Nesta quarta-feira (9), a Argentina venceu a Holanda por 4 a 2 na disputa de pênaltis na Arena Corinthians, em São Paulo. A Albiceleste enfrentará a Alemanha no próximo domingo (13), no Maracanã, no Rio de Janeiro. Enquanto os sudacas buscarão o terceiro título mundial, a Nationalelf terá como objetivo conquistar a quarta taça. Um dia antes, a Oranje defrontará o anfitrião Brasil no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, na decisão do terceiro lugar.

Primeira etapa monótona

Os primeiros minutos de jogo foram movimentados, mas sem grandes lances de perigo. Adiantando sua marcação, a Argentina tomou a iniciativa e criou a primeira boa chance aos 14 minutos, num lance de bola parada: o atacante Messi cobrou falta e obrigou o goleiro Cillessen a praticar grande defesa, segurando a bola com firmeza. Os sul-americanos seguiam ameaçando através das bolas paradas, porém não obtinham sucesso.

Inerte, a Holanda não conseguia achar alternativas para se sobressair sobre a forte marcação adversária. Para se ter ideia, o melhor lance dos Laranjas na primeira metade da etapa inicial havia sido um inusitado drible de Cillessen no atacante Higuaín. A surpresa ficava por conta da presença do volante De Jong entre os titulares. O jogador era dado como descartado da Copa do Mundo há alguns dias, mas teve uma recuperação surpreendente e figurou na formação inicial do técnico Louis Van Gaal.

Depois de meia-hora de jogo, a Holanda começou a "se soltar" e a esboçar jogadas ofensivas. Todavia, o duelo era morno e duramente equilibrado. Excetuando a falta cobrada por Lionel Messi, não foram construídas chances sérias de abrir o placar e o primeiro tempo terminou aquém do que se esperava, com o empate sem gols.

Segundo tempo igualmente monótono, mas animado no fim

O panorama continuou na volta do intervalo: um confronto truncado e com pouquíssimas chances de gol. Entretanto, a Laranja Mecânica era mais consistente: diminuiu os espaços na lateral-esquerda e viu seus atacantes aparecerem mais na peleja.

Apesar disso, a bola aérea continuava ditando a semifinal disputada na capital paulista. Quando o relógio marcava 30 minutos, Enzo Pérez cruzou e Higuaín balançou as redes pelo lado de fora, enganando boa parte dos torcedores no estádio. Alguns adeptos chegaram a soltar o grito de gol. Ainda assim, o assistente já havia flagrado o avançado em posição irregular.

Em plena segunda parte, as equipes ainda se estudavam e procuravam se preservar. Na reta final do tempo regulamentar, a Holanda pressionou: aos 44, Sneijder deu passe na medida para Robben, que invadiu a área e arriscou, mas foi travado por Mascherano. Parecia um gol certo. Nas bolas alçadas à área, a defesa argentina afastou o perigo, segurando o 0 a 0 que obrigou a realização da prorrogação.

Igualdade no marcador persiste na prorrogação

Se as chances já eram escassas nos 90 minutos, não foi diferente na prorrogação, com os jogadores aparentemente esgotados fisicamente. Em bola levantada para a área holandesa, Cillessen saiu bem da baliza para afastar o perigo. Os Países Baixos tinham atuação ligeiramente melhor, mas não chegavam a assustar.

Na segunda metade do tempo extra, as seleções não se arriscavam e pareciam apenas aguardar a chegada da disputa de pênaltis. Porém, aos 10 minutos, veio a grande chance do jogo inteiro: Palacio saiu na cara de Cillessen e cabeceou nas mãos do arqueiro. E o outro finalista do Mundial teve de ser decidido nas penalidades máximas.

Sem ousadia de Van Gaal, Holanda vê Argentina se classificar nos pênaltis

Nas quartas de final, contra a Costa Rica, o técnico holandês Louis Van Gaal polemizou ao colocar o goleiro Krul no lugar de Cillessen nos últimos minutos da prorrogação: uma estratégia para a disputa de pênaltis. O reserva tornou-se herói ao defender duas cobranças. Desta vez, o comandante neerlandês não efetuou tal substituição e o papel de fechar a meta nas penalidades máximas coube a Cillessen.

No entanto, o herói surgiu do outro lado: o contestado arqueiro argentino Romero defendeu as cobranças de Vlaar e Sneijder e ajudou os comandados de Alejando Sabella a carimbarem o passaporte para a grande decisão no Maracanã. Messi, Robben, Garay, Agüero e Kuyt converteram e saiu dos pés de Maxi Rodríguez a confirmação dos sul-americanos como adversários da Alemanha na final. Vendo o sonho do inédito título mundial chegar novamente ao fim, a Holanda encerrará sua participação na Copa contra a Seleção Brasileira no embate que decidirá o terceiro colocado do torneio.