O Club Independiente Santa Fe é um dos mais tradicionais times de futebol da Colômbia. Com apenas sete anos de idade, em 1948, ganhou seu primeiro campeonato colombiano. Vieram outros em 1958, 1960, 1966, 1971 e 1975. A partir daí, porém, o clube entrou em um enorme jejum de títulos de expressão em um período onde venceu duas vezes a Copa da Colômbia e levou um vice nas extintas Copa Conmebol e Copa Merconorte.

Em 2012, o Santa Fe enfim soltou o grito da garganta e, 37 anos depois, voltou a vencer o Campeonato Colombiano. O título lhe garantiu vaga na Libertadores de 2013, onde o time entrou sem grandes expectativas. No sorteio das chaves, deu sorte e caiu no mais fraco grupo do torneio, ao lado do conterrâneo Tolima, do Cerro Poerteño do Paraguai e do Real Garcilaso do Peru. Avançou em primeiro com a segunda melhor campanha no geral. Nas oitavas, despachou o favorito Grêmio e reencontrou o Real Garcilaso nas oitavas de final, a quem eliminou com facilidade.

Então, veio o confronto contra o Olimpia na semifinal. Depois de 37 anos, o Santa Fe volyava à Libertadores a dois jogos de ir para a final. No primeiro jogo, porém, o Expresso Vermelho não foi bem e perdeu por 2 a 0 no Paraguai. No jogo de volta, fez 1 a 0 e desperdiçou uma quantidade inacreditável de chances de fazer o gol que levaria a disputa para os pênaltis. O segundo gol não saiu e o Santa Fe se despediu da Libertadores com uma grande campanha e que mostrou que o time estava no caminho certo.

Apesar do baque que foi e eliminação, os alvirrubros não tiveram tempo para lamentações e fizeram a melhor campanha na primeira fase do Apertura colombiano em 2013. No quadrangular semifinal, Los Cardenales avançaram para a final que valia, além da taça, uma nova vaga na Libertadores - agora em 2014. Porém, na decisão, foram derrotados pelo Atlético Nacional. No Clausura, avançou em sexto lugar, mas ficou apenas em terceiro na segunda fase e caiu fora. A vaga na principal competição de futebol das Américas, porém, veio através da pontuação geral na temporada, onde o Santa Fe foi o melhor desconsiderando os que já obtiveram vaga por terem sido campeões - Atlético Nacional e Deportivo Cali.

Para ingressar na fase de grupos, porém, a equipe cafetera teve que passar pelo Monarcas Morelia do México na primeira fase. Em Morelia, saiu perdendo por 2 a 0, mas diminuiu e, com a vitória por 1 a 0 no El Campín, conseguiu a vaga. Ao menos na teoria, os colombianos são a segunda força do grupo, superiores à Nacional do Paraguai e Zamora da Venezuela. Tendo sua torcida como principal aliada na disputa, o Santa Fe terá que enfrentar, logo na fase de grupos, o atual campeão da Libertadores, o Atlético Mineiro.

Para repetir ou até mesmo superar a campanha de 2013 e quem sabe conquistar o seu primeiro título, aposta na mesma base do ano passado. Os gols de Wilmer Medina, que volta de empréstimo ao Barcelona do Equador, são fundamentais para um bom desempenho da equipe, que tem como craque o seu camisa 10, o argentino Omar Pérez. Com uma precisãp invejável em chutes e cruzamentos, ele é o homem que pode decidir as partidas a favor dos Leões Alvirrubros. O escrete colombiano também conta com outros jogadores conhecidos no futebol sul-americano como Sergio Otálvaro e Jefferson Cuero.

Muito veloz e perigoso pelo lado direito, o time comandado por Wilson Gutiérrez tem outros destaques como o goleiro Camilo Vargas, o meia Omar Pérez, o zagueiro De la Cuesta e o atacante Copete. Os dois últimos, aliás, vieram no início desse ano de Albacete e Vélez Sarsfield, respectivamente. Também chegaram Rafael Pérez (Independiente Medellin), Yerry Mina (Deportivo Pasto), Libis Arenas (América de Cali), Róbinson Zapata (Millonarios), o meia Harrison Henao (Once Caldas), Édison Mendez (LDU), Frank Pacheco (Deportivo Pasto), Luis Manuel Seijas (Deportivo Quito), Dairon Mosquera (Cortuluá) e Sérgio Herrera (Once Caldas). Por outro lado, saíram Villarraga (para o Boyacá Chicó), Gerardo Bedoya (Itaguí) e Norbey Salazar (Fortaleza/COL). Em relação ao time da Libertadores passada, outra baixa é Christian Borja. Após boa passagem pelo Santa Fe, o mexicano voltou para sua terra natal para defender as cores do Veracruz.

