O confronto entre Brasil e Uruguai, nesta quarta-feira (26), às 16h, em Belo Horizonte, vale muito mais do que a classificação para a final da Copa das Confederações. Além da tão lembrada -e doída- derrota para a Celeste na final da Copa do Mundo de 1950, os comandados de Felipão terão que superar outro trauma: as vaias dos torcedores mineiros.

O descontentamento com a seleção é recente. Em abril, no empate por 2 a 2 com o Chile, o Brasil saiu de campo vaiado, e, principalmente, sua maior estrela, o atacante Neymar, que além das pancadas dadas pelos adversários em campo, ouviu em alto e bom som o grito da torcida mineira: “Pioqueiro, pipoqueiro, pipoqueiro”. Passados quase dois meses depois, a fase é outra. Já são quatro vitórias seguidas, e quatro atuações convincentes, o que pode alterar o cenário e o humor dos torcedores belo-horizontinos. Principal alvo na ocasião, Neymar diz que não guarda ressentimentos das vaias.

“As coisas ruins a gente esquece, deixa para trás. Quero continuar fazendo gols e ajudando a Seleção”, contou.

Se fora das quatro linhas as coisas parecem tranquilas, dentro delas o cenário é o mesmo. Em treino nesta terça-feira (25), Felipão pode contar com todos os atletas do elenco, até mesmo o meia Bernard, que sofreu uma pancada na primeira atividade em BH, mas já está recuperado e confirmado como opção de banco. Quem volta de lesão é o volante Paulinho, que ficou de fora do último jogo da fase de grupos, devido a uma lesão no tornozelo.

A grande preocupação de Felipão é com o trio ofensivo da seleção uruguaia. O ataque que deverá ser formado por Diego Forlán, Luiz Suárez e Edinson Cavani, gera apreensão no treinador brasileiro, que fez questão de destacar as qualidades de cada um.

“Conheço o (técnico Óscar) Tabárez de muitos anos, sei a forma como ele trabalha. Você vê o Cavani, que foi máximo goleador dos últimos dois ou três anos na Itália (pelo Napoli), o Forlán, melhor jogador da Copa do Mundo de 2010, o Suárez, eleito o melhor da Liga da Inglaterra... É um time de muita qualidade, que tem jogado junto desde a Copa de 2010”, disse.

Sem medo do trio ofensivo uruguaio, a seleção deve ir a campo com a seguinte escalação:

Júlio César; Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho, Luiz Gustavo e Oscar; Neymar, Hulk e Fred.

O duelo terá cobertura do PORTAL VAVEL BRASIL, com o minuto-a-minuto dos principais lances da partida.

Alfinetada

O zagueiro Lugano parece estar com a língua afiada desde que pôs os pés no Brasil. Após criticar a violência das manifestações ocorridas em todo o país e chutar o balde contra a organização do torneio, o ex-sãopaulino “cornetou” o estilo de jogo de Neymar.

“Muito mais do que as faltas que o Brasil pode fazer, me preocupam as faltas que o Neymar pode simular. Ele é muito habilidoso nisso, se joga sistematicamente. Por ser muito leve, ele consegue fazer o salto muito bem. É uma grande habilidade desse craque brasileiro”, declarou.

Segurança especial

Mais uma manifestação promete tomar as ruas de Belo Horizonte nesta quarta. O temor das autoridades é que haja novas cenas de vandalismo que aconteceram no último sábado (22), depois de uma passeata tranquila pela Avenida Antônio Carlos. Segundo o secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, Rômulo Ferraz, o efeito de segurança será maior do que no sábado, devido à importância do duelo.