Um desafio do tamanho de suas histórias. É assim que Arsenal de Sarandí e Nacional (PAR) encaram o jogo de volta das quartas-de-final da Copa Libertadores da América, que será disputado às 19h30 desta quarta-feira (14), em El Viaducto. A vantagem é paraguaia, graças à vitória do Nacional Querido no jogo de ida por 1 a 0. Apita a primeira das quatro decisões das quartas-de-final de La Copa o brasileiro Leandro Pedro Vuaden.

A partida é a mais importante do semestre para o Arsenal, que faz um melancólico Torneo Final para poder priorizar a Copa Libertadores. No meio do caminho copeiro não houveram muitas pedras, talvez o Nacional (PAR) seja a maior até aqui. E foi o pífio desempenho no âmbito local que fez a equipe dos Grondonas trocar de treinador, mandando embora o histórico Gustavo Alfaro, que ganhou todos os títulos importantes do clube, à exceção da Copa Suruga 2008, trazendo em seu lugar Martín Palermo, um mito dentro dos gramados, mas que ainda procura seu espaço na casamata.

Se o jogo é o mais importante do semestre para os argentinos, para o Nacional Querido este deverá ser o enfrentamento mais relevante dos seus quase 110 anos de história. O pequeno clube de Assunção nunca chegou tão longe em uma competição internacional, e na primeira vez em que passou da fase de grupos da Libertadores da América, se vê a um mísero empate de alcançar as semifinais do torneio. A campanha foi uma roleta russa, mas o trunfo tricolor foi não ter perdido na 2ª fase para o atual campeão da América, tampouco nas oitavas-de-final para a melhor equipe da fase de grupos.

Seja como for, temos um clube de menor porte garantido na semifinal da Libertadores da América 2014. São agremiações que, juntas, participaram de apenas 11 Copas - sendo que em duas das quatro em que o Arsenal esteve, o Nacional também figurou. Ambas as equipes já tem os melhores desempenhos em suas histórias na Libertadores, mas os argentinos já tem sua copa internacional, a Sul-Americana de 2007. Com títulos nacionais nos últimos cinco anos, os pequenos Arsenal e Nacional querem consolidar de vez suas ascensões.

Para o Arsenal, não marcar gols significa o fim de um sonho

Além de ser obrigado a fazer ao menos um gol, o Arsenal pensa também em não ter a meta de Campestrini violada na noite da quarta-feira (14). A equipe de Palermo vem treinando desde a derrota no jogo de ida, no Paraguai. Com o desempenho comprometido no Torneo Final, o Arse mandou reservas a Córdoba, para empatar sem gols com o Belgrano, no último final de semana. Para obter a classificação ainda no tempo normal, o time argentino precisará vencer por dois ou mais gols de diferença - vitória por 1 a 0 levará a decisão para os pênaltis.

O time terá o retorno do zagueiro-artilheiro Mariano Echeverría, que cumpriu dois jogos de suspensão, após a expulsão no jogo de ida das oitavas-de-final, contra a Unión Española. No entanto, Palermo não terá à disposição o volante Marcone, expulso no jogo da semana passada, em Assunção. Para a vaga do camisa 5, Aguirre deverá entrar no time, dando características mais ofensivas, que ficaria apenas com Matias Sánchez como meio-campista defensivo.

E foi justamente a novidade na equipe de Sarandí quem concedeu entrevista coletiva nesta semana: "Trataremos de ganhar o jogo, mas é fundamental não sofrer gols, e teremos que estar concentrados os 90 minutos", afirmou o meia-esquerda.

Aguirre ainda disse que espera uma postura do Nacional, semelhante a que os paraguaios apresentaram contra o Vélez Sarsfield: "Conseguiram a vantagem como mandantes, nos esperarão e tentarão aproveitar os espaços que possamos vir a deixar", completou o camisa 19.

Nacional vai à Argentina em busca de uma façanha

É exatamente assim que o site oficial do clube define a dificuldade do jogo contra o Arsenal. A delegação do Nacional (PAR) saiu de Assunção na tarde da segunda-feira (12), e encontra-se concentrada desde o início da noite do mesmo dia em Buenos Aires. O Tricolor jogou no final de semana pelo Torneo Apertura e, com um time completamente reserva, foi derrotado em casa pelo Rubio Ñu. Os paraguaios tem a vantagem do empate para o jogo de volta contra os argentinos, e até uma derrota por um gol de diferença serve, desde que o Nacional marque como visitante.

A ideia do Nacional é justamente buscar a classificação no tempo normal, assim como fizera contra o Vélez Sarsfield, jogando de igual para igual, na medida do possível: "Sabemos que nossa vantagem é mínima, mas pensamos em jogar de igual para igual, tratando de buscar o gol que é o que queremos também", destacou o atacante Benítez.

O goleiro Ignacio Don também falou sobre a decisão: "Se for possível, seria melhor poder classificar antes para não chegarmos aos pênaltis que são muito sofridos, não somente para nós jogadores, mas para toda a torcida".

O time treinado por Gustavo Morínigo não tem desfalques para o jogo desta quarta-feira (14), e os 11 jogadores escalados devem ser os mesmos que iniciaram o jogo de ida, no Defensores del Chaco. Os 20 jogadores que viajaram à Argentina são os seguintes: Nacho Don, Agüero, Piris, Miers, Cáceres, Balbuena, Coronel, Mendoza, Arguello, Orué, Torales, Melgarejo, Riveros, Martínez, Lusardi, Benítez, Santa Cruz, Prieto, Achucarro e Bareiro.