra-se entre a multidão pois possivelmente, como é de uma linha temporal  futura, ele tem conhecimento de quem DeVoe se tornará e que será derrotado pelo Flash daqui alguns anos.

- Nesse capítulo é mencionado que a explosão do acelerador de partículas ocorreu em 7 de janeiro de 2014. Todavia, no seriado animado Vixen, Felicity Smoak fala que o acidente ocorreu em 11 de dezembro de 2013, data também mencionada por Cisco no capítulo “Broken Arrow” da season 3 de Arrow.

- Wally fala que enfrentou uma estrela-do-mar gigante do espaço, referenciando o antagonista da Liga da Justiça, Starro.

-Referência nerd de Cisco Ramon: Enquanto dialogavam a respeito do Samuroid, Cisco menciona “Zatoichi, the blind swordsman”, uma franquia de longas e seriados da televisão japonesa.

- Marvel Spot It: Os seriados da DC nessa temporada 2017/2018 têm quase semanalmente referenciado personagens da rival Marvel. Nesse capítulo, presenciamos Barry mencionando para Íris a respeito de seu “sentido aranha”.  

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