Depois de vencerem as duas partidas de estreia na Copa do MundoCosta Rica Itália mediram forças na Arena Pernambuco, em Recife, e os costarriquenhos se deram melhor. Com um gol solitário de Bryan Ruíz na primeira etapa, a equipe venceu a Azzurra por 1 a 0, alcançou os seis pontos e é a primeira equipe classificada para as oitavas-de-final no Grupo D. 

Por conta do forte calor e da importância da partida, ambas as equipes começaram a partida em um ritmo mais lento, estudando o adversário e pouco criando. Passados 20 minutos, as jogadas ofensivas enfim apareceram na partida e a Itália desperdiçou duas boas chances com Balotelli, ambas com assistência de Pirlo. Porém, após as chances perdidas, a Azzurra deu mais espaço para os costarriquenhos, que passaram a aproveitar apenas no final da primeira etapa. Na primeira oportunidade, Campbell foi derrubado dentro da grande área, mas a arbitragem ignorou. No lance seguinte, Bryan Ruíz aproveitou falha de Chiellini para abrir o marcador.

Na etapa final, a Costa Rica fez valer a superação. Bem postada na defesa e conseguindo assustar nos contra-ataques, os Ticos não levaram sustos dos italianos e tiveram oportunidades para ampliar o marcador. Depois de 49 minutos de muita entrega e dedicação, os costarriquenhos foram premiados com o apito final de Enrique Osses e a classificação para a próxima fase.

Na próxima terça-feira (24), às 13h00 (Brasília), a Costa Rica, já classificada, enfrenta a Inglaterra, já eliminada, no Mineirão, buscando a vitória para garantir a primeira colocação do Grupo D. No mesmo horário, mas na Arena das Dunas, em Natal, a Itália enfrenta o Uruguai em partida que vale a classificação para a próxima fase. Com a vantagem no saldo de gols, a Azzura pode até empatar com os sul-americanos que alcança as oitavas-de-final.

Com ajuda da tecnologia, Costa Rica sai na frente da Itália

Mesmo com o favoritismo, a Itália, preocupada com o desgaste físico provocado pelo forte calor de Recife, relutou em atacar deliberadamente, preferindo uma postura mais defensiva, saindo pouco a pouco para o ataque. Em compensação, a Costa Rica não apresentava muito poderio ofensivo, principalmente com Campbell, melhor jogador da equipe na vitória diante do Uruguai, que não tinha espaço para arrancar devido à forte marcação da Azzura. Contudo, a partir dos 15 minutos, os costarriquenhos começaram a assombrar a defesa italiana, ainda que em ritmo lento. Atrapalhados, os italianos erravam muitos passes - como um recuo de Marchisio para Buffon que resultou em escanteio.

Mas, embalado pelas vozes que vaiavam nas arquibancadas, o escrete italiano resolveu tentar sair para o jogo, não deixando espaço para a Costa Rica atacar. Balotelli, sozinho na frente, se virava para conseguir fazer o pivô nas diversas ligações diretas que recebia, muitas vezes inclusive cometendo faltas. A primeira vez que a jogada deu certo foi apenas aos 26 minutos, quando o atacante ajeitou para Thiago Motta, que bateu de longe e a bola passou à esquerda da meta de Navas. Quatro minutos mais tarde, Balo recebeu lançamento de Pirlo e tocou por cima do goleiro, mas a bola se perdeu pela linha de fundo.

E não era por falta de insistência do centroavante que a Itália não atacava. Aos 32, Balotelli recebeu à frente da zaga e bateu forte, mas Keylor Navas salvou a Costa Rica. A principal polêmica do primeiro tempo ainda estava por vir, quando, aos 42, Chiellini errou o domínio e Campbell aproveitou, invadiu a área e foi derrubado pelo mesmo zagueiro, mas o árbitro Enrique Osses nada assinalou. Sem problemas para os costarriquenhos, visto que um minuto mais tarde, Bryan Ruiz aproveitou cruzamento e testou para o gol, não sem antes a bola tocar no travessão, bater dentro do gol e voltar para a grande área. Graças ao chip dentro da bola, o tento costarriquenho foi confirmado em instantes e não deu tempo para as polêmicas. 

Ao fim de 47 minutos jogados, o árbitro chileno apontou o final da primeira etapa e a Costa Rica - mais uma vez - vencia e surpreendia, até então selando a classificação para as oitavas-de-final.

Ticos seguram a Azzura, garantem a vitória e a classificação

Para o segundo tempo, a Itália voltou mais ofensiva com Cassano entrando no lugar do volante Thiago Motta. Porém, logo aos cinco minutos, quem quase balançou as redes para a Azzurra foi o lateral Darmian, que encheu o pé de fora da área e obrigou Navas a fazer boa defesa. Pirlo, em cobrança de falta, também assustou a meta do goleiro costarriquenho, que salvou mais uma vez. Com dez minutos jogados, Prandelli pôs o time ainda mais para frente, com a entrada de Insigne no lugar de Candreva.

Mas a partida continuou no panorama que estava na etapa inicial: muitos impedimentos, algumas entradas ríspidas e ritmo morno. Enquanto a torcida presente na Arena Pernambuco gritava "olé" para cada passe da Costa Rica, os italianos, apesar de estarem com três atacantes em campo, não ofereciam mais perigo para Navas e esbarravam novamente nos impedimentos: foram 15 na partida - sendo 12 da Itália - mais do que em qualquer outra partida dessa edição da Copa do Mundo. Então, Prandelli resolveu apelar: tirou Marchisio e colocou Cerci, deixando a seleção italiana com quatro atacantes de ofício em campo.

Na base do desespero, a Itália não conseguia pressionar a Costa Rica que, fechada, não deixava espaços e não se assustava com os ataques adversários. Aos 36, Insigne recebeu bom lançamento na entrada da área e isolou ao tentar um voleio. Mas isso foi o pouco que a seleção conseguiu no ataque. E a Itália ainda quase sofreu o segundo aos 47, quando Breñes soltou a bomba de fora da área e tirou tinta da trave esquerda de Buffon.

Bem postada na defesa e eficiente nos contra-ataques, a Costa Rica conseguiu segurar o resultado até o fim com muita luta e, quando Enrique Osses apitou o fim de jogo, a surpresa já era realidade: Costa Rica nas oitavas-de-final, pela segunda vez na história.