A Islândia entrou para a história nesta quarta-feira (17) ao vencer a Holanda por 1 a 0 em Väjxö pela Eurocopa feminina na Suécia. Pela primeira vez, a equipe avançou de fase na competição e de quebra, eliminou uma seleção renomada.

O resultado deixou a Islândia com quatro pontos, confirmando seu lugar entre as duas melhores terceiras colocadas da competição. A primeira colocação do Grupo B é da Noruega, que venceu a atual campeã Alemanha – também classificada - por 1 a 0 em Kalmar.

Nas quartas-de-final, a Islândia enfrentará França ou Suécia enquanto a Alemanha vai encarar a Itália. A Noruega espera a definição do Grupo C para saber quem será a segunda colocada na tabela e, consequentemente, sua adversária no mata-mata.

A partida foi um retrato da participação da Holanda nesta Euro: muita vontade, boas jogadoras no plantel, mas uma clara ausência de liga, de jogo coletivo progressivo e consistente. O aproveitamento dos passes depois da linha do meio-campo era horroroso ao mesmo tempo que as finalizações ou saíam fracas, ou passavam longe da meta da goleira Gudbjörg Gunnarsdóttir.

Com a falha holandesa na cobertura pelos lados e uma brecha enorme entre a linha de defensoras e meio-campo, a Islândia teve espaço para contra-atacar e apesar de ser um time inferior em termos de qualidade, mostrou muita competência nos passes e movimentos.

Aos nove minutos, assustou a Holanda pela primeira vez na cabeçada da capitã Katrín Jónsdóttir em escanteio cobrado por Sara Bjork Gunnarsdóttir. Teria sido o primeiro gol islandês se Dyanne Bito não tivesse afastado em cima da linha. Cinco minutos depois, a winger Hólmfrídur Magnúsdóttir fez ótima jogada individual, passou por Bito cortando da esquerda para o meio e bateu forte, acertando a trave direita de Loes Geurts.

A Holanda só respondeu aos 20 minutos, quando criou sua melhor oportunidade em toda a partida. A habilidosa e veloz Lieke Martens, de apenas 20 anos, tabelou com Kirsten van de Ven e chutou de fora da área. Gunnarsdóttir espalmou para cima e na sequência, a bola tocou o travessão.

Poderia ser o estopim de uma estabilização holandesa na partida, mas foi exatamente ao contrário. Aos 30, Magnúsdóttir cruzou da esquerda e a meia Dagný Brynjarsdóttir subiu com estilo – e totalmente livre de marcação - para testar a bola no canto esquerdo de Geurts. O gol abalou as estruturas do time comandado por Roger Reijners. Dois minutos depois, Margrét Lara Vidarsdóttir quase ampliou, cabeceando por cima do travessão praticamente de dentro da pequena área.

Na segunda etapa, Reijners buscou resolver a questão da cobertura com a entrada da volante Anouk Dekker. Defensivamente, os problemas até que foram amenizados – mais pelo recuo islandês do que propriamente uma melhora no setor. Ofensivamente, o time continuou pobre no tripé criação/último passe/finalização. Havia muita vontade de reverter a situação, inclusive com a zagueira e capitã Daphne Koster deixando a defesa para jogar de atacante.

Apesar de muitos escanteios, faltas, chutes de longa distância, o único que mereceu destaque foi o chute rasteiro de Sherida Spitse, defendido por Gunnarsdóttir. Nos minutos finais, a equipe de Sigurdur Eyjolfsson se defendeu bravamente e confirmou a classificação histórica, comemorando-a como um título após o apito final.

A Eurocopa feminina segue na quinta-feira (18) com a terceira e última rodada do Grupo C – a Rússia enfrenta a Espanha em Norrköping enquanto a França encara a Inglaterra em Linköping.