Após a recuperação, não restam dúvidas de que o Feyenoord lutará pelo título da Eredivisie. Com 33 pontos conquistados em 18 partidas, a equipe do treinador Ronald Koeman conseguiu uma boa recuperação após um péssimo início de temporada. Podemos esperar muito da equipe de Rotterdam, e caso o título venha, não é para surpreender ninguém.

Um sistema defensivo forte, unido a um sistema ofensivo de qualidade

No papel o clube tem tudo para ser o melhor da Holanda, pois tem jogadores de muita qualidade tanto no sistema ofensivo, quanto no sistema defensivo. Poderia se dizer que o Feyenoord tem o melhor meio campo da Holanda. Mas é aquele velho ditado "o jogo é ganho no campo".

O sistema defensivo conta com jogadores como Bruno Martins Indi e Stefan de Vrij, uma das melhores, senão a melhor, dupla de zaga da Holanda. Como Miquel Nelom está machucado, Bruno Martins Indi passou à lateral esquerda, assim Mathijsen está fazendo dupla com de Vrij.

Como Janmaat avança muito, Martins Indi fica e forma uma linha de 3 defensores junto com de Vrij e Mathijsen. O time ainda tem no banco jovens promessas como Sven van Beek e Terence Kongolo. Mesmo tendo sofrido 24 gols na temporada, Erwin Mulder fica até mais tranquilo quando vê jogadores de tanta qualidade à sua frente.

O melhor meio campo da Holanda conta Clasie, Tonny Vilhena e Immers. Vilhena e Clasie formam uma linha atrás do Immers, transformando o meia de 27 anos no armador principal do time. Vilhena é a maior revelação do clube nas últimas temporadas, um jogador de muita qualidade técnica, que auxilia muito Clasie e Immers, tanto na marcação quanto na armação.

Clasie, no papel, é o volante mais de contensão, mas isso fica só no papel, pois ele é o jogador com maior qualidade no passe, e não é por nada que já tem 6 assistências na temporada. Immers, mesmo parecendo ser o jogador do último passe, na verdade, é o cara que auxilia na conclusão das jogadas e também é o homem do primeiro bote no meio. O que dificulta o meio campo é a falta de opção de qualidade no banco.

O ataque também não fica atrás, com o vice-artilheiro da competição, Graziano Pellè, que marcou 13 gols em 16 jogos, fica até mais tranquilo. O Feyenoord só precisa de um atacante à altura para suprir a ausência de Pellè, quando necessário. As pontas também está muito bem servida, é o setor do campo onde o Feyenoord tem as melhores opções. Com Jean-Paul Boëtius pela esquerda e Ruben Schaken pela direita, o Feyenoord consegue suas melhores oportunidades para marcar seus gols.

Jogadores velozes, habilidosos e de muita qualidade técnica, Boëtius e Schaken ainda contam com reservas de muita qualidade, e que não ficam muito atrás. Caso seja solicitado, o treinador Ronald Koeman pode contar com John Goosens, Wesley Verhoek, Sekou Cissé e Samuel Armenteros, esse último está contundido e volta ao Anderlecht ao final da temporada.

O início difícil e a recuperação na Eredivisie

O De club van het volk (O clube do Povo) iniciou a temporada da pior forma possível. Eliminado na fase classificatória da Europa League pelo Kuban, o clube começou a Eredivisie com derrota nas 3 primeiras rodadas, sendo duas delas para rivais diretos na disputa pelo título (Twente 4-1 e Ajax 2-1), e a outra para o modeste PEC Zwolle por 2 a 1.

Gol de Graziano Pellè contra o PSV (Foto: espnfc)

O início da temporada não foi nada fácil para o clube de Rotterdam (Foto: Getty)

Ronald Koeman, após inventar muito nas primeiras rodadas, usando formações como 4-2-3-1 e 4-4-2 em linha, resolveu usar o que tinha de melhor. Com a volta de Stefan de Vrij na 4° rodada, e com Vilhena entre os titulares, o Feyenoord venceu sua primeira partida na Eredivisie, 3 a 1 para cima do NAC Breda. Ali iniciava a recuperação do clube de Rotterdam. O clube venceria mais nove vezes, empataria três e perderia apenas duas. Dessas nove vitórias, quatro foram importantíssimas. As vitórias contra PSV (3-1), Vitesse (2-1), Groningen(1-0) e Heerenveen(2-1).

A equipe de Koeman precisa apenas manter a consistência, pois não dá para perder pontos com clubes como RKC Waalwijk, que mais uma temporada disputa para não cair, Heracles Almelo, que também está perto da zona de playoffs. Isso sem contar o empate com o NEC, lanterna da competição. Se quer ser campeão, tem que ganhar os jogos difíceis, e ter vitórias tranquilas nos jogos fáceis.

O que esperar em 2014

Caso o clube não perca suas peças-chaves em 2014, como Vilhena, de Vrij, Martins Indi, Clasie e Boëtius, que têm propostas de clubes de maior expressão na Europa, pode-se esperar no mínimo uma briga até a última rodada pelo título da Eredivisie.

O bom trabalho nas divisões de base está dando muitos frutos, os jogadores estão ganhando experiência e consistência. A continuidade do trabalho da última temporada vem tendo com sucesso, e diferente de outros clubes, como o PSV, não perdeu seus principais jogadores, o que o tornou um clube muito mais forte dentro da Holanda.

O clube não deve fazer contratações na janela de inverno, deve continuar usando jogadores da base como peças de reposição. Jogadores como Lucas Woudenberg, Joey Sleegers e Elvis Manu só estão esperando a oportunidade para mostrarem tudo que sabem.

O clube volta a campo pela Eredivisie apenas no dia 19 de janeiro, contra o Utrecht, fora de casa, às 11h30 (horário de Brasília). E logo depois sentará na arquibancada para torcer muito pelo PSV contra o Ajax. Será uma rodada repleta de jogões, e o Feyenoord pode se aproveitar para encostar ainda mais nos líderes.