Começa nesta terça-feira (11) mais uma edição da Copa Libertadores da América: o jogo entre Botafogo x San Lorenzo, às 20h, no Maracanã, abre a fase de grupos da competição continental. Para uns torneio de raça, para outros berço da catimba, elementos atrativos não faltam para acompanhar. Nas linhas a seguir, confira o melhor e o pior de cada clube e do torneio para esta temporada.

Quem estará no certame

A 55ª edição começa desfalcada dos maiores campeões do torneio: o Independiente de Avellaneda (ARG), equipe que mais vezes conquistou o título (7), não conseguiu se classificar. Segundo maior vencedor, o Boca Juniors, que já foi finalista em dez oportunidades, vencendo seis, é mais um que fica de fora. Estudiantes de La Plata e River Plate são outros grandes argentinos sem vaga na Libertadores, que terá como representantes do país Arsenal de Sarandí, Lanús, Newell's Old Boys, San Lorenzo e Vélez Sarsfield.

Serão seis times brasileiros no torneio

Dos grandes brasileiros, nenhum paulista está na disputa. Em meio às falhas campanhas dos quatro grandes de São Paulo no Campeonato Brasileiro, o time que chegou mais perto foi a Ponte Preta, derrotada na final da Sulamericana para o Lanús. Campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil em 2013, Cruzeiro e Flamengo, respectivamente, chegam com pompa, reforços, e alimentando as esperanças da torcida.

Atual campeão, o Atlético-MG tenta repetir o feito do Boca Juniors de 2000-2001, bicampeão da competição. Dentre os brasileiros, apenas o Santos, em 1962-1963, conseguiu ganhar a Libertadores por dois anos consecutivos.

Atlético-PR e Botafogo, após garantir a vaga na fase de grupos ao passar por Sporting Cristal e Deportivo Quito na primeira, recomeçam o torneio com energias renovadas. Já o Grêmio aposta na corrida rumo ao título: investe em Enderson Moreira, um treinador inexperiente, e mais uma vez Hernán Barcos, que decepcionou a torcida na última temporada.

    

Goleadores da história

Das últimas 20 edições da Copa Libertadores, em apenas cinco um brasileiro não esteve entre os goleadores. Porém, em se tratando de marcar gols, a unanimidade é o equatoriano Alberto Spencer. Ídolo do Peñarol, o atacante, por sinal exímio cabeceador, marcou 54 gols em 87 partidas na competição. Leia mais sobre a história do atacante aqui.

Seguindo a lista de artilheiros, aparecem os nomes de outros dois ídolos do Peñarol entre os três primeiros: Fernando Morena, com 37 gols, e Pedro Rocha, 36, (ainda com dez pelo São Paulo e um pelo Palmeiras). Os argentinos Onega e Sarnari, dupla de ataque do River Plate na década de 60, também figuram na lista.

O melhor brasileiro é o atacante Luizão, que disputou a Copa Libertadores por Vasco da Gama, Corinthians, Grêmio e São Paulo, com 29 gols anotados. Campeão e artilheiro do torneio em 1976 com o Cruzeiro, Palhinha, é outro jogador do Brasil entre os dez melhores da Copa, com 25 tentos.

Os grupos

Grupo 1: Embalado com a vaga heroica conquistada nos pênaltis contra o Sporting Cristal, o Atlético-PR chega sem muitas estrelas, mas com um grupo que inspira confiança da torcida. Junto ao Vélez Sarsfield, o Furacão é forte candidato a passar para a próxima fase. Universitario, do Peru, e The Strongest, da Bolívia, contam com os jogos em casa para surpreender, porém a fragilidade fora promete colocar em risco a permanência dos times na competição.

