O Benfica necessitava de um triunfo diante do Vitória de Guimarães no Estádio Dom Afonso Henriques para conquistar a Primeira Liga pelo segundo ano consecutivo. Mas nem precisou dos três pontos. Mesmo com o empate sem gols fora de casa, os Encarnados sagraram-se bicampeões nacionais com uma rodada de antecedência graças ao tropeço do Porto, concorrente na luta pela taça, frente ao Belenenses no Estádio do Restelo: 1 a 1, com Jackson Martínez colocando os visitantes à frente e Tiago Caeiro empatando para os donos da casa.

Os portistas ainda podem alcançar os benfiquistas na classificação - são 79 pontos contra 82, respectivamente -, mas levam desvantagem no confronto direto, primeiro critério de desempate, pois foram derrotados pelo rival por 2 a 0 no Estádio do Dragão e empataram sem gols na Luz. Portanto, as Águias já podem comemorar o 34º título da principal competição do futebol lusitano.

O jogo da entrega do troféu ao clube lisboeta está agendado para o próximo domingo (24), dia em que os comandados de Jorge Jesus recepcionam o Marítimo no Estádio da Luz. A partida será uma prévia da final da Taça da Liga, a ser disputada no dia 29, no Estádio EFAPEL, em Coimbra. Já garantidos na próxima edição da Uefa Europa League, os Vimaranenses encerram a participação na liga diante da Acadêmica, no palco da decisão da Taça da Liga.

Benfica pressiona, mas Vitória se segura

Mesmo jogando longe de casa, o Benfica não se intimidou com a pressão da torcida adversária e partiu para cima. Logo aos três minutos, o atacante brasileiro Jonas acertou a trave. No minuto seguinte, o compatriota e companheiro de posição Lima entrou na área, tocou por cima do goleiro Douglas e viu a bola sair pela linha de fundo.

A pressão continuou. Aos sete minutos, os visitantes tiveram gol de "Toto" Salvio mal anulado. Seis minutos mais tarde, outra finalização acerta a trave. Dessa vez, através de Maxi Pereira.

O Vitória se fechava como podia e apostava nos contra-ataques. Júlio César, goleiro da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo, fez sua primeira participação no jogo aos 29 minutos, ao afastar um cruzamento com o pé. Os Encarnados responderam com Jonas, que recebeu passe na medida de Maxi Pereira. Dentro da área, o centroavante mandou a pelota para fora.

Pouco antes do apito que encerrou a primeira etapa, Sami desperdiçou a chance de colocar os alvinegros em vantagem. Àquela altura, a definição do campeão português estava sendo adiada, tendo em vista que os Dragões venciam o Belenenses em Lisboa e ficavam a dois pontos das Águias.

Jogo termina com empate sem gols, mas Benfica é beneficiado por gol do Belenenses e fica com a taça

O panorama de "jogo de ataque contra defesa" se manteve no segundo tempo. Entretanto, os benfiquistas se mostravam afobados e não levaram tanto perigo. A primeira chance veio somente aos 23 minutos, quando Douglas fez defesa primordial após cabeçada de Maxi. O arqueiro brasileiro voltou a trabalhar aos 29, em finalização de Lima.

Com o time de Guimarães criando chances, o embate começava a ganhar contornos dramáticos. Tendo a bola aérea como arma, os mandantes equilibraram as ações.

A 11 minutos do apito final, chegava a notícia de Lisboa: o Belenenses acabara de empatar com o Porto, e o resultado dava o título antecipado ao Benfica. Para liquidar a fatura, os Encarnados iam ao ataque na base do abafa.

O gol não saiu. Mas a conquista se confirmou. Antes do apito final no Dom Afonso Henriques, a peleja no Restelo já havia acabado: 1 a 1. A igualdade sem gols no marcador já era o suficiente para o 34º título português, conforme Jorge Jesus avisava da área técnica.

A peleja teve de ser interrompida por conta de sinalizadores atirados em direação ao gramado. A bola voltou a rolar minutos depois. Terminado o jogo, começou a festa do lado vermelho de Lisboa, que comemorou o bicampeonato, façanha que não ocorria há 31 anos.

No lugar onde chorou a morte de Miklos Fehér, o eterno 29, o SLB se deparou com outro número: dessa vez, o 34, motivo de alegrias. E onde quer que esteja, o 29 está sorrindo.