Muitos dos aclamados jogadores do cenário futebolístico atual cresceram com o pensamento focado apenas no esporte, mas o mais novo reforço do Manchester United tem uma história um pouco diferente. Juan Mata, de 25 anos, foi anunciado pelo clube na última sexta-feira e já pode realizar sua estreia na partida desta terça-feira, diante do Cardiff City, pela Premier League. Contudo, o que poucos sabem é que o espanhol não tem o interesse apenas na bola, optando por fazer coisas alternativas no tempo livre e chegou a arriscar seguir outra carreira na juventude.

Após dar seus primeiros passos no Real Oviedo, equipe que seu pai defendeu por quase toda a carreira, o meio-campista entrou para as academias de base do Real Madrid com apenas 15 anos de idade. Por lá, porém, nunca teve o talento dos mais reconhecidos e, mesmo com a vice-artilharia da segunda divisão do Campeonato Espanhol em 2006/07, não teve seu contrato renovado, fez as malas e partiu para Valencia para assinar com o clube homônimo.

Os amigos e o peso de vestir a camisa de um dos maiores times do mundo, no entanto, não foram as únicas coisas que Mata teve que deixar pra trás. O jogador, na época incerto sobre seu futuro dentro do esporte, havia começado um curso de jornalismo na Universidad Politecnica de Madrid, onde até mesmo conseguira um diploma de publicitário. Seu primeiro ano defendendo o Valencia, porém, também não foi dos mais felizes; prejudicado por lesões e, quando saudável, preterido pelo treinador Ronald Koeman, o espanhol teve poucos minutos em campo.

2008/09 marcou sua - primeira - reviravolta. Com a saída de Koeman e a chegada de Unai Emery na casamata, imediatamente Mata tornou-se titular e mostrou o seu real potencial. Foram 11 gols e 13 assistências na temporada, números comparáveis ao do reverenciado Xavi Hernández, do Barcelona. Dali em diante, as coisas começaram a se ajeitar para o atleta, que participou de mais duas campanhas com a equipe até se transferir para o Chelsea, em agosto de 2001. O valor da transação? 23 milhões de libras.

O impacto de Mata foi notório logo em sua primeira temporada em Londres. Com doze gols e vinte três assistências, o jogador foi fundamental para o inédito título da Champions League conquistado pelos blues. Na decisão, contra o Bayern de Munique, o espanhol cobrou o escanteio que culminou no gol de empate - marcado por Didier Drogba -, já no final da partida, que a levaria para a prorrogação.

Em 2012/13, é fato que o número de jogos foi maior, mas Mata também tratou de aumentar proporcionalmente suas expressivas estatísticas. Foram 22 gols anotados e trinta e nove assistências - sendo 17 na Premier League. Em tal ponto, o atleta já era reconhecido como um dos melhores playmakers do planeta. Nas duas primeiras temporadas, foi nomeado em ambas como melhor jogador da equipe - prêmio votado pelos torcedores. O meia caminhava a passos largos para se tornar um ídolo do Chelsea, mas a chegada de outro aclamado ícone do clube acabou trazendo ventos ruins para seus planos.

Na atual temporada, ainda pelo time londrino, o jogador foi inexplicavelmente pouco aproveitado - ficou apenas 1.199 minutos em campo. Com Oscar e Hazard sendo titulares absolutos, José Mourinho frequentemente o preteria pelo brasileiro Willian, Schürrle ou até mesmo Ramires, improvisado na posição ofensiva. Essa desagradável situação deixava-o inquieto, e, quando recebeu a proposta para se transferir ao United, não pensou duas vezes. Em Manchester, Mata já chega com status de estrela e promete alavancar os objetivos do maior campeão inglês.

VAVEL Logo
Sobre o autor