Atlético-PR • The Strongest (BOL) • Universitario (PER) • Vélez Sarsfield (ARG)

Grupo 2: Dezenove anos depois, o Botafogo está de volta a Libertadores. Tentando superar a perda da sua principal estrela, Clarence Seedorf, o Fogão espera contar com a ajuda da sua torcida, assim como foi na Pré-Libertadores, para vencer a forte equipe do San Lorenzo e conseguir uma das vagas nas oitavas de final. Independiente del Valle e Union Española devem ser meros figurantes neste grupo que conta com duas das grandes forças da competição.

Botafogo • Independiente del Valle (EQU) • San Lorenzo (ARG) • Unión Española (CHI)

Grupo 3: O'Higgins à parte, os outros três times do grupo, Cerro, Deportivo Cali e Lanús, prometem travar uma boa briga pelas vagas na fase final. Com a mesma base do time que venceu a última edição da Sulamericana, os Granates do Lanús são bons candidatos. Entre Cerro e Cali, apostariamos nos colombianos, que vem de uma boa temporada no campeonato nacional, mas nada também que impeça a presença dos paraguaios, que é difícil, ainda assim, possível.

Cerro Porteño (PAR) • Deportivo Cali (COL) • Lanús (ARG) • O'Higgins (CHI)

Grupo 4: Favorito, o Atlético-MG não terá grandes dificuldades para conseguir a classificação e, possivelmente, arrematar o primeiro lugar geral da primeira fase, assim como no ano anterior. Santa Fé, que eliminou o Grêmio na última edição, e Nacional, atual campeão paraguaio, prometem uma briga ferrenha pela segunda vaga. Já o Zamora, apesar do bom sistema defensivo, não almeja grandes voos na competição.

Atlético-MG • Nacional (PAR) • Santa Fe (COL) • Zamora (VEN)

Grupo 5: Campeão Brasileiro, o Cruzeiro pinta como grande favorito a liderança do grupo, seguido de perto pela Universidad do Chile que, após excelentes campanhas na Libertadores e na Sul-Americana, almeja buscar objetivos mais concretos nesta edição. Real Garcilaso e Defensor correm por fora. Os uruguaios, campeões nacionais, apostam na mistura da experiência com a juventude. Já os peruanos buscam na altitude uma sobrevida na competição.

Cruzeiro • Defensor (URU) • Real Garcilaso (PER) • Universidad de Chile (CHI)

Grupo 6: Sem dúvidas, o grupo da morte. Grêmio, apesar do desmanche, ainda pinta como favorito ao primeiro lugar, porém, seguido de perto pelo Newell’s Old Boys, semifinalista da última edição e atual campeão argentino, além do Nacional, clube tradicional e figura carimbada na Libertadores. Como quarta força, o Nacional de Medellín tenta surpreender em um grupo que promete guardar emoções até a última rodada.

Grêmio • Atlético Nacional (COL) • Nacional (URU) • Newell's Old Boys (ARG)

Grupo 7: Os carrascos se reencontram no grupo 7. Flamengo, favorito ao primeiro lugar geral, novamente enfrentará o Emelec, clube que selou a eliminação do rubro-negro na edição passada. O León, que batizou seu estádio de Nou Camp, espera que a ligação com o Barcelona também seja lembrada dentro de campo. Correndo por fora, o Bolívar, tradicional clube boliviano, tem a altitude ao seu favor na busca pela classificação.

Bolívar (BOL) • Emelec (EQU) • Flamengo • León (MÉX)

Grupo 8: Atual campeão uruguaio e um dos times mais tradicionais do planeta, o Peñarol vai em busca do seu sexto título da Copa Libertadores. Juntamente com o Santos Laguna, é o principal candidato a vaga na próxima fase. Os argentinos do Arsenal de Sarandi tentam apagar a imagem de equipe violenta deixada nas últimas edições, enquanto os venezuelanos do Deportivo Anzoátegui farão no máximo para evitarem ser o saco de pancadas do grupo, mas não devem ter forças o suficiente para tal.

Arsenal de Sarandí (ARG) • Deportivo Anzoátegui (VEN) • Peñarol (URU) • Santos Laguna (MÉX)