Buscando o seu quarto título na Copa do Mundo, a Alemanha é uma das fortes candidatas ao troféu. Tem como adversário a seleção Brasileira nas semifinais, que não conta com Neymar, seu principal jogador cortado por lesão, mas que tem o apoio da sua grande torcida que vive o sonho de conquistar o Hexa em seu país.

Se o Brasil não conta com o seu camisa 10 e Felipão tem algumas dúvidas sobre quem deve substituí-lo, o treinador Joachim Löw vem usando da versatilidade dos seus jogadores para montar diferentes esquemas de jogo, o que vem sendo uma arma letal contra os seus adversários. Um grande exemplo disso é o deslocamento de Philipp Lahm para o meio-campo, algo que já vinha acontecendo com o atleta no Bayern de Munique e vem sendo adaptado na seleção Alemã.

Porém, com relação a variação de posição, o que tem dado ótimos resultados são as atuações de Thomas Müller como centroavante. Alto, rápido e versátil, o camisa 13 é o artilheiro da Mannschaft na Copa com quatro gols marcados e vem sendo o destaque do estrelado elenco alemão. Além disso, as entradas de André Schürrle durante os jogos tem sido uma grande válvula de escape; com velocidade e boas transições pelos flancos, o camisa 9 tem sido bastante participativo quando acionado e é considerado um amuleto da Alemanha no Mundial.

Mas, se do meio pra frente Löw conta com diversos jogadores em variadas posições, na defesa isso não se repete. A utilização de Höwedes e Boateng - ambos zagueiros de origem - nas laterais vem sendo questionada pela mídia internacional e pelos adeptos à seleção Alemã. A não utilização do lateral-esquerdo Erik Durm, que fez boa temporada pelo Borussia Dortmund, também vem sendo contestada. A improvisação proposta por Löw é entendida por muitos como 'burrice', mas o treinador pensa diferente. Apesar de alguns sufocos passados através disso, principalmente nas oitavas contra a Argélia, a Alemanha tem se saído bem e não chega às semifinais por acaso. É uma seleção bem definida e e com diferentes maneiras de ser montada, que tem tudo para chegar a final no dia 13 de Julho.

Lahm: de lateral-direito a peça chave no meio-campo alemão

Desde o início atuando como lateral-direito, a utilização de Philipp Lahm como volante do Bayern de Munique promovida por Pep Guardiola tem surtido efeitos positivos também na Alemanha. Com seu passe preciso, além de boas chegadas no ataque e forte marcação, o capitão da Mannschaft tem um papel fundamental no esquema de Joachim Löw, independente da posição onde for escalado.

Das cinco partidas disputadas pela Alemanha na Copa do Mundo 2014, Lahm atuou no meio-campo em quatro. Apenas contra a França nas quartas o camisa 16 jogou como lateral-direito por opção de Löw, que justificou o motivo de optar por Lahm na linha defensiva. Segundo o treinador, foi uma das soluções encontradas para furar o bloqueio francês: "A França tem um forte meio-campo com Cabaye, Pogba e Matuidi, jogadores que fazem um verdadeiro paredão no meio. Então decidimos explorar mais as laterais do campo e deu certo", disse Löw.

André Schürrle, o amuleto de Joachim Löw

Reserva da seleção Alemã, o atacante André Schürrle vem tendo atuações destacáveis quando acionado e muitos se perguntam por que o camisa 9 não ganha oportunidades de ser titular, devido também as contestáveis apresentações de Mesut Özil que não vem rendendo o esperado.

Mesmo com apenas um gol no Mundial, Schürrle dá uma cara nova ao ataque alemão. Usando da sua velocidade e chutes fortes com a perna direita, teve participação de gala na vitória sobre a Argélia por 2 a 1, triunfo esse que deu a Alemanha a chance de disputar as quartas de final, também vencida. O seu desempenho na partida e o gol de letra arrancou elogios do seu treinador, que o tem como principal 'botão de emergência' para tirar a Nationalelf de um provável sufoco.

Versatilidade de Kroos e Özil dão consistência a equipe

As atuações de Özil nesta Copa do Mundo não são as mesmas do Mundial de 2010, onde o meia foi um dos destaques daquela seleção que caiu nas semifinais para a Espanha, que consagrou-se campeã. Com seus passes precisos e bons lançamentos, o camisa 8 é bastante participativo, apesar de partidas não tão surpreendentes.

Atuando pelos dois lados do campo, Özil também é uma boa utilização pelo meio-campo. Junto a Toni Kroos, é responsável por dar qualidade a saída de bola da seleção alemã, seja pelos flancos ou pelo meio, além das boas chegadas de Schweinteiger, responsável pela transição da defesa para o ataque. Em um contexto geral, a Alemanha de Löw tem várias opções viáveis para penetrar a defesa adversária, não apenas com jogadores talentosos mas também pela versatilidade dos mesmos dentro de campo.

Algo interessante de ser notado do meio pra frente da seleção alemã, além da intensa troca de passes, é a mobilidade dos seus atletas, onde no decorrer da partida Özil, Müller e Götze trocam de posições a todo momento, buscando confundir a marcação adversária e chegar com mais facilidade ao ataque.

Müller e sua importância como falso 9

Um dos artilheiros da Copa de 2010, disputada na África do Sul, o atacante Thomas Müller vem mantendo o alto nível também neste Mundial. Autor de quatro gols em cinco jogos disputados até o momento, o atacante desbancou o maior goleador da história da seleção Alemã, Miroslav Klose, que precisa de apenas um gol para quebrar o recorde de Ronaldo como o maior artilheiro da história das Copas.

Thomas Müller tem quatro gols em cinco jogos

A falta de um atacante de área foram uma das questões levantadas pela mídia sobre Joachim Löw, que trouxe para a Copa apenas Klose como centroavante de ofício, buscando adaptar jogadores para fazer a função. Um dos que deu certo foi Müller, que atuou diversas vezes como falso 9 no Bayern de Munique. Ágil e com forte presença de área, é mais uma arma letal da Nationalelf para surpreender a defesa rival.

Para muitos, a Alemanha é a seleção favorita para conquistar a Copa do Mundo. Um ótimo elenco formado por uma defesa sólida, um meio-campo altamente técnico e um ataque polivalente, além de jogadores que saem do banco e fazem a diferença. A Nationalelf não é uma equipe que joga através de um jogador-chave, mas sim que trabalha em conjunto, trocando muitos passes, com frieza, calculista, esperando o momento certo para aproveitar o erro adversário e fazer o seu papel.

Joachim Löw entrará com Lahm na lateral para explorar as pontas buscando o ataque, assim como aconteceu contra a França, vendo que os volantes adversários Luiz Gustavo e Fernandinho estão em ótima forma. Mesmo jogando em casa, é preciso que o Brasil tenha bastante atenção. A Alemanha pode precisar de apenas uma oportunidade pra definir o confronto a seu favor.

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Sobre o autor
Hilton Martins
17 anos, pseudo-redator e torcedor do Bayer Leverkusen.