Wilson Gutiérrez, o comandante

Meio-campista de pouca expressão no futebol, Wilson Gutiérrez teve uma pequena passagem pelo Santa Fe, ainda como jogador, entre 1994 e 1998. Depois de se aposentar, em 2006, passou a treinar as categorias de base do clube e, em 2011, foi chamado para ser assistente do então técnico do Santa Fe, Arturo Boyacá. Quando Boyacá se desligou do clube, em dezembro daquele ano, Gutiérrez assumiu o comando da equipe e teve sua primeira experiência como treinador.

Extremamente criticado pela fanática torcida do Santa Fe por sua inexperiência, Gutiérrez não começou bem e o Santa Fe empatou muitas partidas em sequência e chegou a ocupar a 12ª colocação do Campeonato Colombiano. Entretanto, Gutiérrez e o Santa Fe embalaram uma sequência de treze rodadas sem derrotas e a equipe terminou a primeira fase na 2ª colocação geral, o que lhe deu o direito de ser o cabeça de chave do Grupo B nos quadrangulares semifinais.

Com quatro vitórias e dois empates em seis jogos, o Santa Fe venceu o seu quadrangular e enfrentou o Deportivo Pasto na final nacional. Depois de empatar 1 a 1 fora de casa, a equipe se aproveitou de um El Campín lotado para vencer por 1 a 0, com gol de Copete, e conquistar o título nacional e a vaga para a Libertadores de 2013.

Na Libertadores de 2013, uma campanha história colocou o time nas semifinais da competição, tendo sido eliminado para o Olimpia, vicecampeão daquela edição. Também em 2013, Gutiérrez e o Santa Fe repetiram o feito e conquistaram o bicampeonato colombiano.

Omar Pérez, o craque

Revelado pelo Boca Juniors no ano de 2000, Omar Pérez foi reserva de Juan Román Riquelme na conquista do bicampeonato da Libertadores em 2000 e 2001 pela equipe xeneize. Mesmo no banco, o camisa 10 do Santa Fe parece ter aprendido muita coisa com um dos maiores camisas 10 da história do Boca Juniors. Com muita qualidade na visão de jogo e na bola parada, Omar é o grande maestro do Independiente Santa Fe e foi o principal responsável pelas excelentes campanhas da equipe nas últimas temporadas, nas conquistas dos dois campeonatos colombianos e na chegada até a semifinal da Libertadores.

Como o Santa Fe joga

No 4-2-1-3, o Independiente Santa Fe utiliza toda a categoria de Omar Pérez como enganche e a velocidade dos seus três atacantes, principalmente Cuero e Medina, e do bom poder de finalização de Copete. A equipe base do Santa Fe é: Vargas, Otálvaro, De La Cuesta, Meza e Seijas; Torres, Méndez e Omar Pérez; Medina, Cuero e Copete;

Em 2013, Santa Fe bateu na trave

Mesmo tendo entrado na Copa Libertadores de 2013 como campeão colombiano, o Independiente Santa Fe foi uma surpresa para a grande maioria dos torcedores da América do Sul. No Grupo 6 da competição, ao lado de Real Garcilaso, Tolima e Cerro Porteño, o Santa Fe não deu chance para o azar e atropelou. Com quatro vitórias e dois empates, a equipe liderou o grupo com tranquilidade e se classificou de maneira invicta, com a segunda melhor campanha na classificação geral. Nas oitavas de final, os colombianos tiveram pela frente a forte e tradicional equipe do Grêmio. Na primeira partida, na Arena, uma exibição ruim só foi compensada pela expulsão do zagueiro Cris no final, que permitiu que a equipe fosse derrotada por apenas 2 a 1 e não precisasse de muito para se classificar.

Na altitude do El Campín e com a torcida lotando e pressionando, um golaço de Medina aos 35 minutos do segundo tempo foi o suficiente para colocar o Santa Fe nas quartas de final. Na fase seguinte, a equipe colombiana não teve a menor dificuldade para despachar o Real Garcilaso. Com uma excelente vitória por 3 a 1 no Peru, o Independiente não teve muito trabalho para vencer os peruanos novamente, dessa vez por 2 a 0, no El Campín e chegar a semifinal pela segunda vez na sua história.

O adversário seria o tradicionalíssimo Olimpia, do Paraguai. A derrota por 2 a 0 no Defensores del Chaco complicou a vida do Santa Fe, que precisaria jogar a sua vida na Colômbia. A vitória por 1 a 0, com gol de Medina aos 30 do segundo tempo, entretanto, não foi o suficiente para colocar a equipe em uma final inédita na história do clube.