A Federação russa de futebol pretende manter Fábio Capello como técnico dos Soviéticos, no mínimo, até a Copa do Mundo de 2018, que a Rússia será país sede. ''Estamos muito satisfeitos com os resultados que a seleção mostra sob a orientação de Capello. A UFR (União de Futebol da Rússia, órgão que controla o futebol do país) continua muito interessada em prolongar está relação com o treinador italiano'', disse o presidente da Federação, Nikolai Tolstykh, ao jornal Sports Express.

Motivo de tanta confiança no trabalho do italiano são os bons resultados. A Rússia, atualmente, está em segundo lugar no Grupo F, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, com dois pontos de desvantagem para Portugal, mas com dois jogos a menos.

Antes das declarações do presidente da Federação russa de futebol, o técnico Fábio Capello, em entrevista ao jornal Sports Express, esclareceu aspectos da seleção da Rússia.

Quais são os desafios especiais que você enfrentou no início do comando da seleção russa?

O principal problema é na comunicação com os jogadores através de um tradutor. Você nunca sabe como as suas palavras chegaram até os jogadores e se eles entenderam o que você quis dizer. Isto é especialmente importante durante o jogo, quando as palavras certas podem, realmente,  ajudar a equipe. Instruções claras podem mudar tudo. Compreensão mútua na formação é mais fácil, mas pode haver situações em que algumas de seus palavras não são ouvidas.

Na Rússia é mais difícil encontrar jogadores adequados do que, por exemplo, na Inglaterra?

O número de jogadores que você pode selecionar para uma convocação da seleção, é muito menor do que Espanha, Itália ou França. Eu moro em Moscou e assisto três ou quatro jogos por semana, como meus assistentes. Temos disponíveis cerca de 60 jogadores, e neste caso, é essencial estar bem preparado para chamar a equipe que é realmente a melhor.

Porque jogadores russos não aparecem no topo dos campeonatos europeus?

Sim, é um problema, porque temos apenas quatro jogadores que atuam fora da Rússia. Também não tem jogadores com raízes estrangeiras naturalizados, como fazem na Alemanha, França, Inglaterra e Portugal. Isso também limita a nossa capacidade. Jogadores russos são bons tecnicamente, mas não temos estrelas que podem decidir o resultado de partidas. Eu acho que a chegada, na Rússia, de jogadores estelares vai ajudar os jogadores locais a se tornarem mais competitivos.

Você apoia a filosofia do Barcelona e da Espanha, que é o de maximizar o uso de meias nos diferentes papéis?

Sim, mas se você não tem jogadores desse calibre, como Guardiola possuía, esta filosofia não traz sucesso. Ou seja, não estamos falando de qualquer meio-campista, precisamos de jogadores realmente úteis. Olhe para o jogo entre Itália e Espanha, na última Copa das Confederações. De Rossi completou a o time na posição de líbero, e Javi Martinez atuou como um "nove".

Então, você acha que deve-se adaptar o esquema tático para que ele caiba aos jogadores?

Claro, você precisa encontrar uma formação tática, que corresponde à qualidade dos jogadores, mas não vice-versa.Bons treinadores colocam os jogadores nas posições onde melhor possam se destacar.