A temporada 2013/14 marca um novo ciclo na história do Sevilla Fútbol Club. Classificado para a final da Uefa Europa League, o clube rojiblanco teve de se reinventar estruturalmente, dividindo seu período anual em duas metades: a reformulação e a ascensão.

Encerrando a temporada anterior com revéses altíssimos no aspecto econômico, o clube viu-se obrigado a abrir de mão de dezenas de jogadores, renomados, ídolos e até mesmo Negredo e Jesús Navas, os principais destaques da equipe. Foram 13 vendas e 17 transferências: uma reformulação geral, porém, ordenada e controlada pela permanência de Unai Emery, que prosseguiu no cargo de treinador.

Fecha-se o ciclo da equipe bicampeã europeia e da Copa del Rey e abre-se espaço para a juventude ganhar corpo e ditar os novos rumos do clube. Reconstruindo seus passos, a decisão contra o Benfica, no próximo dia 14, pode coroar esta nova caminhada.

(Foto: Juan Ignacio Lechuga/VAVEL)

Sequência de despedidas

Vendas de Negredo, Navas e Palop marcam o fim de um ciclo

O verão europeu foi marcado pelas recorrentes despedidas no elenco sevillista. Sofrendo com a grave crise financeira, o clube foi obrigado a colocar seus principais jogadores para transferência, incluindo Álvaro Negredo, Jesús Navas e Andrés Palop, ídolos da torcida e últimos remanescentes do elenco bicampeão europeu.

Negociado com o Bayer Leverkusen, Palop foi as lágrimas em sua última partida com a camisa do Sevilla. Erguido pelos jogadores após o apito afinal, o arqueiro foi saudado pelos torcedores. Completando a lista de grandes perdas, Jesús Navas seguiu rumo à Inglaterra, acertando com o Manchester City, clube onde o centroavante Álvaro Negredo também teria destino. O ex-camisa 19 encerraria sua passagem sagrando-se artilheiro nacional com 24 gols marcados, feito conquistado pela segunda vez em sua carreira. Além de entrar no hall de maiores artilheiros da história do clube, ocupando a 7ª colocação.

Juntos à eles, também deixaram o clube: Spahic (Bayer Leverkusen), Baba (Levante), Manu del Moral, Botia e Stevanovic (Elche), Bernardo (Sporting), Lua (​​Aston Villa), Luis Alberto (Liverpool), Campanha (Crystal Palace), Guarente (Catania), Medel (Cardiff), Kondogbia (Monaco), Javi Hervás (Hércules) e Alexis (Getafe).

Novas aquisições

Bacca, Gameiro e Marín chegam ao Sevilla

Com mais da metade do elenco deixando o clube, a diretoria do Sevilla viu-se com um grande problema em mãos. Apesar da entrada de dinheiro, que contribuiu para a diminuição do rombo financeira, era necessário investir em um novo estilo de contratação, evitando medalhões e apostando em jovens atletas. Sem grandes estrelas, as contratações mais impactantes foram de Gameiro, junto ao PSG, e Marín, que veio de empréstimo junto ao Chelsea.

Adequando-se a esta nova filosofia, chegaram ao Sevilla: Carlos Bacca (Brujas), Rusescu (Steaua), Vitolo (Las Palmas), Jairo (Racing), Nico Pareja (Spartak Moscow, empréstimo), Daniel Carriço (Reading), Diogo (Paços Ferreira), Beto (Sporting Braga), Marko Marin (Chelsea, emprestimo), Kevin Gameiro (PSG), Javi Varas (Celta de Vigo), Cristóforo (Peñarol), Iborra (Levante), Cheryshev (Real Madrid, empréstimo) e M’Bia (QPR, empréstimo).

Destaque para Carlos Bacca, substituto de Negredo, que vem ocupando bem o papel de goleador rojiblanco à altura de seu antecessor. Além do colombiano, jogadores como Carriço, Vitolo, M'Bia e Iborra caíram como uma luva na equipe titular sevillista e já estão nas graças da torcida após suas excelentes atuações.

(Foto: Sevilla FC)

A permanência de Unai Emery

Com a debandada geral no Sevilla, um fato ficou no ar durante semanas: inicialmente criticado, Unai Emery continuaria em seu cargo? Veio e passou o verão, as contratações chegaram e os medalhões partiram, mas o treinador permaneceu, contrariando o que boa parte da crítica e da torcida esperava. Hoje, o espanhol é considerado um dos grandes responsáveis pela transformação sevillista, após manter

Emery chegou ao clube em 14 de janeiro, após estar sem clube desde novembro de 2012. Tido como aposta, o treinador estreou com um empate, contra o Getafe. Em sua jornada, chegou ao marco de expressivo de dez vitórias consecutivas em casa, apesar dos recorrentes tropeços fora de seus domínios. Mudando o esquema tático de sua equipe, a posse de bola passou a ser mais valorizada e os resultados voltaram a aparecer.

Em sua chegada, o esquema inicial usado pelo treinador contou com: Beto; Coke, Fazio, Navarro, Alberto Moreno; Medel, Kondogbia; Jesus Navas, Rakitic, Reyes, Alvaro Negredo.

Atualmente, o Sevilla tem em seus 11 inicial: Beto; Coke, Fazio, Pareja, Navarro; M'Bia, Carriço, Reyes, Rakitic; Vitolo e Bacca.