Foram 106 anos de espera, mas o dia finalmente chegou. Na noite desta quarta-feira (13), em Buenos Aires, o San Lorenzo venceu o Nacional (PAR) por 1 a 0 e conquistou o título inédito da Copa Libertadores da América. Único dos cinco grandes argentinos – Boca Juniors, River Plate, Independiente, Racing e Estudiantes - a não ter conquistado a Libertadores, o Cuervo entrou no rol de campeões sul-americanos graças a um gol de pênalti marcado por Ortigoza, um dos grandes nomes da competição, ainda no primeiro tempo.

Favorito desde o início, o San Lorenzo sofreu com aquela que, teoricamente, seria uma das suas principais armas: a pressão da torcida. Diante de um Nuevo Gasómetro lotado, a equipe argentina se mostrou muito nervosa desde o apito inicial, tomou decisões erradas, sentiu a falta de Piatti, negociado com o Montreal Impact, e só chegou ao gol graças a bola parada. Após uma cobrança de escanteio da direita e uma confusão dentro da grande área, Coronel colocou a mão na bola e o brasileiro Sandro Meira Ricci, corretamente, apitou pênalti.

Na cobrança, Ortigoza marcou o único gol da partida. O segundo tempo foi muito parecido com o primeiro, com o Nacional assustando muito mais que o San Lorenzo, que se defendia como podia e segurava a vitória até o apito final. Depois do encerramento, euforia e loucura tomaram conta do Nuevo Gasómetro, que viu Romagnoli, camisa 10 e ídolo da equipe, ser carregado pelos seus companheiros enquanto chorava a conquista do título inédito para a torcida e para o clube.

Ortigoza comemora o gol do título do San Lorenzo (Foto: Daniel Jayo/STR/Getty Images)

Nacional assusta, mas Ortigoza marca e coloca o San Lorenzo na frente

Mesmo jogando fora de casa, quem mandou na primeira etapa foram os paraguaios. Apesar de não ter pressionado a equipe argentina, o Nacional soube aproveitar os espaços no contra-ataque e o nervosismo dos mandantes para assustar. Com menos de um minuto no relógio, Orué carimbou o poste esquerdo de Torrico e quase abriu o placar.

Além da bola na trave, os visitantes assustaram mais três vezes, com ótimas finalizações de fora de área, que levaram perigo à meta do Cuervo. Entretanto, o domínio paraguaio não foi o suficiente para a equipe fazer o gol e, aos 32 minutos, ser punida pelas chances perdidas. Após cobrança de escanteio da direita, Cauteruccio tentou a finalização e a bola explodiu no braço do zagueiro Coronel. Sandro Meira Ricci apitou e marcou pênalti para os donos da casa.

O responsável pela cobrança foi o volante Ortigoza. Depois de tomar muita distância, o camisa 20 caminhou com tranquilidade até a bola e tocou com perfeição, sem chance para o goleiro Don e abriu o placar para os donos da casa antes do intervalo.

Romagnoli foi carregado pelos companheiros ao final da partida (Foto: Daniel Garcia/AFP/Getty Images)

San Lorenzo amarra a partida e conquista título inédito

O segundo tempo foi como o esperado. Na frente no marcador, os argentinos catimbaram, se fecharam lá atrás, seguraram o resultado o máximo possível e tentaram explorar os contra-ataques. Ao contrário da primeira etapa, os 45 minutos finais foram de pouquíssima técnica e o nervosismo começou a atingir também a equipe do Nacional, que pouco assustou a meta de Torrico.

A única grande chance dos paraguaios veio aos 32 minutos, quando a bola se ofereceu para o atacante Bareiro, livre na marca do pênalti, finalizar com força. Entretanto, antes que a bola pudesse chegar ao gol, o zagueiro Gentilletti entrou na frente e salvou a equipe do San Lorenzo.

Aos 42 minutos, o momento mais simbólico de toda a partida: maior ídolo da torcida azulgrana, o camisa 10 Romagnoli foi tirado de campo para a entrada de Kannemann. Ao deixar o gramado, o craque teve seu nome gritado por todo o Nuevo Gasómetro e desabou em lágrimas. Após o apito final, invadiu o gramado e foi carregado pelos seus companheiros, ainda aos prantos, comemorando o título inédito.