Em um Mineirão completamente tomado por torcedores argentinos, a Argentina precisou de muito apoio da massa, muita dediçação e da genialidade de Lionel Messi para vencer o Irã por 1 a 0, com gol do camisa 10 aos 47 minutos do segundo tempo. Com o resultado, os sul-americanos garantiram a primeira das duas vagas do Grupo F para as oitavas-de-final da Copa do Mundo.

Mais do que os três pontos para a classificação,  a Argentina entrou em campo pressionada para fazer uma boa exibição contra uma seleção, em teoria, mais fraca e convencer os torcedores e a todos que apontam a equipe como uma das favoritas a chegar à final no Maracanã. Do outro lado, o Irã entrava como franco atirador contra uma seleção de nome e um empate era considerado um ótimo resultado. 

Com uma postura extremamente defensiva, os iranianos conseguiram segurar os argentinos e evitar uma boa atuação dos sul-americanos. Com o passar do tempo e sem conseguir criar jogadas de perigo, a Argentina passou a se mostrar extremamente nervosa dentro de campo e o primeiro tempo foi ruim, com poucas chances para ambos os lados.

Na segunda etapa, o Irã manteve a postura defensiva, mas aproveitou os espaços deixados por uma Argentina desesperada e conseguiu explorar os contra-ataques com muita qualidade, transformando o goleiro Sergio Romero no principal nome da partida. Quando tudo se encaminhava para o empate sem gols, brilhou a estrela de Lionel Messi. Nos acréscimos, o camisa 10 argentino recebeu na entrada da área, fintou a marcação e acertou um lindo chute para dar a vitória aos sul-americanos. 

Já classificada, a Argentina terá pela frente a Nigéria na próxima quarta-feira (25), às 13h00, no Beira-Rio, em Porto Alegre. No mesmo horário, o Irã, que dependerá de uma combinação de resultados para conseguir a classificação, irá enfrentar a Bósnia, na Fonte Nova, em Salvador.

Argentina tenta, erra e não passa pela defesa iraniana

O começo de jogo não foi tão fácil como se imaginava para a Argentina. Jogando "ao melhor estilo José Mourinho", o Irã posicionou a sua equipe inteiramente no campo de defesa e diminuiu muito os espaços argentinos, prinicipalmente no meio de campo, dificultando a criação e diminuindo a participação de Lionel Messi. Depois de muito errar, a primeira chance clara da Albiceleste veio dos pés de Higuaín, que recebeu passe nas costas da defesa, mas o goleiro Haghighi se antecipou e fez boa defesa.

Por volta da metade do primeiro tempo, a equipe argentina começou a se soltar no jogo e a torcida foi junto para embalar o time que, sem muita opção, cruzava muitas bolas na área tentando aproveitar a baixa estatura da defesa iraniana e a qualidade de Higuaín, mas sem eficiência. Além de focar na marcação em cima de Lionel Messi, o Irã também foi muito eficiente para evitar as jogadas laterais da Argentina, principalmente com Dí Maria e Kün Aguero. 

Apesar da pressão, os iranianos conseguiram se sustentar na defesa e pouco foram ameaçados na primeira etapa. Em uma das poucas oportunidades de gol da Argentina, Messi cobrou falta da entrada da área e a bola passou muito perto da meta iraniana antes de se perder pela linha de fundo.

Pela qualidade individual dos jogadores argentinos, a atuação da primeira etapa deixou a desejar, mas muito por mérito da ótima marcação do Irã, que compactou os setores e dificultou a criação de jogadas da Argentina. Com esse panorama, a primeira etapa do jogo terminou sem gols e com muitos erros por parte da Argentina. O Irã foi para o intervalo confiante, enquanto Sabella teve que repensar em uma forma de reverter o mal primeiro tempo, que se pareceu com a primeira etapa da partida de estreia, quando a Albiceleste não conseguiu encontrar espaços na defesa da Bósnia.

Nos acréscimos, Messi garante a vitória para a Argentina

No início da segunda etapa, foi a vez de Sergio Romero salvar a Argentina de um susto. Shojaei aproveitou os espaços e avançou em contra-ataque. Após um drible sensacional no meio de campo, o meia serviu Ghoochannejhad que cabeceou com muito perigo.

Pelo lado da Argentina, Di María fazia uma boa partida até então, sendo uma opção pela ponta esquerda, enquanto Gago não estava bem em campo e parecia sem função. Aos poucos, o Irã foi gostando da partida, aproveitando os espaços cedidos pelo desespero argentino em busca do gol e explorando os contra-ataques e a bola parada.

Após cobrança de escanteio da direita, Hajsafi aproveitou a sobra e arriscou de longe e Romero contou com o desvio da zaga para se livrar do susto na bola venenosa do jogador iraniano. Em seguida, Montazeri subiu pela direita, cruzou na área e encontrou Dejagah, que concluiu de cabeça para Romero defender com a ponta dos dedos e evitar o gol iraniano novamente.

A equipe de Queiroz cresceu, pressionou, mas também passou a dar mais espaços para Higuaín, Kun Aguero e Messi, que passaram a ser liderados por Di María que fez uma partida melhor. Ainda assim, a Argentina não encontrava o caminho e sofria para acertar o gol.

Com muito mais posse de bola, mas sofrendo para encontrar espaços na forte marcação iraniana e deixando muitos espaços para o contra-ataque, a Argentina sofria muito na partida e Sabella demorava para fazer alterações. Quando finalmente decidiu mudar, o técnico trouxe Lavezzi e Palacio para o campo no lugar de Agüero e Higuaín, respectivamente.

Se aproximando do final da partida, os dois times partiram para o tudo ou nada. Quem teve a grande chance de abrir o placar foi o Irã, que partiu em contra-ataque, invadiu a área e no chute cruzado Romero espalmou a bola para evitar a zebra.    

Quando tudo se encaminhava para o empate sem gols, Messi recebeu a bola pela direita, limpou a marcação e acertou um lindo chute, sem a mínima chance para o goleiro iraniano, abrindo o placar aos 47 minutos do segundo tempo e garantindo a vitória e a vaga para as oitavas-de-final.