Que a Serie A vem tendo cada vez mais jogadores jovens se destacando não é surpresa. Na seleção, não é de hoje que Cesare Prandelli, por exemplo, vem apostando em Balotelli e El Shaarawy no ataque. A dupla, que somada tem 42 anos, agora ganhará entrosamento atuando pelo Milan, e deve ser titular da Azzurra por um bom tempo.

Além deles, nomes como Verratti, De Sciglio e Florenzi, apesar de não estarem nos onze iniciais da Itália, já tem futebol para estarem, digamos, sempre ali quando necessário. E não só eles. Como já dito, o Calcio está repleto de jovens que a cada dia nos surpreendem, e, em breve, tomarão conta do país.

Esses jogadores, porém, ainda são secundários. Shaarawy, é verdade, foi a grande sensação na Itália na primeira metade do campeonato, enquanto Balotelli, apesar das tantas polêmicas, é uma estrela de renome internacional. Mas, vendo o amistoso da Azzurra contra a Holanda, disputado essa semana, nota-se a quantidade de veteranos que ainda tomam conta da equipe.

É impossível não começar por Andrea Pirlo. O meia, melhor jogador da última Serie A, ainda comanda a seleção. E visivelmente. Basta assistir alguma partida da seleção italiana, e fica fácil perceber o quanto a equipe depende do veterano de 33 anos. Lembrando que Pirlo foi o grande destaque da Azzurra campeã do mundo, em 2006. Mais de seis anos, e é ele que ainda dá as cartas.

A lista não é pequena. Excluindo a dupla de ataque e Santon - o lateral do Newcastle é um dos três mais jovens, também com 22 -, o time que entrou em campo contra a Holanda tem média de quase 30 anos. Buffon, ainda em grande fase, tem 35.

A entrada de jovens jogadores nessa seleção é um fato, e que não deve demorar a ocorrer. Mas deve ser feita aos poucos. Além de Pirlo e Buffon, nomes como Barzagli, De Rossi e Montolivo, figurinhas carimbadas do Calcio, tem destaque e vão continuar pelo tempo que permitirem - e porque tem futebol para isso. Como se não bastasse, além dos jovens Verratti, autor do gol de empate do 1 a 1, Florenzi e Ranocchia, outros 'velhos de guerra' do futebol da Velha Bota, como Gilardino, Diamanti e Osvaldo, entraram no segundo tempo do amistoso.

A onda "teen" na Itália é realmente muito boa, merece e vai ser aproveitada. Mas precisa de cuidado ao lançá-la na Azzurra. Pode parecer óbvio, mas mesclar as duas gerações diferentes será o ideal. Entre Paloschis, Immobiles e Rossinis (Sem esquecer de Niangs e Icardis, jovens não italianos mas que vem fazendo barulho na Serie A), além dos já citados, é fato de que a Itália tem uma bela geração pela frente, e que pode sim dar frutos. Mas, por enquanto, muita gente das antigas ainda manda no jogo. E, a julgar pela fase de muitos, fica difícil prever quando essa renovação será completa na seleção tetracampeã.

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Sobre o autor
Caíque Toledo
Jornalista metido a entendedor de futebol, tênis, Formula 1 e futebol americano.