CRÍTICA - Liga da Justiça
Foto: Divulgação/ Warner Bros

A DC nos cinemas é estigmatizada. Homem de Aço foi corajoso, trazendo um Superman que ainda não era aquele ícone. Um alguém ainda na caminhada. Desagradou em partes o público. Batman vs Superman: A Origem da Justiça foi ousado na proposta, entregando um formato diferente, embora sem grandiosidade de roteiro. Mais uma vez, dividindo opiniões, embora reclamações quanto ao tom e quanto a "Martha" tenham vindo de todo lado. Mulher Maravilha veio e levantou o astral. Protagonista mulher, a primeira super heroína em primeiro plano na telona. Um tema atual, ganhando visibilidade, positivismo e maior aceitação de nossa sociedade atual. Mais pelos aspectos citados do que por qualidade, comparando com os dois filmes acima mencionados. Sem novidades na "trama do herói". Esquadrão Suicida foi desconfigurado próximo de ser exibido e acabou nem um pouco competente. Pelo menos esse eu acredito que tenha sido de fato ruim.

Eis que a expectativa dos cinéfilos, DCnautas, críticos e gerais era elevada para a vinda da maior equipe de super heróis de todos os tempos. Um verdadeiro panteão denominado Liga da Justiça. Deuses esses cujo desempenho não foi o mais alto imaginado ou desejado, servindo um filme "pé no chão", sem ousadias em roteiro ou tom. Certamente tentanto mudar aqui e ali um pouco de tudo para agradar uns e outros. Essa "indecisão" ao longo do filme, fica clara até pela montagem confusa em certos momentos, fez deslizar o épico da década da premissa. Muitas mudanças, uma "decupagem" para abrandar o longa. 

Porém, conseguiu manter a devida química entre os personagens. Individualmente, nenhum deles é ruim, mesmo o Batman (Affleck) com suas secas piadas, não ofende o legado. Mulher Maravilha (Gadot) é um poço de carisma e peça para o sucesso. O título do filme está mais preso á ela do que ela nele. Flash (Miller) é cômico sempre que aparece, podendo dar uma maneirada nisso. Mas segue competente. A demonstração de seus poderes é ótima. Aquaman (Momoa) reinventa o atlantis com magnetísmo, jeito bruto e sagacidade. Limpando a fama caricata do personagem que Os Super Amigos acabaram manchando conforme ficaram datados. Ciborgue (Fisher) é o mais sombrio, mas sem clamar por pena. Sua superação vem também com o avanço da equipe sobre a ameaça, apontando sua útil e interessante presença na equipe, além de personalidade forte. Mas, como já dito, o maior acerto é a junção de todos. Uma super equipe pra lá de entrosada e crível. 

Finalmente, o Superman como imbatível, diferencial entre a vitória e a perda. Ponto de abalo nos inimigos através da parca mensão. Clark (Cavill) retorna triunfante se tornando calamidade e ao mesmo tempo esperança. Por si só, é um acerto no filme. E sobre um certo "erro de computação gráfica no bigode", desculpa de gente "cri cri". Para balancear um acerto, vem um "erro". O raso vilão Lobo da Estepe desagrega um pouco. Mas querendo ou não, agrandando ou não, ele é mesmo aquilo apenas, até nas HQs. Poderiam ter enriquecido-o, claro. Mas não. Ao menos é funcional para unir a equipe e empurrar a trama. 

Liga da Justiça, infelizmente não mudou nossa concepção sobre filmes de heróis. Não marcou uma época e dividiu opiniões. O que não quer dizer que seja esquecível. É um filme divertido, com altos e baixos, mas de certo um ótimo filme de super heróis. A maior injúria ficou entre a alta e injusta expectativa do fã para com a indecisão na direção e produção do filme. Faltou pulso firme com "o que queremos fazer aqui". Trilhou pelo zona de conforto e mesmo assim ficou competente. Uma pena Snyder não poder concluir a obra, mas claramente entendível. 

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