A chave das competições é virada, mas a rotina segue a mesma. O River Plate até teve seus problemas, mas conseguiu vencer o Godoy Cruz, jogando no Malvinas Argentinas, e abre grande vantagem na eliminatória válida pela 2ª fase da Copa Sul-Americana 2014. A vitória por 1 a 0 foi sacramentada com o gol de Germán Pezzella, aos 46 minutos do 2º tempo, aproveitando falta cobrada por Pisculichi. Quem se classificar enfrentará Atlético Nacional (COL) ou General Díaz (PAR).

Os visitantes encontraram certas dificuldades no primeiro tempo, contra um Godoy Cruz que já estava vacinado pela goleada sofrida para o River Plate no Torneo de Transición por 4 a 0, no mesmo Malvinas Argentinas que recebeu o jogo da noite desta quarta-feira (3). No entanto, os mandantes cansaram e permitiram ao adversário pressionar, mesmo sem apresentar grande futebol, e encontrar um gol no finalzinho, que premiou seu esforço ao longo do jogo.

O jogo de volta entre River Plate e Godoy Cruz será disputado no dia 18 de setembro, numa quinta-feira, no Monumental de Núñez. A equipe de Buenos Aires tem a vantagem do empate; se os mendoncinos vencerem por 1 a 0, teremos pênaltis, e qualquer outro triunfo do Tomba lhe dará a classificação. Serão duas semanas de recesso, quando as equipes terão dois compromissos pelo Torneo de Transición; o Millonario enfrentará Tigre e Arsenal, enquanto o Tomba terá pela frente Defensa y Justicia e San Lorenzo.

Primeiro tempo movimentado e com futebol ofensivo

O cenário era bem diferente daquele que nos acostumamos a ver na Primera División. O estádio Malvinas Argentinas contava com torcedores de ambas as equipes, que fizeram grande festa para a entrada dos jogadores em campo, sobretudo a torcida do Godoy Cruz, que utilizou toda pirotecnia e garganta possível para empurrar seu time. Os donos da casa responderam bem ao incentivo e assumiram uma postura totalmente propositiva dentro de campo, dominando totalmente a posse de bola nos primeiros minutos.

A boa chance foi do time mendoncino, após escanteio, que Rojas, ex-jogador do Tomba, tirou sobre a linha. Os 5 homens de meio-campo do time treinado por Carlos Mayor marcavam muito forte a saída de bola millonaria, anulando Rojas e Sánchez, principais válvulas de escape da equipe de Buenos Aires. Mesmo assim, quando teve espaços, o River assustou: aos 6 minutos, após uma escapada pela esquerda, a bola sobrou para o uruguaio Sánchez na entrada da área - o meio-campista chutou forte, para boa defesa de Moyano e, no rebote, Pisculichi teve o gol à sua disposição, mas mandou torto, à esquerda.

O jogo era bem aberto, apesar das dificuldades do River Plate em manter a bola em seus pés, melhor característica do time líder do Torneo de Transición. O Godoy Cruz foi um rival bastante incômodo, em determinado momento exercendo pressão praticamente insuportável, com 7 jogadores no campo de ataque. Os alas Velázquez e González apareciam bem, assessorados por López. Aos 30 minutos, o próprio López apareceu bem, na cara de Barovero, mas o goleiro do River abafou bem o lance e controlou a jogada.

O lance mais feio da etapa inicial aconteceu aos 35 minutos, quando o veterano centroavante Tito Ramírez simplesmente deixou o braço no zagueiro Funes Mori, mas o árbitro Silvio Trucco apresentou apenas o cartão amarelo para o camisa 18 dos donos da casa. E na reta final da etapa inicial aconteceu a chance de gol mais clara desde a oportunidade perdida por Pisculichi: depois de uma trama muito bem feita pelo lado direito de ataque, o cruzamento encontrou González totalmente livre, mas o ala-esquerdo do Tomba mandou muito longe do gol, deixando o placar em branco ao apito final de Trucco.

River Plate corre atrás do resultado e consegue marcar já nos minutos finais

Algo misterioso aconteceu no vestiário do Godoy Cruz nos minutos que antecederam a volta do time ao gramado do Malvinas Argentinas. Aquele time que se posicionou bem, marcando sob pressão e tirando os espaços do River Plate, simplesmente desapareceu. Desapareceu junto com o pulmão de uma equipe que sequer conseguiu correr atrás de seu adversário nos 45 minutos finais. Mesmo assim, o Millonario não soube se aproveitar como poderia deste declínio do Tomba, e volta a Buenos Aires com a sensação de que deveria ter feito mais.

A entrada de Rojas e Sánchez no jogo, uma vez que estavam no gramado só de corpo presente, já era um indicativo de que teríamos um outro River no segundo tempo. Foi apenas uma falsa impressão, pois o time seguiu sendo o mesmo quadro burocrático da primeira etapa, sem profundidade, tampouco criatividade. As chances até aconteciam a favor do time da capital, quando mostrava algum interesse pelo jogo e pelo campo de ataque. As alterações promovidas por Marcelo Gallardo não surtiam efeito, e Mora era um habitante solitário das redondezas da área do Godoy Cruz.

Em 3 minutos, entre os 11 e 14 do segundo tempo, o River teve ótimas chances para abrir o marcador. Primeiro em uma jogada de uruguaios, quando Sánchez deu belo passe para Mora, que mandou sobre o gol; depois, em iniciativa de Pisculichi, que bateu de fora da área para bela defesa de Moyano - a bola bateu na trave e, na sequência, Sánchez mandou na rede pelo lado de fora. O jogo ficou muito truncado, o Godoy Cruz começou a perder todas as jogadas por falta de pernas, com seus jogadores chegando atrasados em todas as jogadas, o que rendeu 3 cartões amarelos em menos de 10 minutos.

O River Plate seguiu tendo oportunidades. Aos 34 minutos, Mora se atirou em uma bola alçada à área do Tomba, conseguiu uma cabeçada, mas que saiu fraca, para boa defesa de Moyano. O arqueiro do Godoy Cruz ainda faria ótima intervenção em chute de Sánchez, dois minutos depois. Os donos da casa ficavam limitados a se defender, e o preço a ser pago foi bem alto. Na última chegada do River Plate, aos 46 minutos da etapa complementar, Pisculichi cobrou falta na cabeça de Pezzella, que enfim venceu Moyano e definiu o placar. Grande vitória do Millonario, que conquistou boa vantagem para o jogo de Buenos Aires.